O cheiro da Morte

Capitulo 5 - Peão

************************** Alice **************************

Quando desmaiei senti alguém se segurando conhecia aquele toque, não sonhei com nada, quando acordei, que pareceu uma eternidade, Charlie estava me segurando e sorri, ele sorriu de volta e fiquei irritada quando ele falou " eu te avisei" ficamos assim um tempo até ele me colocar no chão, mas ainda me segurava estava meio zonza, o tempo voltou ao normal e ninguém percebeu meu desmaio, ele parou bem na hora certa:

- Desculpa, mas não estou me sentindo bem, preciso ir para casa.

- O que ouve? - ele perguntou preocupado

- Estou meio tonta. - disse colocando a mão na cabeça. - e esse cheiro me incomoda. - sussurrei

-Quer que eu te tire daqui? - falou Charlie ainda me segurando.

Disse sim em minha mente "sim".

- Se apoia em mim. - falou o menino que estava saindo.

Quando ele se aproximou para me ajudar eu apenas neguei e falei que conseguia andar sozinha.

Sentei-me no banco do shopping e ele não tirava os olhos de mim preocupado, Charlie estava nas minhas costas deixando eu apoiar nele, não estava me sentindo bem, o cheiro me incomodou bastante, ainda estava sentindo o cheiro e me deixava tonta.

- Quer água?

- Pode comprar uma por favor. - disse para ele pegando o celular.

Ele foi buscar a água e liguei para minha mãe e ela já tinha ido embora, mas não estava em casa:

- Charlie pode me tirar daqui?

- Sim, preciso de um lugar mais reservado.

Com ajuda dele me levantei e fui ao banheiro e quando entramos já estávamos no meu quarto, desabei na cama e dormir. Acordei com minha mãe me chamando, percebi que tinha trinta chamadas não atendida do Lucas, liguei para ele e disse que me senti m*l e que minha mãe chegou e me levou a para casa e não deu tempo de avisar. Ele aceitou numa boa.

Segunda feira, o Charlie não foi comigo para escola, chegando lá, Lucas estava me esperando na porta da escola, ele me deu um selinho e segurou minha mão, me deixou na sala e foi para a dele.

Passou umas semanas e ele era super fofo comigo dizendo que me ama, que estava esperando um momento certo para me apresentar a sua família e me pedir em namoro. Charlie me falou uma vez que ele estava me usando e que isso não daria certo. Eu não acreditei, era muito fofo comigo. Me sentia confusa se realmente gostava dele, vivia pensando em outro e cheguei a pensar em terminar com ele. Mas os meus sentimentos por outro não poderiam acontecer.

Iam completar três semanas que estávamos saindo, ele começou a ficar estranho e no sábado ele me manda uma mensagem no w******p:

" Minha vida tem sido uma confusão desde o começo do ano, começou com um relacionamento acabando, amizades enfraquecidas, pessoas que conto nos dedos... Você tem sido a principal desde que te conheci, quem sempre me ajudou em tudo, quem eu confio. As coisas foram acontecendo, me surpreendi quando você disse que sairia comigo e fiquei pensando quando você sumiu aquele dia ,fiquei contigo por minha própria vontade, eu queria que esses dias aconteceram sim, foram perfeitos. Eu sempre gostei de você e acabei te amando, você é muito especial pra mim Alice, muito mesmo, e eu te conheço a pouco tempo, ficando contigo agora esperei esse amor crescer mais, ao ponto para mim te pedir em namoro, nada aconteceu como eu queria, eu não consegui chegar a esse ponto em meu sentimento. Não, nunca te iludi, fui sincero em palavras e em atos. Você percebeu que depois de três semanas ficando, eu ainda não tinha te pedido em namoro, é por isso... Sempre te admirei, você é uma garota incrível, que eu queria ter conhecido a muito tempo atrás, você é linda, é inteligente, dança bem, se dedica... É uma mulher de verdade. Me perdoa se eu te fiz algum m*l, me desculpa por tudo, você era a última pessoa que eu imaginava machucar, porque eu conheço a dor de um fim, e eu nunca quis causá-la. Você nunca estará sozinha, sempre estarei aí no seu coração, você sabe disso, e sei que vai encontrar um garoto, um homem perfeito para ficar contigo, você merece ainda mais do que tudo que eu poderia lhe oferecer. Obrigado por tudo, por essas semanas, você mexeu com meu psicológico, arrumou as coisas, passei a pensar e só tenho que te agradecer. Já são mais de 1 da madrugada, tenho lágrimas, mas com um pensamento intenso eu fiz as decisões, tentei escolher o melhor para mim e para você, quero que seja como sempre foi, sem receios, sem tristeza, por mais que não seja fácil. Espero que me entenda, foi difícil para mim, imagino que será assim para você também, carregarei essa minha culpa, mas espero que me perdoe... Estarei arrumando mais minha vida a cada dia, algo bom para meu coração e psicológico. Obrigado, você me deu dias inesquecíveis."

Quando falou isso comecei a chorar a sentir uma punhalada nas costas bem no meu coração, minha mãe não estava em casa para me consolar e Charlie não estava lá era melhor assim, chorei por uma hora e não conseguia parar de chorar, abraçada em um travesseiro até senti uma mão nas minhas costas, sabia que era ele e o abracei com força, me senti acolhida, não falou nada, não sei quanto tempo ficamos assim, quando parei de chorar ainda estava em seus braços, quando eu ia falar algo ele me interrompeu e disse:

- Não precisa me falar, eu já sei. Desculpa não ter chegado antes.

Apenas o olhei e sorri balançando a cabeça:

- Você precisa da minha comida para te animar, pelas minhas pesquisas posso fazer a comida do meu mundo no seu, e acho que em breve posso te levar lá.

- Como assim?

- Você é especial, pode viver nos dois mundos. Os guardiões Masters me falaram isso. É a primeira em milênios que é assim.

Apenas fiquei quieta, e fiquei imaginando como seria o mundo dele e por que faziam comida se nem sentem fome, e fomos a cozinha ele pegou algumas coisas na geladeira e na dispensa, ele foi no meu quarto e procurou alguma coisa numa parte do guarda roupa que deixei para ele, minha mãe me perguntava por que esvazie aquele pedaço, apenas disse que queria minhas coisas mais juntas e sobrou aquela parte. Ele fez uma coisa muito cheirosa ele vendou meu olhos e colocou o prato sobre a mesa tirou a venda e falou:

- tchamraaam.... essa é uma comida que criei e chamo de... hnmmm, qual era o nome...

- podia ser gororoba. - interrompi e analisei o que tinha.

Tomate, frango, um caldo estranho, foram as únicas coisas que vi. Me arrisquei e peguei o garfo e comi, é realmente gostoso, o gosto é perfeito. Ele estava me olhando e disse:

- Gororoba é um nome legal.

Ele fez apenas dois pratos, um para mim e outro para ele. Depois que jantamos limpei a cozinha e ele guardou as coisas, minha mãe me ligou e avisou que ia dormir na casa da mãe dela, pois ficou tarde e não gostava de dirigir a noite, ainda mais de tão longe. Meu pai estava viajando outra vez. Minha vó mora em Samambaia, ficava quase duas horas daqui. Tomei um banho e Charlie ficou no meu quarto, quando fui pela primeira vez vi ele com um pijama. ela um azul de seda e ele estava sem as asas, olhando de costas parecia um humano. Ele disse que comprou um para ver a sensação. Fiquei rindo e falei que precisávamos de uma festa do pijama.

Charlie amou a ideia e fizemos a festa, não durou muito tempo até eu dormir, simplesmente apaguei, sonhei com minha professora de física sendo morta, ela ia ser assassinada, invadiram a casa dela para roubar e acabou levando quatro tiros no peito. Vai ser nessa madrugada, faltava e cinco minutos.

Acordei num pulo e até Charlie se assustou:

- O que ouve?

- Me leva na casa da minha professora de física.

Ele me pegou no colo, abriu suas asas e saiu. Nunca tinha voado, fico pensando por que não nos tele transportamos.

Fiquei admirada e num piscar de olhos chegamos na casa dela, mas foi tarde, quando entrei na casa os ladrões já estavam no interior da residência, andei com muito cuidado para não fazer barulho, estava chegando no quarto e ela saiu eu a puxei e tampei a boca para não gritar:

- Não grita, vim para te salvar. Sua casa foi invadida. - sussurrei destampando a boca da professora

Ela levantou-se riu baixo e continua andando onde tinha barulho, não deu tempo de detê-la, os criminosos entrou no corredor e a viu, sem pensar ela levou os tiros no peito, eu cobri meus lábios para não gritar:

- Chefe será que tem mais gente na casa?

Esse tal chefe acendeu a luz e viu a minha sombra, eu estava atrás de um criado mudo, era meio retangular tinha duas portinhas e gavetas:

- Tem uma ali.

- Temos que mata-la!

Não sabia o que fazer, a professora ainda estava viva e ela me olhando com um olhar de como sabia. Charlie apareceu e o olhar dela mudou, era de espanto:

- Ela pode te ver? - falei confusa

- Agora sim, ela está perto da morte, vamos vou tira-la daqui. - Disse ele pegando minha mão

Quando um bandido apareceu na minha frente e apontou a arma, Charlie me tele transportou para um terraço de um prédio, não sei onde era, tudo diferente. Por que ele gosta de lugares altos?

Os bandidos ficaram surpresos, pois ela sumir dali, a professora começou a rir seus últimos riso e suspiro:

- Acho bonito?- disse Charles me abraçando por trás

- Onde estamos?

- Estamos no meu mundo.

- Que lindo!

- Ele balançou a cabeça, eu estava achando o mundo lindos não era cheia de cores claras e barulhos de carros, parecia que estava de noite, mas ele me falou que sempre era assim, o céu era cinza com azul escuro. Quis conhecer todos os lugares até os mais macabros, visitei o biblioteca, peguei um livro cheio de regras, Charlie não estava do meu lado, a primeira norma que ele foi:

" O guardião não poderá, jamais se apaixonar por um ano principalmente se protege apenas desse mundo..."

Eu ia terminar de lê, mas Charlie chega e fecho livro rapidamente:

- Vem vou te mostrar minha casa.

Ele guardou o livro e me puxou, fiquei pensando naquela regra. Mas estava no mundo dele agora.

Chegando na casa dele era lindo moraria ali para sempre, ele trancou a porta e logo veio em minha direção, eu abracei ele retribuiu, olhei para cima e nos seus lábios encontraram esse foi o melhor beijo de todos, senti que era realmente amada.

Depois de um tempo ele parou de me beijar e pediu desculpa, apenas disse que estava tudo bem. Ficamos abraçados:

- vou te levar-lá para casa.

Apenas balancei a cabeça ele beijou a minha testa e disse:

- Foi o melhor beijo, foi mágico.

- Concordo.

- Mas não podemos ficar juntos.

- É eu sei. - disse abaixando a cabeça saindo uma lágrima dos olhos.

Ele levantou e beijou meus lábios e secou as lágrimas:

- Vamos tentar fazer algo ok?

Apenas balancei a cabeça fazendo um sim.

Ele me pegou no colo me deu o último beijo e voltamos ao meu mundo, quando cai na cama minha mãe abriu a porta e percebi que já era de manhã:

- Já acordou filha?

- Sim. - falei bocejando

Percebi que era sete da manhã, a hora passava diferente no mundo dele, então acho que passei um dia todo lá e só me senti cansada quando retornei para meu mundo. Estava triste porque não podemos ficar juntos e sobre o lance que tive com o Lucas:

- Filha seu olho está meio inchado, o que ouve?

- Ele terminou comigo, mais já estou melhor.

- Minha mãe veio e me abraçou, Charlie apareceu comendo uma lata de Coca-Cola, ai que comecei a chorar, como os mundos podem ser tão injustos, nós nos gostamos é o que importa, vamos sofrer muito e nesse momento foi que percebi porque ele sumia quando estava com o outro. Já fazia um tempo, provavelmente o mesmo tempo que eu quando ele me segurou quando desmaiei:

- Não fique assim, disse que vou dar um jeito. - disse Charlie preocupado

- Filha, vou te animar! Vamos nos lugares que mais gosta, primeiro vamos tomar café no aeroporto.

Balancei a cabeça para minha mãe limpando os olhos e levantei, fui ao banheiro e me lavei, coloquei um vestido azul meio escuro e um salto preto.

Meu dia foi divertido e Charlie estava sempre ao meu lado. Primeiro tomamos café da manhã no aeroporto depois ela me levou na livraria comprei uns livros, tinha um monte para ler, mas me sentia bem comprando livros, quando tinha dado duas da tarde fomos ao shopping e minha mãe e eu fizemos compras, ri muito e me esqueci de todos os problemas.

Chegou segunda e estava cem por cento recuperada, o primeiro que vi foi o João Victor:

- Iai Alice.

- Oi João!

-Toda estilosa como sempre, não sei como consegue deixar esse uniforme assim.

- Apenas coloquei uma blusa de manga longa que é meio transparente com meu sobretudo que é da coleção da minha mãe calça jeans preta e meu all star. Nada de mais.

Charlie começou a ri, não entendi o porque, quando estava subindo a escada vi Lucas e a Juliana se abraçando e escutei vindo dele " estava com saudades" me deu um ódio muito grande, mas tive que me segurar, era h******l não estar com minhas amigas. Peguei meu celular subindo as escadas quase cai mais Charlie me segurou e ninguém percebeu, faltava dez minutos para a aula liguei para a Ana Carolina, fazia um tempo que não conversamos:

- Alô?

- Olá, Nerd popular!

- Como sabe disso?

- Conheço uma pessoa ai e ela comentou sobre você.

- Sou tão popular assim? Sexta quer dormir lá em casa? Vê com a Camila e com a Dessa.

- ok. por mim já estou confirmada!

Conversamos mais um pouco e tive que desligar, o diretor entrou na sala que era a aula de física, pois a professora tinha morrido, ele falou como o que tinha acontecido com ela e que em breve teria outro professor.

...