Capítulo 02 Paty

1184 Words
Paty Narrando Hoje levantei cedo, me arrumei e fui com a Cecília ver uma casa para ela e para a mãe dela. Notei que ela estava meio triste, mas nem perguntei nada, porque quando ela quiser falar, ela sabe que estou aqui para ouvir. Admiro muito a Cecília. Apesar de tudo que passou, ela não abaixa a cabeça para nada, tem a alma leve, nunca se coloca acima de ninguém, mas também não leva desaforo para casa. Kkk essa é minha amiga. Eu sou Patrícia, mas a maioria me chama de Paty. Tenho 18 anos, 1,60 m de altura, sou ruiva, com cabelo longo até a cintura. Meu corpo é de violão, com a cintura fina, pernas grossas e um bumbum empinado. Faço faculdade e sou amiga da Cecília desde criança. A gente cresceu no mesmo bairro. Somos unha e carne, nós três: eu, Cecília e Laís. Quando a Cecília disse que queria ir para a comunidade, fiquei meio receosa. Por outro lado, fiquei feliz, porque é lá que nossa amiga Laís sempre morou. Já fomos lá várias vezes. Tem uns caras que dão um pouco de medo, mas são uns pedaços de mau caminho. Affs, até chorei só de lembrar, e não foi pelos olhos, se você me entende. Depois da mudança, vou chamar a Cecília para irmos com a Laís a um frevo. Estamos precisadas! A vida não é só estudar e trabalhar, né? Kkk precisamos nos divertir um pouco, e eu sei que a Cecília vai amar, porque aquela louca ama dançar... Uma semana depois A Cecília já está na casa nova faz mais ou menos uma semana. Deu tudo certo. Como ela sempre foi uma pessoa do bem e a família da Laís mora aqui, não teve problemas. Graças a Deus, porque a minha amiga tem amor à vida, assim como eu espero que ela não queira morrer cedo. Ficamos de sair eu e as meninas nesse fim de semana para dar uma animada na Cecília. Entro no banheiro para tomar banho e encontrar com as quengas na praça. Tomamos banho, e claro que a Cecília demora uma eternidade para lavar aquele cabelão dela. Mas tudo bem. Termino o banho, vou até o closet, pego um short, um cropped e coloco uma Havaiana nos pés. WhatsApp on Grupo das Quengas — Oi, minhas vacas. — Digito e olho para a Cecília, que dá risada. Cecília/Laís: — Oi. Paty: Já estou quase chegando. — Digito, e Laís começa a digitar também. Laís: Paty, para de falar como se você não estivesse com a Cecília. — Blz, bjs. Laís/Cecília: Bjs. Pego meu celular, coloco o dinheiro no bolso e desço as escadas. — Bora, Cecília, senão ela vai nos engolir vivas. — Cecília balança a cabeça, rindo. Cecília: — Tu não presta, cara. Chegamos na sala e já ouvimos a vaca da Laís gritando lá fora. — Vamos logo, senão essa louca não para de gritar. Cecília: — Mãe, estamos indo para a praça! Cármen: — Tá bom, filha, juízo e cuidado. Vocês não conhecem quase ninguém aqui. Olho para a Cecília, e vamos saindo. Chegamos à porta e já vemos Laís nos esperando. Cecília: — Uau, como estão gostosas, hein? Precisava disso tudo? Paty/Laís: — Olha quem fala, vai arrasar os corações dos bandidos kkkk. Cecília: — Vamos logo, senão eu desisto. A praça não é muito longe da minha casa. Quando chegamos, já começo a reparar tudo kkk eu sendo eu. Cecília: — Gostei, estava bem movimentada. — Bando de bandido gostoso da gota serena. — Cecília segura minha mão, puxando. Cecília: — Se comporta, mulher. No barzinho ao lado da praça, tinha um grupo de pagode tocando Pixote. Já fiquei toda animada. Fiquei perdida nos meus pensamentos até Laís nos chamar. Laís: — Vem, amigas, vamos sentar aqui. — Eu e Cecília concordamos e fomos. O pagode rolava solto. Percebemos uma mesa muito movimentada com uns caras gatos pra caramba, e várias mulheres se oferecendo. Nós: — "SE ESSA BOCA NÃO BEIJASSE TÃO BEM, E SE ESSE ABRAÇO NÃO FOSSE TÃO MASSA, SE QUER SABER SE EU QUERO OUTRO ALGUÉM NEM DE GRAÇA, NEM DE GRAÇA..." — Cantamos feito loucas. Todo mundo parou para nos olhar kkk. Paramos de cantar quando o Peneira, o primo da Laís, se aproximou da mesa. Peneira: — Oi, gatinhas, como vocês estão? Cecília, resolveu sair de casa? — Lindinho o primo da Laís. Cecília/Paty/Laís: — Oi, Peneira, tudo bem, gatinho? — Falamos as três juntas. Ele deu um beijo no rosto de cada uma. Laís: — É, primo, arrastei elas para curtir um pouco. Mas é melhor você voltar, seu chefe está encarando. — Ela falou, e eu também olhei. Cecília tentou não olhar, mas olhou. Peneira: — Dar nada não, pô, aqui eu também mando kkk. As gatinhas vão querer beber alguma coisa? Pode pedir aí, que o pai aqui paga. — Ele fala, e eu penso: "não dá asa à cobra, não, gatinho." Peneira: — Fiquem à vontade, qualquer coisa me chamem. Vou ali na mesa dos manos. — Fala e se vira, saindo. Cecília: — Laís, ele é um gato, mulher. Ele entrou mesmo no movimento? Laís: — É porque vocês não viram os outros. Fico molhada só de pensar. — Saio para buscar uma bebida. Mais tarde, em casa Cecília: — Cheguei. — Fala assim que entramos em casa. Dona Carmen estava na sala assistindo TV. — Oi, mãezinha, cheguei. Paty vai ficar aqui, só volta para casa na segunda. Cármen: — Oi, meninas. Como foi lá na praça? Já arrumei o quarto para ela, filha. — Já falei que te amo, tia? — Sento do lado dela e já começo a contar tudo. — Tia, dançamos e cantamos horrores. Cecília: — Cantamos não, surtamos, como nos velhos tempos. Foi muito bom. — Estávamos na sala conversando, quando batem na porta. Fui atender, e era nada mais, nada menos que minha loira. Agora sim, o trio parada dura está formado. Hoje ninguém dorme nessa casa. Laís: — Acharam que eu ia perder de passar a noite com vocês duas juntas? Cecília: — Vamos? Subimos para tomar banho, já que estávamos todas suadas. Aqui faz calor demais, parece que estamos perto do sol ou do inferno. Vestimos pijamas, descemos para fazer um milkshake e pipoca, e fomos para a sala. — Meninas, vocês perceberam como hoje tinha mais gatinhos do que o normal? Ufa, Jesus amado, misericórdia. — Me abano. Cecília: — Só para deixar bem claro, eu ainda sou virgem, e não tenho vergonha. Tenho orgulho de ser a mulher que sou sem precisar sair dando por aí. — Fala toda convicta. Cecília vive a vida dela sem se importar com o que os outros pensam. Ela nunca esteve afim de se apegar, não gosta de grude e melação. Já teve uns namorados, mas nunca passou de beijos e amassos. Quando vê que eles estão se apaixonando, ela pula fora. Amo minha amiga, ela tem alma de pipa avoada. Vive a vida como se não houvesse amanhã, não guarda o que não faz bem, e mantém o coração protegido.......
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