CAPÍTULO 4

1277 Words
ANDREZA SMITH Chego em casa e tudo está na mais completa escuridão, o que me leva a crer que meus pais já estão dormindo e meu irmão está fazendo sei lá o que com a Olivia. Amanhã, ela vai me contar direitinho que história é essa. Entro no meu quarto e vou direto para o banheiro. Preciso urgente de um banho. Quando tiro minhas roupas, constato o estrago feito na minha calcinha. Maldito, Dylan! Quem ele pensa que é para me beijar e me agarrar daquele jeito? Ele que não se atreva a chegar perto de mim, novamente. Deito na minha cama sem conseguir tirar da cabeça todas as sensações que senti, pego o celular para dar uma olhada nas minhas redes sociais e resolvo atualizar meu status. Estou furiosa. “Maldito i****a!” Para quem me conhece bem, só de ler isso vai saber que não estou para brincadeira. Fico mais um tempo olhando algumas mensagens de ex-colegas da faculdade até que recebo uma de um contato que não faço ideia quem seja. Não há nenhuma foto no perfil, mas como a minha curiosidade é grande, acabo clicando para ler. Desconhecido: “O que o tal i****a fez para merecer ser chamado de maldito?” Mas que mensagem estranha... Quem será que é? Minha curiosidade um dia ainda vai me colocar em apuros, mas vou responder mesmo assim. Andreza: “Quem é você? Não te conheço para estar dando informações da minha vida.” Quando penso em fechar o aplicativo, achando que o tal desconhecido não vai me responder, chega outra notificação. Desconhecido: “Você pode não me conhecer, mas eu te conheço muito bem.” Mas, que p***a é essa? Quem será essa pessoa? Andreza: “Bem, já que você me conhece... Por que não me diz o seu nome?” Desconhecido: "Ainda não é o momento, mas posso adiantar que acho você linda." Andreza: “Nossa, bem direto você, mas essa cantada é muito velha, posso garantir que nela, eu não caio." Desconhecido: "Tem razão, essa é velha mesmo... Acho que peguei pesado... kkk." Acabo rindo da sua resposta. Andreza: “Ainda bem que concorda. Alguma garota já caiu nela?” Desconhecido: “Você não faz ideia de quantas... kkkk. Mas já vi que é diferente e isso me deixou mais interessado ainda em você. Que tal ficarmos conversando por aqui mesmo e quem sabe, futuramente, possamos nos conhecer pessoalmente? Não se preocupe, sou um homem que vale a pena conhecer. ?" Nossa, isso agora me surpreendeu, mas, por que não? Enquanto ficar só por aqui mesmo, não vejo problema algum. É claro que não vou me encontrar nunca com um desconhecido. Andreza: “Como já tinha dito antes, você é bem direto e até um pouco convencido... Mas não vejo problema nenhum em ficarmos só na conversa." Desconhecido: “Ótimo, já dei o primeiro passo para isso... Você pode me chamar de Ghosty." Andreza: "Nossa, que nome estranho...kkk. Mas tudo bem, Ghosty, até mais, nos falamos depois. Boa noite." Vamos ver até onde isso vai... Coloco o celular de lado e logo pego no sono. Amanhã, com toda certeza, vou tentar recuperar o fracasso que foi o dia de hoje, porque Deus sabe que mereço. *** Acordo na manhã seguinte, sendo quase que derrubada da cama pelo meu irmão. Mas que droga, nem no meu dia de folga tenho paz! O que ele quer tão cedo comigo? — Carlos, espero que alguém esteja morrendo ou então que a casa esteja pegando fogo para você me acordar tão cedo. Pelo amor de Deus, o que você quer de mim? Hoje é sábado, me deixa em paz. — Preciso de um favor seu, Andreza — diz na maior tranquilidade do mundo. — Ai, Carlos, não acredito, tem que ser agora? Não pode ser depois? Não estou acreditando que ele vai me fazer levantar, mas também não posso dizer não para ele que sempre me ajuda quando preciso. — Desculpa, Andreza, mas preciso que você vá à empresa e entregue esses documentos para o Ivan. Estou morrendo de dor de cabeça, ontem não tive uma noite muito boa e acabei exagerando. Não estou em condições nenhuma de ir trabalhar, tanto que já mandei Olivia cancelar todos os meus compromissos de hoje. Antes que pergunte, não posso mandar nada disso pelo motorista, são documentos confidenciais e só confio em você. Isso só pode ser brincadeira! — Você vai ficar me devendo uma, Carlos. — Levanto já p**a de raiva, mas quando olho para a sua cara de ressaca me lembro de algo. — E que diabos deu em você ontem para sair com a Olivia daquele jeito? O que foi, ficou louco? Ele respira fundo. — Andreza, não estou com cabeça para essa conversa agora. Mas vou te falar uma coisa, Olivia é muito inocente para frequentar um lugar como aquele. Ela não tem costume de sair por aí paquerando que nem você faz, então evite ir com ela naquele tipo de lugar. Eu sinto vontade de gargalhar da cara dele. Será que é da mesma Olivia que estamos falando? Como já disse antes, ela não é doida, mas também não é tão santa assim como ele está pensando. — Carlos, meu querido irmão, acho que está redondamente equivocado. Olivia e eu sempre saímos juntas e posso garantir que ela é muito boa em pegar gatinhos. Ela não passa dos amassos, mas pegar homem bonito quando saímos, ela pega. Meu irmão muda de cor quando falo isso e bufa feito um touro bravo. — Chega desse assunto, Andreza, levante-se e leve os documentos para a empresa. Lembre-se, esses documentos têm que ser entregues nas mãos do Ivan. Entregue somente a ele e a mais ninguém. — Joga a pasta de couro com o logo do grupo Smith, simbolizando que são documentos confidenciais, em cima de mim. — Fazer o quê, né? Só você mesmo para me fazer ir até à empresa hoje. Vou até o banheiro, tomo banho e faço a minha higiene pessoal. Quando já estou no closet, resolvo vestir algo mais casual, já que não irei lá para trabalhar. Visto um macaquinho azul-marinho de um tecido bem leve que vai até o meio das minhas coxas com uma sandália de saltinho. Faço uma maquiagem leve, nada muito exagerado já que estou morrendo de preguiça, mas ao me olhar no espelho, gosto da imagem que vejo. Desço para tomar café, cumprimento papai e mamãe, e saio rapidamente em direção à garagem. Entro no meu carro e sigo rumo à empresa. Em menos de trinta minutos, chego ao grandioso e imponente prédio do grupo Smith. Estaciono o carro em uma das vagas exclusivas para funcionários da presidência e saio com a pasta de documentos em mãos. Entro direto no elevador privativo do Ivan e como todos me conhecem, ninguém tem coragem de me barrar. Eles que ousem fazer isso, sou tão dona disso tudo aqui quanto meu primo. Quando chego ao andar da presidência cumprimento a secretária do Ivan que por sinal é bonita demais para o meu gosto. — O Ivan está no escritório? Preciso entregar esses documentos pessoalmente a ele. Ela me olha com uma cara de p*****a. — No momento, o senhor Smith está ocupado, mas a senhorita pode deixar a pasta comigo que assim que ele desocupar, eu mesma entrego. Oh, mulherzinha debochada! — Minha querida, isso aqui está muito além da sua responsabilidade. Pode deixar que eu entrego a ele. Não deixo a mulher responder e entro na sala do meu primo sem ao menos bater à porta. Assim que entro na sala, me arrependo amargamente de ter feito isso.
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