Cap 24

1278 Words
Emma Eu ouvi a porta do quarto abrindo e fechando quando estava no banho, vi uma sombra parada na frente da porta do banheiro, como se estivesse ponderando em bater ou não, assim que sai do banho, o cheiro do perfume do Ítalo ainda estava por todo o quarto, mesmo que ele já não estivesse lá. Óbvio que tinha sido ele, mas por quê? Ele queria me humilhar ainda mais na frente dos amigos? Pouco depois, sem fome, deitada, para dormir, encarava a foto, aquela que eu nem sabia quem tinha me mandado, mas que na minha cabeça, me dizia tanta e tanta coisa... fiquei pensando e remoendo, as lágrimas desciam no meu rosto sem que eu percebesse, foi quando eu ouvi um barulho do outro lado do corredor e fingi estar dormindo. Eu não sei o porquê, o Ítalo não tinha motivo para vir aqui, então por quê me chamar? Por que me incomodar? Eu não quis conversar com ele, por isso, fiquei de costas para a porta quieta Foi a minha sorte, pois o Ítalo veio de novo ao meu encontro, me fazendo sentir o seu perfume assim que ouvi um barulho na maçaneta. Eu fiquei tensa, prendi a respiração, tentando continuar mantendo minha farsa, ele chegou perto, resmungou alguma coisa, cobriu meu corpo com o lençol, apagou a luz e saiu Ao invés de ficar mais calma, fiquei ainda mais ansiosa porque eu continuei sem entender “mas que p***a está acontecendo? O Ítalo nunca foi carinhoso comigo, nunca se importou?” Fiquei acordada, ouvindo as risadas, as falas, a felicidade deles da laje, meu peito doía e não consegui dormir, com a foto aberta no meu celular como se fosse um quadro para apreciar Já estava perto das 3 da madrugada quando eu ouvi de novo aqueles passos, quando eu senti de novo a maçaneta girar, a porta se abrir e o cheiro do Ítalo tomar o quarto inteiro Eu sabia que era ele, sabia que ele estava ali, mas não senti ele me olhando, ele andou pelo quarto, tirou a blusa, foi até o banheiro e... escovou os dentes? O pavor tomou conta de mim todinha quando a cama afundou Senti ele se aproximando, chegando perto, até que sua mão envolveu minha cintura e puxou meu corpo contra o seu corpo "Bora para mais uma noite de sofrimento, mais uma noite que eu sou covarde e o máximo que consigo me aproximar de você é assim" Como assim? mais uma noite? Fiquei parada, entrei em choque, minha respiração mudou e antes que ele percebesse que eu estava acordada o tempo todo, pulei da cama com uma cara de espanto fazendo ele se espantasse também Emma – Mas que p***a é essa Ítalo? Por que você não vai para o seu quarto? Por que você não volta para o seu quarto com a Renatinha? Acho que você está me confundido com ela, ou é só mais um jeito de você me humilhar? Ele ficou quieto, me olhando, saiu da cama, deu um passo para frente na minha direção. As palavras que saltaram da minha boca, realmente pareciam uma crise de ciúmes... mas tinha fundamento, eu tinha provas da traição dele, não tinha? Ítalo - Eu, eu, eu... Emma – O que foi Ítalo? Agora ficou sem voz? Mas que palhaçada é essa? Ítalo - É que eu vim dormir - ele falou e baixou a cabeça, como uma criança que é pega fazendo arte Emma - Então, não é melhor você ir para o seu quarto? Ítalo - Mas esse é o nosso quarto Não me lembrava de ter visto o Ítalo daquele jeito, ele me parecia tão... vulnerável Emma – No caso, esse é o meu quarto, eu estou falando para você ir para o seu, o outro quarto, onde você dorme, onde ficam suas coisas Ele parou mais uma vez, fechou os olhos, respirou fundo e depois, abriu novamente e me olhou Ítalo - Emma, já que você me ouviu, melhor tirar o band-aid de uma vez só... sim, minhas coisas estão no outro quarto e sim, quando você está acordada, eu chamo ele de meu mas... Emma – Mas... Ítalo - Eu durmo aqui contigo e não é de agora, eu faço isso desde sempre Emma - Como assim Ítalo? Como você dorme aqui sempre? Ítalo – É isso que você escutou. Eu espero você dormir e deito do teu lado, te abraço com cuidado, te aperto no meu corpo, durmo com seu cheiro, com a calmaria da tua respiração só que até hoje eu não tinha tido coragem pra te contar, porque saio antes de você acordar Emma - Mas por que? Ítalo - Porque eu sou i****a, porque eu sou burro, porque eu fiz você sofrer com minha babaquice, porque ver você chorando dói, porque eu me sinto culpado por tudo o que acontece contigo e porque eu sou covarde Emma - Para de mentir pra mim, pelo amor de Deus, eu não aguento isso. Eu vi você saindo do quarto com a Renatinha quando eu cheguei em casa, eu tenho a foto de vocês juntos - pego a foto para mostrar para ele que sorri Ítalo – Isso aqui aconteceu no dia que comprei as flores e o chocolate para você, o Aquiles e a Renatinha foram comigo pra me ajudar Emma - Eu não acredito, vi você saindo do quarto juntos, hoje, rindo, quase de mão dada, não foi nenhuma foto e ninguém me contou, eu que vi O rosto dele foi ficando vermelho, acho que foi ficando com raiva Ítalo - E eu vi você chegando em casa com o Marcos, aliás eu e o morro todo, e tem mais, todos estão falando da proximidade de vocês, e nem por isso estou aqui te atacando Emma – Como é que é? Você falou merda pra mim, acabou comigo, rasgou meu coração com as suas palavras e precisei que alguém viesse me contar, você estragou a minha primeira vez, acha mesmo que isso não é me atacar? E foi ai que eu ouvi a coisa mais surpreendente da vida, o que eu nunca achei que fosse ouvir do Ítalo Ele se aproximou de mim e naquele momento, eu não o afastei... ele segurou firme na minha cintura, me olhou no fundo dos meus olhos e disse Ítalo - Desculpa... Ele me desarmou... o Ítalo chegou ainda mais perto de mim, seu rosto perto do meu, sua respiração batendo no meu rosto, sua mão na direção da minha cintura, ele ia me beijar de novo, e eu estava inexplicavelmente pronta de novo, sem conseguir resistir aquele homem e mesmo sabendo que, ia doer de novo. Emma – Não Ítalo, você não vai fazer isso comigo eu não vou deixar... não vou me entregar para no dia seguinte, você me matar mais um pouquinho Ítalo - Nunca mais, eu prometo. Vem, vamos só dormir? Emma - E por que você não vai pro seu quarto? Italo - Porque eu já até tentei e tentei de novo, mas eu só consigo dormir com você, desde a nossa noite de núpcias, desde quando estraguei tudo Perdida e confusa, era assim que eu sentia, querendo mas, como poucas vezes em minha vida, tendo medo, eu realmente não sabia o que está acontecendo, não entendia Calados, nos entendendo apenas com o olhar, fomos em direção da cama e deitamos um de frente para o outro. Eu fiquei atônita demais, sem saber o que fazer, o que falar Com carinho, ele beijou meus dedos com sua mão fechada na minha e simplesmente fechou os olhos e aquilo foi pior do que se tivéssemos transado
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