Capítulo 6

1006 Words
*Brenda narrando* Eu estava sentada na sacada do nosso apartamento com uma xícara de chá na mão, enrolada em minha coberta olhando ao longe pensando em minha vida, ela, minha vida, não era nem um pouco como imaginei que seria quando terminasse a faculdade, imaginei muitas possibilidades e nenhuma delas se quer passou perto do que estou vivendo atualmente, mas não estava r**m. - Aquele barzinho de ontem até que era legal. - Alicia comentou entrando na sacada e sentando na cadeira do lado oposto ao qual eu estava. - Sim, aquela balada pela qual passamos também parecia muito boa. - Comentei tomando um gole do meu chá, o lugar tinha uma enorme fila, o pouco que ouvimos da música parecia ser muito boa e o ambiente era discreto e aparentemente agradável. - Podíamos ir lá hoje, vamos chamar Emma. - Alicia pegou seu telefone. - Emma está casada Ali. - Falei a encarando. - Mas não está morta e Lucian anda se divertindo muito por aí. - Peguei meu telefone e suspirei. - Vou ligar pra ela! - Era só uma balada, o que poderia acontecer? Muita coisa, muita coisa poderia acontecer. Escolhi um conjunto de calça e top branco, deixei meu cabelo solto e passei um batom vermelho. - Vestida para m***r, puritana mas nem tanto. - Alicia brincou quando me viu chegar na sala. Revirei os olhos para ela. - Vamos, antes que eu desista. - Emma estava chamando o táxi, apesar da balada ser próxima a nosso apartamento não era bom andar de salto. O lugar dava de dez a zero nas festas universitárias que frequentávamos normalmente, tinha uma decoração legal, a bebida era boa, a música era boa. Eu havia perdido as contas de quanto já havia bebido, quando um segurança se aproximou. - O senhor Simons está convidando as senhoritas para o camarote dele. - O segurança apontou para cima e o homem acenou para nós, meus olhos brilharam. - Vamos lá amiga, por favor. - Pedi segurando o braço de Emma, Alicia concordou que deveríamos ir ver o que ele queria, então seguimos o segurança. Haviam algumas pessoas as quais eu não conhecia, além de Lucian, Erick e Albert. Ele e Emma conversavam algo enquanto eu olhava ao redor, me aproximei da grade de p******o observando as pessoas lá em baixo. - Aqui é mais tranquilo, você aproveita o ambiente com segurança. - Albert brincou se aproximando. - Não tenho problemas com multidão, gosto quando tem muita gente. - Levei o canudo da minha bebida até a boca e sorri para ele, Albert me deu um sorriso largo e tomou um gole de sua bebida. - Eu jurava que você seria mais calma, você parece ser mais tranquila. - Eu ri, Alicia dizia que eu tinha cara de puritana. - Isso não me impede de gostar de festas. - Retruquei da mesma forma que sempre fazia com ela. - Touche. - Albert apontou o dedo para o próprio peito. - Tem mais alguma suposição sobre mim? - Perguntei me debruçando sobre o guarda corpo. - Tem cara de quem gosta de filme de romance, ler livros, flores e música lenta. - Me analisou. - Estava indo tão bem, mas gosto de músicas que me dão vontade de dançar. - Era a bebida falando por mim quando comecei a me mover de acordo com o ritmo da música. Albert segurou levemente em minha cintura. - Não sou alguém que você possa provocar dessa maneira honey. - Sua voz era profunda e rouca, eu estava apenas dançando, o encarei confusa. - Esse seu olhar inocente não ajuda em nada. - Grunhiu passando a mão por meu rosto. - Arrumem um quarto! - Ouvi Erick gritar e me afastei, olhei para o lado e uffa, não era para nós. Albert não disse muito o restante do tempo, apenas observei a multidão, dancei e bebi. Senti minha cabeça pesada e quando dei por mim já era tarde de mais, eu estava extremamente bebada. Acordei com um barulhinho chato, insistente, estiquei o braço para pegar meu celular e o coloquei na orelha. - Alô. - Atendi sem olhar o identificador de chamadas, minha voz era baixa e sonolenta. - Oi, como você está? - Tirei o telefone da orelha e observei o identificador de chamadas, só pra ter certeza de que não estava dormindo. - Estou bem, e você? - Perguntei para Albert. - Você tomou o remédio que deixei? - Remédio? Como ele pode deixar remédio aqui? - Você não se lembra! - Albert concluiu e o pânico invadiu meu peito, do que eu não me lembrava? Olhei para baixo e estava em uma camiseta e calça de moletom, havia na mesinha de canto um remédio e copo de água, Óh céus, o que foi que eu fiz? - Nós, hmm... - Não Brenda, nós não! - Ele riu. - Você estava muito bebada, precisei trocar sua roupa porque vomitou nela, tome o remédio vai lhe fazer bem. - Suspirei aliviada. - Obrigada Albert. - Agradeci sinceramente, mas estava morrendo de vergonha. - Você costuma beber dessa maneira em lugares públicos? Com estranhos? Não sabe o perigo que corre menina! - Suspirei. - Foi somente dessa vez. - Minha voz saiu como um fio. - Assim espero. - Ele sequer se despediu, desligou o telefone e eu fiquei ali absorvendo a informação. Óh meu Deus, Albert me viu nua! Enterrei o rosto no travesseiro de vergonha. - Estúpida, estúpida, mil vezes estúpida. - Fiquei ali praguejando por alguns minutos até ouvir a porta do meu quarto ser aberta. - Você anotou a placa? - Alicia perguntou ascendendo a luz. - Que placa? - Questionei confusa. - Do caminhão que te atropelou, Brenda você está péssima. - Joguei o travesseiro em su direção. - Obrigada Ali, ainda bem que posso dizer o mesmo. - Mostrei a língua para ela. - Emma ligou, temos que ir trabalhar. - Alicia concluiu. - Hoje? - Perguntei. - Agora! - E tudo o que eu queria era chorar.
Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD