Renascer no Alemão: O destino

Capítulo 02

Coringa narrando

- Hugo tá de s*******m com a minha cara p***a ?- eu arrombo a porta do quarto dele e vejo ele com cinco putas na cama

Ele já mora sozinho a anos, desde que a namoradinha dele foi embora, ele decidiu vir pra uma das minhas casas, e eu de saco cheio dos vacilos dele, deixei

Ele não tem um pingo de responsabilidade com nada, por isso continua como vapor, não subi ele de cargo, ele não merece um cargo de confiança, ele merece ficar como vapor e olhe lá

Desde que a Emily foi embora ele se rebelou, eu não conheço mais o meu filho, eu não sei até hoje porque ela foi embora, ele não fala, e nem o Rafael que é meu amigo das antigas, pai dela, ele não fala

Eu acredito que tenha sido algo muito sério, pois tem três anos que ela não pisa no morro, eu ouvi o Rafael falando com ela uma vez, mas assim que eu cheguei na sua casa ele desligou, eu não entendi, eu sempre tive muito apreço por ela, e eles não me falam nada

Nossos filhos não abalaram a nossa amizade, na época eu até fiquei puto, o Rafael esculachou o Hugo, o Hugo enfrentou ele, foi uma confusão, mas com o tempo as coisas se acertaram entre nós três, pois eu também sou muito amigo da sua esposa, ela já me salvou várias vezes, sempre que da merda ela que me costura, tenho o maior respeito por eles, e por isso respeitei o momento deles particular

- qual foi pai, tomar no cu p***a, minhas meninas aqui mano- ele fala tonto de bebida ainda

Eu já estava puto pra c*****o com ele, só catei ele no meio das várias e dei uma surra nele, eu acho que ele esqueceu que eu sou o seu pai, não é possível uma parada dessa, dei uma surra de deixar ele arriado, e botei as p**a pra correr

- tu esqueceu com quem tá falando né ? So pode - eu falo dando um bico no seu estômago e ele coloca todo o álcool pra fora - você tem dez minutos pra chegar no teu posto, ou tá fora da minha gestão - eu grito com o dedo na cara dele que fica caído no chão

Saio de lá e vou pra boca, tinha muita coisa pra resolver, não podia perder tempo com Hugo, eu tô saturado demais já, ele não parece que tem 22 anos, parece um pirralho de 14 ainda, isso me enfurece, o pior quando ele quer se achar mais homem do que eu

- fala minha família, como vocês estão ?- eu paro no portão do Rafael que estava lavando um carro novo, muito bonito - carrão top em padrin- eu sempre o chamei assim

- é né, muito maneiro mesmo- ele fala fazendo o toque comigo

- e vocês estão só o sorriso hoje em- eu brinco com eles que se entreolham e concordam - aí, semana que vem é meu aniversário, eu quero vocês no baile, vocês são minha família, eu faço questão da presença de vocês, pelo menos no meu aniversário- eu falo e eles concordam

- um remendo pra cada ano de vida seu, espero que esse ano não tenha outro - minha comadre fala e eu n**o

- pai e peito de aço- eu brinco com eles- aí valeu, mais tarde vamos tomar uma ?- eu chamo meu padrinho que n**a

- hoje não vai dar meu amigo, marcamos outro dia pode ser ?- ele fala e eu concordo

Me despeço deles e vou pra boca, eles estavam felizes demais hoje, não que eles não sejam, mas hoje tinha algo diferente neles

Fui pra boca e comecei a trabalhar, dia agitado, muito problema, nem saí pra almoçar hoje, e isso me deixa de mau humor, fui fazer a ronda no fim da tarde e passei pelo posto do Hugo, ele estava sentado vendendo droga e fumando, tinha mais três pitas agarradas nele, eu não sei como consegue, ele tá todo roxo, todo inchado, e as sangue suga em cima dele, pelo amor de Deus, acham que ele tem dinheiro, quem tem dinheiro nessa p***a sou eu

Passei direto e nem parei com ele, tô pra pouca ideia, fui pra minha casa, e um parceiro convocou pra ir na rocinha amanhã, churrasco lá, eu logo topei, mas hoje ia ficar de base

Tô numa fase que não gosto mais de tanta zoeira, já pintei muito nesse morro, mas não vejo mais graça, fazia isso quando fui largado pela mãe do Hugo, quem me ajudou muitas vezes foi o Rafael, porque eu sempre ia bater lá, fiquei largado com uma criança pequena, tinha que me virar, e eu não sabia de nada, quem me ajudou foram eles, eles são padrinhos do meu filho, se não fossem eles ali comigo eu nem sei, e eu sempre fui muito exigente com o Hugo, eles me chamavam até de chatos, mas eu só tinha ele, e ele a mim, então eu não tinha escolha, e eu dei o meu melhor pra criar ele, que se tornou esse merda, que parece que não saiu da adolescência

Eu não sou de me envolver com muitas mulheres, claro que sempre tenho umas no porte, algumas aqui da favela, mas não sou de explanar e nem gosto de bagunça com o meu nome, por isso eu nunca assumi ninguém prefiro manter a discrição

Fiquei bebendo ali tranquilo, conversando no celular com os colegas, vi uma foto do Rafael com uma mesa de jantar bonita, três pratos, já logo mandei mensagem zoando ele que me dispensou por comida, vacilao da p***a

Depois fui dormir no meu conforto, morro tava paz esses tempos, arrego alto é p**o sem falta, tô quase completando mais um ano de vida, 40 anos, não é pra qualquer um não

No dia seguinte acordei cedo, fui treinar na academia aqui de casa, depois fui pro jiu jitsu, e em seguida voltei pra casa, cheguei dando de cara com o Hugo

- tá fazendo o que aqui ?- falo vendo ele na cozinha

- tomando café - ele fala seco e eu fecho a geladeira com tudo

- tu tem casa, trabalha, e eu não tenho que sustentar marmanjo não, pega o beco e sai da minha casa- eu falo seco com ele

- p***a eu não posso vir aqui tomar um café ? - ele fala puto e eu n**o

- não, não pode, tu pode ir embora, porque eu não trabalho pra sustentar marmanjo folgado, vaza- eu falo de novo com ele e aponto pra porta

- Jae, não preciso dessa p***a não, que se f**a - ele sai batendo o pé e eu nem dou o trabalho de responder

Faço minha vitamina, meus pães, como e vou tomar meu banho, me arrumei e fui na boca, já desci de carro pra poder ir pra rocinha depois direto

Fiz tudo o que tinha que fazer, peguei dinheiro, guardei as paradas no cofre e deixei o fuzil na frente do morro, ele é meu sub, peguei meu carro e parti pra rocinha pra casa do parceiro

Chegando lá estava regado de mulher, droga, bebida, bagulho tava a vera, eu falei com ele e me sentei na mesa com os bandidos, falando com geral

Eu sou querido por todos, nunca fui espalhafatoso, sempre fui discreto, falei com geral, não sou de muito papo, mas tenho muita educação e muita lábia, é como se leva a vida de bandido

Eu estava bem arrumado, como sempre gosto de estar, meus ouros no pescoço, bermuda, tênis, camisa pomo, cabelo na régua, sobrancelha também, confesso que sou um homem vaidoso, por isso ninguém me dá a idade que eu e tenho

- oi? Tá sozinho ?- uma loira pergunta e eu n**o

- to acompanhado - mostro a arma na cintura e ela sorri safada - pode ir pra lá, se eu quiser eu te chamo - falo sério e ela se afasta sem graça

- como sempre coringa negando as mais cobiçadas do evento - meu parceiro bate no meu ombro e eu dou de ombros

- fazer o que né, sou enjoado - falo tomando um gole da minha bebida

Ficamos até tarde trocando ideia, os caras cada hora saiam com uma, no fim da tarde as esposas chegaram, e eu fiquei já incomodado com a situação depois de tanta p*****a que eles fizeram, e resolvi meter o pé, não gosto de ficar muito tempo longe da minha favela também

Me despedi de geral, e fui pro meu carro, a loira ainda veio atrás de mim, mas mais uma vez eu coloquei pra correr e fui embora

Estava praticamente na pista já, uma área que é da rocinha mas é fora das barricadas ainda, bem no início de tudo, já estava escuro por ser bem tarde, eu peguei meu celular rápido pra ver o que o fuzil tinha mandado, e senti meu carro bater em alguém que deu um grito, eu me assustei e freei na hora

- p***a que merda- eu falo descendo do carro e fui ajudar a mulher que estava caída no chão

Quando ela me olhou, parecia estar vendo uma assombração, ela perdeu a cor, se levantou e saiu correndo com um pé só

- o moça tá louca ? Machucou ?- eu fui atrás dela e ela corria ainda mais pulando igual uma doida, até bater de novo no chão - pera aí moça, deixa eu te ajudar - eu falo levantando ela e seus olhos desesperados me lembram alguém

- eu tô bem, eu me viro, me solta - ela fala arredia e tenta se levantar mas sem sucesso

- calma mulher, eu só quero te ajudar- falo e levanto ela e seu rosto era muito familiar - eu te conheço- eu falo e ela n**a rápido escondendo o rosto - conheço sim - eu falo e puxo o rosto dela e como um flash surge na minha memória - Emily ?- pergunto e ela tenta se soltar dos meus braços a todo custo mas eu não deixava, nem consigo acreditar que seja ela, agora tá explicado porque meus compadres estavam tão felizes

Emily está de volta, mas por que ela está aqui, e não no alemão ? Por que ela está sozinha a essa hora da noite ? Ainda mais aqui do outro lado da cidade ?