Capítulo 04

1527 Words
Coringa narrando Eu não entendia nada, ela estava com muito medo de mim, e não tinha motivo pra isso, eu nunca fiz nada pra ela, sou amigo da família, eu não tô entendendo nem o porque ela estar aqui, e seu pânico em me ver, será que ela estava esse tempo todo aqui e eu não sabia ? Mas por que esconderam ela dessa forma ? Não faz sentido Jamais deixaria ela sozinha, ou outro homem levá-la, não tem lógica, não quero saber se é namorado, marido, eu não tenho noção de nada que esteja acontecendo na sua vida, e não tô nem aí se ela tem alguém, quem ia levá-la ao hospital só poderia ser eu, e ninguém mais, minha única preocupação era levá-la ao posto de saúde para ver seu tornozelo que inchou na mesma hora formando uma bola - coringa o posto é perto, eu vou sozinha, não precisava se preocupar - ela fala ainda nervosa dentro do carro e eu via ela apertando os dedos demonstrando ansiedade - eu não vou te deixar sozinha Emily, você esqueceu quem eu sou ? Eu não tô entendendo nada, por que você estava aqui ? Por que você está fugida do morro ? - eu pergunto e ela se cala Chegamos no posto da rocinha e eu saio do carro e ela já ia saindo também, ela foi mancando num pé só, e eu peguei ela no colo, vendo que ela se assustou e agarrou nos meus ombros - eu consigo andar, me coloca no chão, por favor - ela pedia e eu sentia o seu corpo gelado - você não consegue dar um passo, Emily, para com esse medo, eu não sou nenhum bicho- eu falo sério olhando nos seus olhos e ela abaixa a cabeça chorando Eu não sei se ela está chorando de dor, ou com esse medo sem sentido sobre mim, eu entrei com ela no posto e todos aqui me conhecem, e já fui levando ela direto para um dos consultórios - olá boa noite, sou o doutor fabiano- o médico se apresenta e vai olhar seu pé Foi necessário fazer raio X, por sorte foi uma torção leve, gelo e repouso nos primeiros dias até o inchaço diminuir - vamos pro alemão, vou te deixar na casa dos seus pais - eu falo e ela da um grito dentro do carro - pro alemão não- ela fala nervosa - eu não piso lá, nunca mais - ela fala ríspida e eu encaro ela sério e até mesmo surpreso pela sua atitude - Emily, o que aconteceu ? O que meu filho te fez ? Por que você sumiu todos esses anos ?- eu pergunto e ela n**a a responder - coringa, com todo respeito, você é amigo dos meus pais, me conhece desde sempre, mas eu não quero falar sobre isso, eu só não piso no alemão nunca mais, eu voltei pro rio ontem, e essa merda já aconteceu, era melhor eu ter continuado longe- ela fala passando a mão no rosto suspirando frustrada - só me deixa onde você me atropelou, eu só quero a minha casa, e repensar a ideia de ter vindo pra cá - ela fala e eu ligo o carro e vou dirigindo Algo muito grave o Hugo fez, a Emily não é essa menina arredia, aliás, menina não, hoje ela já é uma mulher, uma baita mulher, ela está linda, e por mais que eu saiba que não deveria olhar com esses olhos, mas eu não consigo, ela tá uma mulher incrível, é impossível passar despercebida Fui dirigindo até sua casa, e ela apontou para uma kitnet, eu vi uma farmácia mais à frente, e estacionei travando o carro com ela dentro, comprei os medicamentos que o médico passou e voltei pro carro ela estava olhando pro nada negando sozinha e aflita passando a mão no seu pescoço. - obrigada coringa, e mais uma vez eu te peço, não fala com o Hugo que você me viu, por favor, eu não sei nem se vou continuar aqui no rio- ela fala e vai descer do carro Eu desço junto dou a volta rápido e pego ela no colo de novo de supetão, e ela tenta descer, mas eu impeço - não coringa, me deixa no chão, eu já estou na porta de casa- ela fala agoniada arregalando os olhos Eu tomo a chave da sua mão e abro a porta da sua casa, e na mesma hora identifico que a foto que o Rafael postou ontem, era aqui, eles vieram pra cá, e não me falaram por esse medo dela, então eles sabem o que aconteceu - seus pais sabem o por que você saiu do alemão e não quiseram me falar nada ?- eu pergunto colocando ela no sofá e ela n**a e eu coloco suas pernas pra cima do sofá deixando a mais confortável - só eu e o Hugo sabemos, na verdade para aquele crápula tudo o que acontece eu não deve ter significado nada, e como ele deve ter várias hoje, ele não deve nem lembrar, e eu prefiro assim mesmo - ela fala o nome do meu filho com desgosto - meus pais só me tiraram de lá no meu pedido desesperado, e eles também não merecem saber tudo o que aconteceu com detalhes, ninguém merece…- ela fala suspirando e eu a encaro nervoso já pensando diversas possibilidades - meu filho abusou de você ? O que aconteceu ? Eu só vou sair daqui quando você me falar tudo o que houve - falo sério me sentando de frente pra ela - não faz sentido você é cria de lá, está morando aqui, pelo visto estava em outra cidade ? Me fala Emily, o que o Hugo fez com você ? Eu preciso saber - falo sério com ela que suspira fechando os olhos - desde que ele decidiu largar a escola, ele se transformou, ele começou a me trair quando você levou ele de volta pro morro, ele me chantageava, me manipulava, e ele sabia que eu era louca por ele, e faria qualquer coisa para ficarmos bem, eu e ele passamos muitas coisas quando ele decidiu entrar pra boca, e eu sempre tentei fazer dar certo o nosso relacionamento mas não funcionava, eu perdoei ele de uma traição, mas quando foi o dia da minha formatura eu fui até a casa de vocês e peguei ele na cama com outra, e até então a nossa primeira vez tinha sido juntos, foi uma confusão horrível, humilhante…- ela da uma pausa chorando como se tivesse lembrando de tudo- e ele me deu uma surra, eu fiquei toda roxa dias depois, ele me bateu muito, e eu saí de lá fugida, pois sabia que ele iria me manipular pra perdoar ele, e eu não tinha forças contra meu próprio pensamento, porque eu era nova, burra e apaixonada, então eu decidi sumir pra Goiânia - ela fala e eu não consigo acreditar em todas as outras histórias que ela estava me contando, e tudo o que meu filho teve coragem de fazer com ela - Emily, por que você não falou comigo ? Por que seus pais não falaram comigo ?- eu falo me ajoelhando na sua frente e secando as suas lágrimas que caiam descontroladamente - você é pai dele, eu não ia falar isso com você, e meus pais só descobriram quando eu fiquei toda roxa no hotel, mas a amizade de vocês é antiga, e eu pedi pra eles que não deixasse isso afetar vocês, afinal eu culpado disso tudo e o Hugo, e não você, ou meus pais, e até mesmo eu…- ela da uma pausa respirando fundo- então eu só queria ficar longe de tudo, de todos, e fui embora, é a primeira vez que piso no rio em três anos - ela fala soluçando e eu me sinto culpado - me perdoa Emily, não só por ter te atropelado, mas pelo o que o meu filho fez com você - eu falo e ela n**a com um sorriso fraco - só promete que ele não vai saber que eu vim pra cá, eu não deveria ter vindo, eu vou comprar uma passagem e vou embora de novo - ela fala e eu n**o - você não vai embora, você vai ficar aqui, até no alemão se você quiser voltar, e eu estou te dando a minha palavra, que nunca mais ele vai chegar perto de você, ele nunca mais vai fazer m*l a você, eu te prometo isso - eu olho nos seus olhos segurando o seu rosto - coringa…- ela inicia a fala mas eu a interrompo - eu estou te dando a minha palavra Emily, nunca mais ele vai te fazer m*l, você não tem que ir embora, eu vou te colocar em um lugar ainda mais seguro, eu não quero você na pista e nem andando sozinha assim - eu falo e ela fica sem saber o que responder e me encara com aqueles olhos expressivos sua boca carnuda, quando ela virou essa mulher de tirar o fôlego de qualquer homem ?
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