Capítulo 2

1939 Words
Leonardo Cesarini  Nunca fui de dormir muito, na verdade, preciso de poucas horas de sono para "recarregar as pilhas", mas nessas últimas semanas foram piores, estou praticamente sem dormir, a minha vida está um caos, sempre fui livre, não penso em me amarrar com ninguém esse negócio de casamento, definitivamente não é para mim. Mas meu pai e todo o conselho da empresa acham que antes do meu pai se aposentar e me passar o cargo de CEO, eu tenho que pelo menos sossegar e arrumar uma noiva, dá para acreditar, eu estou com muita raiva nesse momento, não sei o que fazer. Há aproximadamente uma semana, o meu pai me chamou para ter uma conversa séria sobre a empresa, já entrei na sala dele todo contente achando que ele me daria a Presidência, já que ele estava doido para se aposentar. - E aí meu velho, como está? - Já fui todo feliz sentando na cadeira em frente a dele, mas quando ví sua expressão o meu sorriso foi murchando aos poucos. - Oi filho, estou bem, só estou muito cansado, precisamos conversar sobre a minha aposentadoria, o conselho vai se reunir hoje as duas horas, você sabe que te preparei a vida toda para esse momento, mas depois de tantos escândalos e ainda mais depois desse último com sua secretária...meus Deus não consigo nem lembrar que fico com vergonha alheia. - Eu também me sentia muito envergonhado, a moça do café entrou sem bater e me pegou no flagra com minha secretária em cima da mesa, ela deu um grito e deixou toda a bandeja cair, chamando a atenção de todos, não preciso dizer que depois nenhuma das duas voltou para empresa, elas pediram demissão, mas informei ao RH que pagassem todos os direitos delas, não seria justo, eu sempre fui um canalha. - Pai eu já prometi que não farei isso dentro da empresa novamente, foi só essa vez - A única que pegaram, mas ele não precisava saber disso. - Leo, você precisa tomar juízo meu filho, o seu tio Inácio vai indicar o nome de seu primo Lorenzo para o cargo de presidente, ele casou a pouco tempo e seu tio fica falando que você não tem responsabilidade para cuidar da empresa. - Responsável? O Lorenzo? Vocês não imaginam o tipinho que ele é, só se faz de santinho aquele canalha, eu pelo menos não sou um falso moralista - m*l sabem eles que Lorenzo vive traindo a esposa desde quando namoravam, inclusive já o vi no clube que frequento, mas não serei eu que vou falar, afinal não sou nenhum X9. - Mas todos acham ele responsável, então o nome dele será o mais cotado para assumir - meu pai falou irritado - Você quer ou não ser o presidente dessa empresa? Ou vai deixar o Lorenzo tomar isso de você? - Pai eu faço qualquer coisa por essa empresa o senhor sabe, me diga o que eu posso fazer? - Se casar meu filho, ou pelo menos sossegar, arrumar uma noiva, você sai com tantas moças, com certeza alguma quer ser a senhora Cesarini. - Ele disse ainda bravo. - Pai o senhor sabe que sou um espirito livre, não quero me amarrar, quero apenas cuidar dos negócios da familia, não preciso de mulher para isso, o conselho vai entender, não é possível, vamos esperar essa reunião. - Meu pai deu de ombros e eu sai da sala dele muito irritado. Voltei para minha sala puto da vida, não é possível, esse conselho é muito antiquado, não importa quantas mulheres eu leve para cama p***a, o que importa é o quanto eu dou meu sangue aqui e aquele i****a do Lorenzo não vai ocupar meu lugar. Sento na minha cadeira tentando me acalmar, e então como todos os dias, vem a moça trazer meu café, ela é bem novinha e envorganhada, acho engraçado deixar ela sem graça. - Com licença senhor, trouxe o seu café. - Ela diz com a voz contida e já começando a corar, gosto que ela tenha vergonha ao invés de tentar se atirar em cima de mim. - Pode entrar - Digo a ela e fico a observando, ela vai ficando cada vez mais vermelha, não sei porque, mas é engraçado. - O senhor deseja mais alguma coisa? - Ela diz - E como sempre para sacanear eu digo - No momento não. - E ela sai correndo da sala, enquanto dou uma risada, achando aquilo muito engraçado. Na hora do almoço, não estou afim de sair então peço para que minha secretária, que por sinal é muito gostosa, mas não vou cair em tentação novamente, pelo menos por enquanto, trazer meu almoço no escritório, ela então vem cheia de sorrisos e charme; - Com licença senhor Leonardo, seu almoço, onde quer que eu coloco? - Ela diz toda piscando os olhos, um perfume adocicado de mulher gostosa, mas não lhe dou nenhuma olhada a mais, aponto a mesa no centro da sala e agradeço. - Posso te ajudar com algo mais senhor? - Nossa ela é insistente, se continuar assim, vou ter que providenciar outra secretária, essa está passando um pouco de limite. - Com certeza não pode - Digo dando meu olhar mais frio possível, ela fica desconcertada, murmura um pedido de desculpas e sai da minha sala o mais rápido que pode, assim é melhor. Após o almoço, Angelo, meu melhor amigo da vida inteira me liga. - E aí meu brother como estão as coisas? Seu pai já decidiu quando vai se aposentar para você virar o chefão da p***a toda? - Angelo tem o dom de me deixar mais alegre. - Ainda não cara, hoje tem reunião do conselho e você acredita que o filho da p**a do meu tio vai indicar aquele inútil do Lorenzo para assumir a presidência quando meu pai se aposentar? Alegando que ele é mais responsável porque está casado? - Não fode Leo, não é possível que ninguém veja o quanto esse cara é pilantra, vive lá no Night Club, pegando qualquer uma que cruza com ele, e será que o conselho vai acatar? - Não sei cara, só sei que meu pai veio com uma conversa que eu preciso arrumar pelo menos uma noiva, para que o conselho me veja com outros olhos, mas eu disse que não, vou nessa reunião agora as duas e vou dizer que não vou me casar, e mesmo assim sou a melhor opção, eles terão que aceitar. - Beleza cara, quando puder me liga para falar como foi essa reunião, que tal irmos hoje lá no clube? Acho que você vai precisar desestressar. - Ele fala e solta uma gargalhada. - Ligo sim, assim que puder te aviso, e com certeza vou precisar aliviar a tensão depois de tudo isso, falou irmão até mais. - Desligo o telefone decidido a vencer nessa reunião. Chego na sala de reuniões 5 minutos antes, meu pai já está lá e me olha com ternura como sempre, dou um pequeno sorriso para ele amo demais meu "veinho", o pessoal vai chegando e se acomodando em seus lugares, meu tio e meu primo chegam e me olha com rancor como sempre, esses dois são dois invejosos isso sim, meu pai se levanta e começa a falar. - Boa tarde meus caros, estamos aqui hoje para falar de um assunto muito importante e que estou esperando a muito tempo, não vou prolongar muito essa reunião, daqui a seis meses pretendo me aposentar, para me substituir como todos sabem temos meu filho que sempre trabalhou para isso. - Começou um burburinho, o conselho não estava aprovando muito, então meu pai continuou - Mas devido as circunstancias, sei que vocês não estão muito animados com a idéia de meu filho ser o novo presidente, meu sobrinho Lorenzo, resolveu se candidatar também, então dentro desses seis meses iremos avaliá-los. - Olhei para cara do Lorenzo se fazendo de bonzinho, que v****************a porrada na cara dele, Lorenzo veio até mim e apertou minha mão. - Que vença o melhor priminho - Com cara de deboche, eu conhecia bem ele. - Vou te mostrar quem é melhor "querido primo". - Vários acionistas do conselho começaram a se aproximar e ficou muito claro a preferência da maioria, cheia de amores com meu primo. Saí daquela sala disposto a fazer de tudo para conseguir aquela posição, ela era minha por direito, eu trabalhei duro minha vida inteira para isso, se eles querem que eu arrume a p***a de uma noiva é isso que vou fazer, fiquei mais puto ainda, cheguei na minha sala, peguei um porta canetas que etava na minha frente e joguei longe, peguei meu notebook e saí, disse para Carmen desmarcar meus compromissos porque não voltaria mais hoje. Saí disposto a pensar sobre tudo o que aconteceu na reunião, fui até a academia onde treino, subi na esteira, disposto a correr até minhas pernas não aguentarem mais, corri durante uma hora, corri tão rápido que a única coisa que eu conseguia pensar é em como meus músculos estavam queimando, saí da esteira e quase não conseguia andar, veio uma menina que eu já tinha pegado, mas nem me lembrava o nome dela me cumprimentar, disse toda manhosa que eu estava muito sexy e selvagem daquele jeito, dei uma resposta qualquer que nem consegui formular direito e fui para o vestiário tomar banho, enquanto estava no banho eu pensei na garota, ela era muito gostosa, será que eu poderia namorar com ela? Não, definitivamente, não. Ligo para o Angelo e peço para ele ir lá para minha casa, não estou com vontade de ir para o clube hoje, mas preciso do meu amigo, para me dar alguma idéia, mesmo que seja maluca como sempre. Chego em casa e a única coisa que quero é uma dose de whisky, escuto baterem na porta e já sei que é o Angelo, a entrada dele é liberada aqui no prédio. - Que cara é essa meu brother, você está muito fudido né? Me conta tudo, vamos dar um jeito. Contei tudo para meu amigo e ele ficou em choque, assim como eu estava, era loucura aquilo, mas eu ia vencer ia dar um jeito, foi quando o Angelo me deu uma idéia. - Porque você não contrata alguém? Tipo uma prostituta ou uma atriz, assim você conseguria o que quer e depois diria que não deu certo o relacionamento, depois que você for presidente e mostrar sua capacidade, eles não poderão fazer mais nada. - Aqueles dois são muito espertos, se eu contratar uma prostituta ou uma atriz eles vão descobrir na certa, e aí vai ser pior. - Falei meio desolado, foi então que me deu um estalo e olhei para meu amigo com um sorriso enorme - Mas e se eu contratasse alguém normal? Que esteja precisando de dinheiro e esteja disposta a fingir? Isso seria perfeito! Depois que meu amigo foi embora, deitei na minha cama e fiquei muito tempo pensando nisso, a idéia já estava formada na minha cabeça, eu só precisava achar uma mulher bonita e disposta, e eu só tinha seis meses para convencer a todos que me apaixonei a ponto de pedir alguém em casamento e sosseguei, essa idéia era brilhante, eu teria a presidência e não precisaria me amarrar de verdade, continuaria vivendo a vida livre, do jeito que eu quero. Foi com esse pensamento reconfortante e agora, muito mais otimista sobre o futuro, apaguei a luz que ficava na cabeceira e me permiti dormir, sabendo que agora sim eu teria uma chance.
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