Cap 5

945 Words
Emma Eu contei para a minha mãe o que eu tinha feito, ou seja, ligado para o Ítalo e praticamente, implorado para ele se encontrar comigo. Com ele, eu não abaixei a guarda, fui quem meu pai e minha mãe sempre me ensinaram a ser, uma garota respeitável. Ninguém ia casar na minha boca só porque achava que isso era o certo a se fazer, se o Ítalo alimentou a ideia de que eu deveria pagar pelos erros dos meus pais, o problema era dele, eu não ia deixar Claro que ela ficou apreensiva, disse que eu não precisava seguir a vontade do meu pai, que eu tinha escolha porque até mesmo Deus nos dá isso, então quem era o dono do morro da Rocinha para dizer que eu era obrigada a me juntar com o filho dele? Minha mãe sempre demonstrou admiração por aquele homem, sempre me disse que o Preto foi a primeira pessoa que a fez acreditar que um dono de morro também pode ser gente e ajudar as pessoas só pra ver elas bem e não pra obrigar essas mesmas pessoas a serem obedientes, mas quando o assunto virou para o meu lado, a coisa mudou Helena – Eu tenho certeza de que se você conversar com o Preto, ele... Emma – Eu já decidi mãe, não custa nada pra mim e depois, a gente pode se separar e cada um seguir, sua vida, contanto que eu consiga fazer a vontade de meu pai, tudo bem Eu percebi o semblante de preocupação dela, mas ao contrário de todas as outras vezes na minha vida que levei isso em consideração, eu decidi não me preocupar Na mesma noite, quando eu já estava deitada, ela me chamou para conversar novamente e disse que tinha ligado para o Preto. Lógico que eu não gostei e aquilo foi quase um motivo de briga para nós duas Emma – A senhora não deveria ter se metido Helena – Eu não podia te ver fazendo algo que você, nitidamente, não quer, só porque o seu pai pediu. Aquele ali é um cabeça dura, não pode te obrigar a seguir por esse caminho Emma – Eu quero mãe, por favor, aceita a minha decisão Ela bufou na minha frente, já sentada no canto da minha cama e abrindo os braços, me pedindo um abraço. Quem é que consegue negar um abraço aconchegante da dona Helena? Helena – Eu não tentei fazer o Preto mudar de ideia, filha, te conheço, sei que quando você coloca uma coisa na cabeça, nem Cristo faz você desistir da ideia. Eu só pedi para que ele olhasse também pela menina menininha, com o mesmo carinho que eu olhei várias e várias vezes para o Ítalo, quando ele não confiava mais em ninguém Eu abracei ela ainda mais forte... minha mãe sempre com aquela coisa da proteção que nunca largava ela, fiquei ali, sentindo o seu cheirinho e nem vi a hora que o sono veio me alcançar, só me entreguei mesmo ... Três dias já tinham se passado e nada do Ítalo marcar o lugar para o nosso encontro, então, coloquei aquele ditado em prática, se Maomé não vai até a montanha, a montanha vai até Maomé Me arrumei da melhor forma, não como as minas do morro, assim, eu não tinha nada contra, mas não gostava daquele desfile de pouca roupa que elas faziam questão de promover Coloquei uma calça alfaiataria na cor bege, do tipo skinny, uma blusinha básica na cor preta, por dentro da calça, deixando a mostra o cinto largo, no mesmo tom da calça, uma sapatilha tipo boneca, cabelo em r**o de cavalo e uma maquiagem simples, porém, marcante Helena – Vai sair? Emma – Sim. Vou resolver um assunto, mas volto logo Dei um beijo casto na bochecha da minha mãe e saí. ... Italo Eu estava evitando mesmo, sei lá, fiquei curioso, mas não queria me encontrar com a Emma, era uma luta interna Aquiles – Ela te ligou de novo? Ítalo – Nem sei, deixei meu telefone acabar a bateria e não coloquei para carregar Aquiles – Um cuzão mesmo hein Ítalo – Eu só não ti afim, não sou obrigado a atender gente que não quero A gente estava no meu quarto, nem vontade de ficar isso pra boca ajudar meu pai eu tinha, foi aí que meu radinho tocou Menor – Ae Ítalo, tem uma mina te chamando aqui Ítalo - Pode mandar embora não tô a fim de comer ninguém não Menor – Ela também não tá com cara de que quer ser comida. Ó, teu pai passou aqui e liberou a entrada dela, a mina tá subindo Como assim meu pai liberou a entrada? Ele nem ligou em casa pra saber se eu queria. Aquilo me fez subir um frio desde a base da minha espinha até a minha nuca Eu fiz um toque pro Aquiles e junto com ele, desci pra ficar na frente da minha casa, pra ver quem era a tal mina que estava subindo. Na verdade, lá no fundo, eu já sabia, só não queria acreditar O carro, um Jeep Compass preto. Parou bem na frente da minha casa e nem precisou eu esperar muito para ver quem ia sair de lá de dentro Aquiles – Mano do céu, quem é essa deusa? Ela estava diferente, mais mulher formada, com cada curva no seu devido lugarzinho, linda... não, linda não, ela simplesmente estava uma verdadeira deusa, tive que tirar forças da casa do c*****o para responder pro Aquiles e mesmo assim, nem me lembro qual foi a resposta Ítalo – Essa deusa aí é a minha prometida
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