Hulk Narrando
E aí, cheguei pra mandar meu recado. Meu nome é Álvaro, mas ninguém me chama pelo verdadeiro nome. Aqui, sou conhecido como Hulk, o dono da p***a toda. Nasci e cresci no morro do Amor. Só me chamam de Álvaro os mais íntimos: minha mãe e minha irmãzinha, Aninha. Até os mais velhos do morro me chamam pelo vulgo. Tenho 25 anos, 1,90 m de pura gostosura, branco de cabelo escuro, corpo sarado — o pai se cuida, pra c*****o. Tenho as costas e o peito tatuados, e um monte de outras no braço. Sou estudado, me formei, como era o sonho dos meus coroas, mas o dever me chamou. Sempre sonhei em seguir o legado do meu pai. Hoje, sou o dono do morro e cuido da comunidade como se fosse minha própria vida.
Moro sozinho agora, minha mãe e Ana estão fora do Brasil. Somos sobreviventes de uma tragédia: mataram meu pai numa invasão há uns quatro anos. Isso mexeu com a nossa cabeça e com o psicológico do bandido aqui. Aquele ditado é certo: "a facada, quando não mata, aleija".
Era uma família unida, mas agora tô nessa luta praticamente sozinho. Só não tô 100% sozinho porque tenho meus parceiros, meus irmãos. Eles nunca me deixaram na mão, sempre 10/10. Orgulho dos cria.
Minha mãe ficou tão m*l que meteu o pé, e me deixou pra cuidar do morro. Não tive tempo nem de sofrer a dor da perda, mas entendo ela. Meu pai era o grande amor da vida dela, o conhecido Grandão. Era frio e calculista, só demonstrava afeto pros de casa — e ainda assim, raro. Fui uma criança fechada, preferia ouvir do que falar.
Quando mexem com minha família ou com quem tá no meu nome, viro o Hulk. Me transformo num monstro. Nunca me permiti amar alguém. Não sou de cachorrada, mas o pai gosta de um sexo pesado e nada mais. Nunca abracei ou beijei alguém com carinho, nunca namorei, pego sem me apegar. Não curto repetir figurinha. As minas ficam doidas, mas eu deixo claro: só um pente e rala. Sou conhecido como "coração de gelo".
Essa semana foi cabulosa. Os ratos queriam subir o morro, mas não conseguiram. A gente tá preparado, tenho os melhores na linha de frente, não durmo no ponto. Ainda tô com a treta de um pó que me roubaram.
Tô na minha sala, quando os arrombados entram sem nem bater, parecem que enfiaram a mão no rabö, só pode.
– vocês não aprendem mesmo hein? tira a mão do rabö e bate na porta carälho – falo bolado.
Rock – "Fala aí, chefe, tá susa hoje? Vai rolar o pagode na praça, vamos lá esfriar a cachola." – dou as últimas tragadas no baseado, jogo o pitoco na lixeira, travo o maxilar e balanço a cabeça.
– "Bora sim, geral precisa relaxar, tomar uma gelada." – libero pra curtir o fim de tarde.
Águia – "Chefe, tô de olho. Eu e Peneira estamos desconfiando que tem X9. Porque não é possível o roubo dessa carga. Mas depois a gente vê isso direito, bora curtir a folga." – dá o papo, e eu abraço a ideia. Tô precisando.
Peneira – "Seus p*u no c*, o papo tá bom, mas preciso colar na minha goma e tomar uma ducha antes de ir pro pagode. O pai tá cansadão."
Os manos fazem toque e vão saindo. Fico mais um pouco pensando. Esses caras são firmes, estão nos corres comigo desde cedo. Conhecemos cada canto do morro, cada rua, cada laje. Crescemos juntos, nossos pais eram parceiros 10/10. Eu sou de poucos amigos, só os de verdade colam comigo. Tenho aliados, mas i********e só com os de dentro, meus irmãos.
Me levanto, pego minhas chaves e dou um pulo na padoca do Antônio pra comer um lanche. Sento numa mesa que fica de frente pra praça. A neta do seu Antônio já vem toda se abrindo, acha que sou dentista, sei lá. Suellen se aproxima.
Suellen – "Oi, amor. O que você vai querer?" – já n**o com a cabeça.
– "Porrä de amor. Faz teu serviço e se fecha, bora." – ela faz bico, mas eu não tenho dó.
Suellen – "Não precisa ser grosso, Hulk. Um dia você vai se arrepender." – Ela sai bufando.
Ela logo traz meu lanche. Comi e fui pro barzinho ao lado, onde o pagode já tava rolando. Os parças chegaram, e logo o lugar encheu de mina, do nada, surgindo de todo lado.
A gente tava curtindo de boa, as minas marcando em cima, quando escuto umas garotas cantando, na curtição. Geral tava olhando elas. Conheço a Laís, prima do Peneira, mas as outras duas eu não conheço. Me viro e chamo o Peneira.
– "E aí, arrombado. Quem são essas aí com a Laís?" – O i****a já vai tirando a gente, dizendo que não é pro nosso bico. Esqueceu quem manda aqui, tô mole mesmo…
Ele solta a fita. A morena é Cecília e a ruiva é Patrícia, amigas da Laís. Não lembro de já ter visto elas, ou nunca reparei. Dá pra ver que não são putas, pela postura.
O pagode tava bom, mas hoje o pai tá cansado. Levantei e a Suellen já gruda no meu braço. Não acredito que essa p***a tá me tocando. Não tava afim de nada e agora piorou. Já dou logo um grito.
Ela vem com voz manhosa de quem quer me dar uma de "você precisa relaxar, Hulk, eu sei como fazer isso." Penso "tá bom, bora ali pro barraco da 3, faz teu serviço."
Subo na moto, e a mina sobe junto. No barraco, nem dou tempo dela falar. Baixo a calça, mando ajoelhar e fazer o serviço. Ela ajoelha e cai de boca. Eu vou fundo, soco forte. Logo descarrego, ela engole tudo. Eu arrumo minha roupa e mando ela vazar. Subo na moto e vou pra minha goma.
Entro, vou direto tomar uma ducha pra tirar o cheiro de p**a. Visto uma cueca box e a imagem da nova morena vem na minha cabeça. Cecília, é o nome dela. Mina até jeitosa. Dou um sorriso e balanço a cabeça, boto o rádio e o celular pra carregar e me jogo na cama. Não demora muito e durmo como um anjo, se é que me entende...