Maria Manuela completou 24 anos e começou a trabalhar na empresa de António Carlos como chefe dos Recursos Humanos.
Linda e inteligente, ela sempre foi muito criticada pela mãe, que a queria transformar em algo que nunca foi.
Manuela descia as escadas para ir trabalhar, quando Dulce a chamou vinda do escritório.
- Maria Manuela temos que conversar.
- Oi mãe.
Se for para falar daquele brutamontes outra vez não estou interessada.
- Brutamontes?
Por favor filha. O Cláudio é um homem bilionário. Não vai te faltar nada filha.
- Vai sim mamãe.
Vai faltar amor de ambas as partes. Eu não vou passar a minha vida num casamento infeliz que nem a senhora.
Até logo.
Dulce sabia que a filha tinha razão, mas não quis desistir.
António Carlos não lhe dava dinheiro nem cedia aos seus caprichos e André estava prestes a declarar falência.
- Oi querida. Que cara é essa?
- Tive outra briga com a Manuela.
- Dulce por favor deixe ela em paz.
Estamos no século 21.
Já ninguém casa por arranjo da família.
- Eu sei.
Mas o Cláudio é a nossa salvação da falência.
- E para isso estás disposta a vender a tua filha?.
- Não. Claro que não meu amor.
Só quero que ela o conheça antes de julgar.
- Mas ela não quer.
Então por favor deixe ela em paz.
Manuela chegou na empresa e foi para a sua sala.
- Dona Manuela!O Sr. António Carlos a espera na sala de reuniões.
- Obrigada Alex.
Me traz um suco de maracujá por favor? Eu vou lá agora.
- Sim senhora.
- Obrigada.
Manuela foi a sala de reuniões e encontrou António apreciando a vista.
- Bom dia irmão.
Como foi a viagem?
- Olá mana.
Foi óptima. Já tiveste contacto com a nova estagiária?
- Ainda não.
Vou prá lá logo que sair daqui.
Tens o projecto pronto?
- Sim. Está aqui.
Eu vou para casa. Preciso relaxar um pouco.
Como andam as coisas por lá?
- Péssimas.
A mamãe quer me obrigar a sair com um homem nojento.
- Manu! Já és adulta.
Porque não aceitas a minha proposta?
Sabes que tenho um apartamento á tua espera.
- Sabes de uma coisa?
Eu aceito. Vou morar no teu condomínio. Aliás, vai me fazer bem estar perto de você e do josé Manuel.
- Isso mesmo.
Podes mudar amanhã mesmo.
Basta levares as malas.
- Obrigada mano.
A mamãe vai fazer outro escândalo.
- Eu sei.
Mas não vou deixar ela te tratar que nem uma criança. Não vou mesmo.
- Obrigada irmão.
Eu sei me cuidar. E amanhã mesmo eu vou fazer a minha mudança. Mas com uma condição.
- Fala!
- Quero que vás almoçar connosco Toni.
A mamãe não admite, mas ela sente a falta do filho favorito.
- Favorito!?
Ela me sujeitou a um noivado fracassado. Me destruiu e tudo por dinheiro.
- Sim. Eu sei.
Mano! Eu sou mais frágil que você e o José.
Preciso que estejas lá por mim.
Por favor.
- Está bem.
Lá estarei. Agora me deixa ir para casa está bem?
Até logo mana. Te amo.
- Te amo irmão.
Maria Manuela ou apenas " Manu" não era a mulher frágil que pensava ser, e muito em breve ela faria essa descoberta.