* Brenda narrando *
Albert e eu voltamos as boas graças, nos falávamos todos os dias, as vezes ele vinha me ver a noite ou saíamos para almoçar, quando estava em campo em alguma missão tentava manter contato para que eu não ficasse apreensiva e isso estava nos aproximando cada vez mais.
Era final de tarde, quase de noite, eu estava correndo no parque próximo de casa quando senti que alguém estava me seguindo, olhei para trás, mas não havia ninguém, porém era um parque, a pessoa poderia ter se escondido. Apressei o passo e corri o mais rápido que pude para me juntar as outras pessoas, meu telefone tocou e eu o atendi através do meu relógio, estava de fone.
- Não acho que possa falar agora. - Falei ofegante, eu ainda corria, já podia ver o final da trilha e comecei a correr mais rápido ainda, olhei para trás e vi apenas uma sombra, eu realmente estava sendo seguida.
- O que aconteceu? - A voz de Albert veio do outro lado da linha e ele parecia preocupado.
- Estou correndo no parque próximo de casa, na trilha norte, e estou sendo seguida. - Só mais um pouco. Repeti para mim mesma.
- Estou chegando Brenda, continue correndo. - Alcancei a saída da trilha mas ainda estava em meio as arvores distante das outras pessoas, senti uma fisgada em minha panturrilha.
- d***a! - Era cãibra.
- Calma, eu só quero conversar. - Um homem, aparentemente com roupa de corrida também, saiu da trilha e veio em minha direção, minha panturrilha doía e eu não conseguia mais correr. - Te vejo correndo aqui sempre. - Ele me olhou de cima a baixo. - Eu sou Bryan. - Meu coração estava quase saindo pela boca.
- Se queria apenas conversar por que estava se esgueirando na trilha? - Dei alguns passos ainda de costas para ele, tentando manter a distância.
- Não achei apropriado te abordar lá, sozinha, poderia se assustar. - Um sorriso intimidador surgiu em seus lábios. - E qual seu nome?
- Desculpe, não estou interessada em conhecer ninguém. - Falei segurando minha perna.
- Está com algum problema? Eu posso te ajudar. - Ele insistiu encurtando a distância entre nós.
- Não. - Antes que eu pudesse terminar de falar ele se aproximou ainda mais, eu sabia que ele não pretendia nada de bom, olhou ao redor para verificar se havia alguém nos olhando.
- Vamos, não tem ninguém aqui, quem poderá te ajudar além de mim? Seja boazinha e colabore. - O pânico tomou conta de mim, mas antes que eu pudesse gritar ouvi uma arma ser engatilhada.
- Mãos na cabeça, pro chão agora! - Jeremy gritou enquanto Albert correu em minha direção.
- Você está bem? - Ele perguntou me pegando em seus braços, apenas gesticulei com a cabeça antes de soltar um soluço.
- Ele-Ele estava me seguindo, eu tentei correr mas tive cãibra, ele disse para colaborar, eu, eu ia gritar. - Falei entre soluços.
- Shii, está tudo bem, estou aqui. - Albert acariciou minhas costas enquanto Jeremy algemava o homem.
- Como chegou aqui tão rápido? - Questionei limpando as lágrimas.
- Eu estava em frente sua casa, ia te chamar para ir assistir a luta na delegacia. - Albert afagava meus cabelos.
- Que luta? - Questionei.
- Dos novatos. - Jeremy disse animado puxando o homem do chão. - Você vai ter que ir prestar queixa mesmo, já fica para assistir a luta.
Albert massageou minha panturrilha, a dor amenizou e eu já conseguia pisar, ele queria me carregar mas eu o impedi.
- De jeito nenhum. - Falei andando, ainda mancando.
Quando chegamos do lado de fora, havia outra viatura, essa levou o homem algemado, Albert se aproximou e conversou com os policiais, gesticulou em minha direção e então voltou.
- Vamos. - Ele abriu a porta do carro para mim, era o carro dele, Jeremy sentou no banco de trás.
- Você sempre corre assim? - Eles questionou, eu fiquei confusa e então ele se virou para mim encarando minha roupa.
- Sim, é uma roupa de corrida, esperava que eu corresse como? - Perguntei e então me virei para ele. - Está me culpando? Por causa da minha roupa? - Albert freou o carro de uma vez, Jeremy bateu a cabeça no banco e xingou.
- Escute Brenda, nunca mais repita isso, em toda a sua vida, você poderia estar de biquini que aquele homem não teria o direito de lhe insinuar nada. Entendeu! Mas eu sou ciumento, a roupa não é um convite, mas marca de mais, e no momento está marcando o que é meu. - Óh, meu, Deus! Eu fiquei sem palavras, olhei de esgueiro para Jeremy que esfregava a testa ainda, uma hora Albert diz que somos apenas amigos, e agora estava dizendo que eu era dele?
Eu estava em uma legging azul clara, um top da mesma cor e uma blusa de frio curta amarela por cima, meu cabelo estava preso em um r**o de cavalo, assim que chegamos a delegacia, desci do carro com a ajuda de Albert, quando passamos pela porta todos os olhares se voltaram para nós. Me senti desconfortável e abracei meu próprio corpo, então senti as mãos de Albert em minhas costas e ai sim os burburinhos aumentaram.
- Não estão te encarando pela roupa. - Ele falou em meu ouvido. - Estão te encarando por estar comigo. - Então Albert envolveu o braço em minha cintura e me guiou pelo corredor e eu tinha certeza que deveria estar vermelha de vergonha.