Duas semanas depois...
A cada dia que passa sinto um ciúme incontrolável por ver Gustavo com Scarlet, eles não estão muito próximos, mas quando se gosta de alguém é muito difícil não demonstrar de alguma forma o que sente.
Olho para ele sentado atrás da cadeira dela na sala de aula, ambos estão rindo e cochichando algo um no ouvido de outro, isso já está ficando insustentável.
- Professor estou tentando fazer o trabalho mas não consigo me concentrar com esse falatório - por incrível que pareça eles são os únicos que estavam falando.
Scarlet me dá uma olhada mortal. Ui, que medo.
- Scarlet e Gustavo - o professor chama a atenção dos dois - parem de conversar.
- Você adoraria estar no meu lugar, não é vaca? - ela ri.
- Vaca? Pensando bem, eu acho que você está tão acostumada que até tem lingerie em homenagem - Falo em sarcasmo.
- Você ainda vai me pagar Melanie Adams.
- Chega! - o professor começa o discurso e finalmente o sinal toca.
- Ela acha que foi você - Julia fala, guardando o material.
- Pouco me importo - pego minhas coisas e saímos juntas da sala.
Scarlet e Gustavo já sumiram do meu campo de visão, provavelmente devem estar se pegando por aí. Triste verdade.
- Está certa, mas quem fez isso deve se importar. São poucas as pessoas que desafiam Scarlet Dobrev.
- Tem toda razão.
O motorista estava atrasado quase meia hora, cansamos de esperar e fomos à pé.
Já estávamos chegando em casa.
- Ei
Olhamos para trás, era Vitor e Bernardo.
- Ai não.
- Tenta ser legal com ele - Julia fala.
Vitor já chega dando um beijo em Julia.
Bernardo me dá um beijinho no canto da boca e eu me sinto desconfortável. Não temos i********e para isso.
- Foi m*l não resisti - ele fala em meu ouvido.
- Não resistiu ao quê? - Vitor pergunta, rindo.
- A nada - respondo - Vocês vieram pra esse lado por quê? Se a casa de vocês é na rua de lá? - pergunto.
- Eu queria ver a minha linda - Vitor fala, caminhando com Julia na frente.
- E eu queria te ver - Bernardo fala.
- Ata - dou um sorriso fraco, começo a andar e ele me acompanha.
- O que vai fazer hoje à noite?
Ele vai me chamar pra sair. Preciso de uma desculpa porque hoje eu nada. Bernardo é legal, mas não sinto química, não é natural.
- Não tenho nada pra fazer - Decido ser legal com ele, é melhor do que ficar chorando por um garoto que não está me dando valor. É fácil falar isso, mas na maioria das vezes eu faço o contrário.
- Perfeito. Vamos sair comigo?
- Passa aqui em casa que horas? - Falo, abrindo meu portão.
- Às 20h - ele fala.
- Combinado - Dou um beijo no rosto dele e entro.
Como ainda é cedo, meu pai está na empresa trabalhando, e hoje minha mãe está de folga.
- Oi mãe .
- Oi filha - ela estava cozinhando - Como foi a aula?
- Chata - falo, roubando uma batata frita.
- Você sempre fala isso.
- Porque sempre é chata - sorrio.
- Tem alguém te esperando no seu quarto.
- Quem?
- Vai lá ver - ela dá uma piscadinha.
Jogo a mochila no sofá e subo as escadas. A porta do quarto está aberta, logo vejo quem é.