Capítulo 25

1045 Words
-Albert narrando- Após uma semana muito conturbada, conseguimos finalmente deixar aquele apartamento antes que eu cometesse alguma loucura, estava em casa com os pés para cima pensando na vida e passando minhas redes sociais quando uma foto me chamou a atenção, era uma foto de Brenda, ela parecia radiante, estava em uma saia rodada e cropped, tinha uma taça de vinho na mão e seu sorriso casto de sempre, me demorei observando a foto dela por alguns minutos até tomar coragem de curtir e comentar “Linda”, ela havia respondido os elogios dos outros comentários a menos de um minuto atrás, mas não respondeu o meu, talvez não estivesse com o celular em mãos, mas então um outro comentário surgiu. “Maravilhosa como sempre” O homem comentou, ela respondeu “Obrigada, são seus olhos” e uma carinha piscando, eu tinha duas certezas naquele momento, 1 - Brenda estava brava comigo por ter sumido, 2- ela estava flertando com outros homens, o pensamento dela com outro fez meu coração bater tão rápido que quase podia senti-lo saltar de meu peito, peguei meu telefone sem pensar e disquei o número de Brenda, a primeira vez a ligação foi rejeitada, o que só me deixou mais irritado, disquei novamente, a segunda vez tocou até cair na caixa postal e na terceira tentativa o celular estava desligado. Voltei para a foto, mostrava que ela estava aparentemente em um bar, como bom policial que sou analisei cada canto daquela foto e então descobri parte do letreiro do local, já sabia onde ela estava, pulei do sofá, troquei de roupa correndo e fui em direção a garagem. Por que eu estava fazendo isso? Eu não sabia! Eu não tinha direito nenhum de estar zangado, mas eu estava e muito naquele momento. *Brenda narrando* Já havia me acostumado com a ideia de Albert ter esquecido da minha existência, eram quatro dias sem notícias dele, quatro dias sem se quer uma mensagem. Estava andando distraída pelas ruas do centro, olhando a vitrine das lojas, quando me virei para frente e esbarrei em algo. - Desculpe. – Falei levando a mão a testa, ainda sem encarar a pessoa em minha frente. - Brenda? – Uma voz um tanto quanto familiar me chamou, eu reconhecia a voz mas parecia estar diferente, encarei os sapatos da pessoa a minha frente enquanto subia lentamente o olhar, quando cheguei em seu rosto fiquei petrificada. – Be, é você mesmo? - Dilan! – Não podia acreditar no que meus olhos estavam vendo, era mesmo Dilan, ele estava mais forte, vestido formalmente em um terno e sua voz estava mais grave, eu permanecia em completo transe quando então fui tomada em um abraço. - Nossa, não posso acreditar que é você. Nossa! – Ele dizia parecendo chocado. – Estive em nossa cidade a algum tempo, as meninas disseram que depois da escola perderam contato, você não voltou mais lá. Ele ainda não havia me soltado, um cheiro familiar inundou minhas narinas, uma sensação completamente estranha e diferente tomou conta de mim, eu estava sem reação. - Desculpe. - Ele disse me soltando e me recompondo. - Mil desculpas Brenda, eu não queria te assustar, eu só estou surpreso. - Tudo bem. - Falei sorrindo e o abraçando novamente. - Eu só fiquei sem reação, eu nunca imaginei que nos veríamos de novo. - Disse e o soltei. - Pensou que iria se livrar de mim? Eu fiz uma promessa para você, lembra? Prometi que voltaria! - Minha mandíbula tensionou, encarei Dilan espantada. - Podemos tomar um café? - Ele perguntou apontando para a cafeteria ao nosso lado. - Você tem tempo para um velho amigo? - Apenas confirmei com um aceno. Entramos no café e nos sentamos em uma mesa bem no fundo, Dilan pediu um café forte sem açúcar para ele e um capuccino para mim. - Você ainda gosta? - Perguntou depois de fazer o pedido. - Sim. - Respondi sorrindo. - Ainda gosto. - Abaixei a cabeça para não encara-lo, eu estava me sentindo um pouco desconfortável, pensei que nunca mais o veria, passei por todas as fases do luto após o fim do nosso relacionamento. - Seu sorriso continua o mesmo Be. - Ele falou, e quando levantei o rosto para encara-lo ele parecia aéreo. - Eu nunca deixei de pensar em você durante todo esse tempo. E como anda a vida? - Ele perguntou depois de um tempo, acho que percebeu que a conversa se tornaria estranha se fosse por esse caminho. - Me formei em economia. - Falei erguendo o punho em sinal de vitória. - Trabalho em uma multinacional como assistente atualmente e moro com minhas amigas. - Respondi tomando um gole da minha bebida que o garçom havia acabado de trazer. - E você? - Me formei em medicina, terminei o curso com honras, terminei minha pós em neurocirurgiã e estou me estabelecendo em um hospital muito bom. - Ele disse tomando um gole de seu café, seus olhos nunca deixaram o meu. - E você, bem, tem alguém? Conheceu alguém? - Perguntou meio sem jeito, minha mão parou no ar? Retornei a xícara para a mesa. O que eu responderia? Eu conheci alguém? Sim! Eu tenho alguém? Com certeza não, apenas conheci alguém que desgraçou meu psicológico. - Tudo bem Be? - Ele perguntou e então parou por um minuto. - Tudo bem se eu te chamar de Be? - Ele questionou coçando a cabeça. - Claro que sim, não tem problema. - Falei dando a ele meu melhor sorriso. - Não tenho ninguém, estava apenas pensando em sua pergunta. - Pude ver um sorriso se formar no rosto de Dilan. - Fico feliz em saber Brenda, quero que saiba que eu nunca deixei de pensar em você, eu prometi que voltaria para você e eu voltei, mas infelizmente você não estava lá. - Dilan disse parecendo um pouco chateado. - A vida seguiu Dilan, não é como se eu fosse permanecer naquela cidadezinha te esperando para sempre, sem garantia nenhuma que você voltaria. - Falei suspirando. - Eu nunca esperaria isso Be, mas estou feliz que eu tenha te encontrado, acredito que de um jeito ou de outro tudo que é nosso volta para a gente.
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