Sim, eu não consegui dormir essa noite. O motivo? O i****a do Gustavo saiu com a garota mais rodada do colégio, e se quer saber eu senti mais ciúmes do que deveria.
Por que não mandamos no coração? Seria tão mais fácil...
A verdade é que não sei se vou suportar ver ele junto com outra, uma hora irei acabar contando o que sinto, e o que mais me deixa com medo é saber sua reação, eu nunca quero perder a amizade que construímos.
— O que você tem Mel? — Julia, minha melhor amiga, perguntou — Você não prestou atenção em nada do que a professora falou. É ele, não é?
Ela sabe de toda minha história com o Gus, inclusive também é amiga dele, já me aconselhou várias vezes a confessar o que sinto mas infelizmente não tenho essa coragem.
— Você me conhece muito bem né?! — abaixei a cabeça — é ele, sempre foi.
O sinal toca.
— Vem,vamos conversando no caminho para casa.
Saímos da escola e seguimos andando.
— O Gus a Scarlet estão juntos — falo — e consequentemente nenhum dos dois vieram à escola hoje.
— Eu acho que você precisa dar oportunidade para outro alguém. Mel, você sofre por ele e eu acho que ele nunca percebeu que você gosta dele. Por que você não conta?
— Você sabe que eu não quero acabar com a nossa amizade, mas eu reconheço que preciso criar forças pra contar — suspiro.
Um carro para em nossa frente e abaixa o vidro. É o Gus e a Scarlet. Contenho minha vontade de chorar e engulo seco a vontade de grudar no pescoço dela. Esboço um sorriso e aceno.
— Bem bonito né Gustavo faltando aula — provoco.
— Pois é irmã — ah, qual é tinha que me chamar de "irmã" ? — infelizmente hoje não deu.
Ele sorri pra Scarlet.
— Percebemos né — Júlia fala.
Mais tarde...
Sento-me em um banco do meu quintal. Já anoiteceu. Olho o céu estrelado e novamente as lembranças invadem meus pensamentos. Costumávamos vir nesse jardim, deitar na grama e olhar as estrelas.
"— Mel o que você quer ser quando crescer?
— Eu quero ser médica — respondo — e você?
Ele se aproxima e entrelaça nossas mãos.
— Eu também. Você não acha que combinamos em tudo?
— Eu não sei de onde você tira essas coisas Gus— sorrio."
— Mel, você ta aí? — é a voz dele.
Enxugo as lágrimas e respondo:
— Sim, aqui no jardim — falo tentando não demonstrar que estava chorando.
Ele se senta ao meu lado.
— Noite linda né? — sorriu — estava com saudades, vem aqui minha linda.
Ele se aproxima e me abraça. Eu ameaço soltar mas ele continua me abraçando. É incrível a sensação de estar dentro de seus braços, eu não sairia daqui por nada. Posso sentir a maneira em que nossos corações pulsam da mesma forma e compasso.
Ele me afasta e olha em meus olhos.
— Por que estava chorando?
— Por nada — dou um sorriso fraco.
— Quem foi o b****a que te machucou? — pergunta.
Será que ele não percebe? Não é possível.
— Eu preciso te contar uma coisa que guardo há muito tempo — falo.
— Eu imaginava que queria falar comigo — ele limpa minhas lágrimas — mas eu também sinto o que sente.
— Sente? E nunca me contou? Gus, eu não aguentava mais esconder.
— Eu também estou gostando de alguém mas não sei como contar.
As palavras dele surgem como golpes no meu coração. É o fim.
— Ah. Você acha que estou gostando de alguém...
Desisto de contar.
— É, mas não quero ver você sofrendo por amor — diz — vem que eu vou te levar no seu quarto maninha.