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Aluga-se Amor

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Blurb

Conheça Jade, uma inteligente acompanhante de aluguel em apuros financeiros. O final do ano traz um declínio nos negócios, deixando Jade desesperada. Entretanto, uma oportunidade inesperada surge quando um jovem lhe faz uma proposta: uma quantia de dinheiro que ela jamais viu em troca de uma semana como sua namorada durante a semana do Natal. Jade hesita, mas o dinheiro fácil é tentador. À medida que ela mergulha no mundo da família natalina e elitista de Theo, Jade logo descobre que essa semana não será tão simples como imaginava

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CAPITULO 1
— O pior dia da minha vida. — Jade murmurou baixinho. O que me faz questionar, esse é mesmo o pior dia da vida de Jade? Pior do que quando sua inimiga de infância, Emily Victória, colou um chiclete no seu cabelo e ela teve que cortar a franja muito curta, e assim, usou chapéus e gorros durante meses? Pior do que quando o seu até então sumido pai, esqueceu de buscá-la, e Jade, de 11 anos, vestida no seu vestido preferido, ficou horas o esperando? E será que, era pior do que quando todas as garotas da sua sala se juntaram para jogar ovos em Jade, apenas para humilhá-la, no dia do seu aniversário? E quando Jade teve que refazer seu TCC inteiro, pois foi assaltada faltando dias para a entrega do trabalho? Mas Jade estava convencida, esse é o pior dia de sua vida. Sentada no chão da rodoviária, o lugar mais nojento do mundo, ela chora enquanto espera a partida do seu ônibus. Em meia hora, Jade quer estar de volta ao Rio de Janeiro, bem longe de onde está agora. Encharcada não só de lágrimas, mas de chuva, afinal, o tempo r**m não iria impedir a fuga de uma garota magoada, e incrivelmente determinada a estar o mais longe possível de um certo rapaz. E o pior? Mesmo sendo formada em psicologia, Jade se culpava pelo que aconteceu, afinal, segundo ela, esse é o final que ela merecia para a vida que levava e por acreditar em uma coisa boba como a "magia do Natal." Mas, caro leitor, para contar essa história direito, teremos que voltar algumas semanas. Teremos que voltar para o dia que tudo começou. Duas semanas antes, quando Jade ainda era uma inocente acompanhante de aluguel. Anteriormente Era uma quinta-feira ensolarada de dezembro, como de costume no Rio de Janeiro. Vestida num vestido vermelho justo, porém cobrindo tudo que ela gostava no seu corpo, inclusive suas pernas, e uma maquiagem incrível feita por ela mesma, Jade entrava na BMW que estava à sua espera. O rapaz que dirigia era apenas um cliente. André Lucas, um homem rico de trinta e poucos anos que solicitou os serviços de Jade. E naquela noite, ela não era Jade. Era Virgínia. Uma garota bonita que André Lucas conheceu numa pequena festa e aceitou seu convite. Ao entrar no carro, Jade colocou o cinto e notou que o rapaz suava e batucava os dedos freneticamente no volante. Jade já havia tido clientes nervosos antes, ela sabia muito bem como lidar com isso. —Bonito terno. — Jade, gentilmente, ajeitou a gola de André Lucas, lançando a ele um olhar acolhedor—Essa pode ser sua primeira vez, mas eu faço isso há um ano, não precisa ficar nervoso, não tem nada demais, você só precisa de uma garota bonita e educada para lhe acompanhar em um evento, causar boa impressão para seu chefe e a família dele e lhe garantir a imagem de cara incrível. André Lucas assente, mas não para Jade. O homem parece estar tentando convencer a si mesmo com as palavras de Jade. —Ninguém vai saber que eu paguei você pra isso, não é, Jade? Isso botaria tudo a perder. —André Lucas se mexe no banco de couro, desconfortável. Jade observa seu novo cliente, questionando se deve mesmo continuar esse trabalho. Após um ano inteiro trabalhando como acompanhante de aluguel, Jade se tornou quase que uma profissional e para ela, a discrição é a coisa mais importante no seu trabalho. Um cliente nervoso pode arruinar tudo, e com certeza não vale os 550,00 por hora que ela cobra. —Eu não sou Jade. Eu sou Virgínia. Nos conhecemos há três meses, nos amamos, mas ainda não falamos um para o outro, o que nos torna íntimos, porém inseguros. Resumidamente, vamos ser o casal mais fofo daquele lugar. E depois dessa noite, nunca mais aquelas pessoas vão ver a Virgínia. É assim que eu trabalho. André Lucas respira fundo. —Certo. Vamos ficar lá por 4 horas, é o que eu posso pagar, então vou pagar adiantado. Jade fez a conta mentalmente. 2200 reais por uma noite. Não seria o bastante para o que ela precisa, mas era uma grande ajuda. Geralmente ela fazia de 2 a 3 horas por semana. Não é um negócio que possa ser muito divulgado, e muito menos por indicação. Jade tinha um anúncio anônimo e é apenas por isso que ela conseguia clientes. E a maioria ligava apenas por informações. Jade entrega um cartão a André Lucas. Simples, branco e sem nada escrito, com apenas uma coisa: um QR code para o p*******o. —Estamos prontos para as regras. — Jade esperou o seu cliente terminar a transação para então continuar, quando tem toda atenção dele. —Regra número 1: Você não me beija. Se eu achar que é necessário um beijo para fins profissionais, eu faço. Regra número 2: Não me toque em nenhuma área proibida. Regra número 3: Esse trabalho não inclui s**o. Não sou uma p********a, eu não vendo meu corpo, eu vendo minha companhia, meu carisma e minha beleza. Na quebra de qualquer uma dessas regras, não hesitarei em humilhá-lo publicamente da pior forma possível. Estamos entendidos? André Lucas assente. Jade recebeu a notificação no seu celular que o trabalho está p**o. Ela então respirou fundo e se preparou para mais um trabalho. Durante o caminho, Jade juntou todas as informações possíveis sobre as pessoas que ela encontraria. O evento era um jantar na casa do chefe de André Lucas. Um evento simples, mas com um objetivo escondido. Escolher o novo sócio da empresa. Entre os candidatos, André Lucas apontou que seu chefe estava entre três. Samia Khoury, Diego Marques e André Lucas. Jade era essencial nessa missão, ela sabia disso. A família tradicional do chefe, ou ao menos é o que aparenta, deveriam ser convencidos que André Lucas também era um homem tradicional. A casa do chefe de André Lucas ficava na saída da cidade. Um lugar para poucos, com certeza nem se comparava ao pequeno apartamento de 1 quarto que Jade tinha no centro da cidade. O sol se punha delicadamente em cores laranja e rosa, que Jade sabia bem que mesmo que fosse lindo, significava uma coisa: poluição. É por essas e outras que Jade sempre procurava ser o mais ambientalista possível. E lá estava a casa, bem à frente de Jade, uma casa maior do que ela poderia sonhar em ter algum dia, com uma garagem imensa com diversos carros estacionados. André Lucas estacionou ao lado de um Camaro preto que fez Jade questionar seu diploma em psicologia. O rapaz, como um perfeito cavalheiro, saiu primeiro e abriu a porta do carro para Jade. Ela, com a delicadeza que aprendeu com esse trabalho, saiu do carro e seguiu André Lucas até a porta da frente. No caminho, as luzes e decorações de Natal chamaram a atenção de Jade. Ela nunca foi uma pessoa muito natalina, e por que seria? Seu pai a abandonou quando bebê, não tem avós vivos, nem irmãos ou primos. Sempre fora ela e sua mãe, que apesar de ser uma boa mãe, nunca fez do Natal, presente na vida de Jade. E agora, na metade do mês de dezembro, Jade lembrou que passaria mais um Natal sozinha. Sua mãe mora em outro estado e tem uma nova vida com o novo marido, Jade não tem família, não tem amigos próximos o suficiente. É ela por ela. —Todos já chegaram. —André Lucas avisa a Jade, tirando ela de seus pensamentos um tanto tristes. Jade consegue ver pelas paredes de vidro da casa, um total de 9 pessoas. Um homem mais velho, mais à v*****e nas vestimentas, parece ser o chefe de André Lucas. Ao seu lado, uma bela mulher de cabelos escuros e bem escovados, usando uma maquiagem básica, mas com lindas jóias enfeitando as orelhas e o b***o. Mais a frente, há 4 homens e 3 mulheres. André Lucas abre a porta da casa para Jade, e eles são recebidos pela mulher de cabelos escuros. —André Lucas chegou! Estão todos aqui, entrem por favor, fiquem à v*****e. — A mulher se vira para Jade, estudando-a de cima a baixo. —Muito prazer, me chamo Elisandra, o André não falou que traria alguém. — A mulher de cabelos escuros não disfarça o incômodo na voz. André Lucas, após paralisar por alguns segundos, toma a frente da situação. —Essa é minha namorada, Virgínia. Meu bem, essa é a mulher do meu chefe, e aquele é meu chefe. — André Lucas aponta para o cara mais velho. Jade observa o homem e decide que está na hora de tentar impressioná-los. Ela caminha devagar até o chefe do seu par, que a olha impressionado. —Muito prazer, senhor, André Lucas me falou muito sobre vocês, sinto como se até já os conhecessem. — O chefe, cumprimenta Jade gentilmente. Jade observa as pessoas na sala. Dentre os 4 homens, um deles chama a atenção de Jade. Ele não está tão presente na sala quanto os outros. A pele morena, cabelo curto, olhos castanhos e um rosto abençoado por anjos. É assim que Jade descreveria o homem no fundo da sala. Ele está com toda sua atenção no celular, nem sequer percebeu Jade entrar, o que é raro. No momento que Jade colocou os pés na sala, todos os outros olhos se voltaram para ela. Jade sabe que é bonita, e ela não esconde isso, muito pelo contrário, ela usa a seu favor. Por isso, aquele homem a intrigou. Mas Jade sabe que ele não é uma das pessoas que precisa impressionar, então ela manteve a atenção nas outras pessoas da sala e fez sua mágica. Durante uma breve conversa com a mulher do chefe, Jade descobriu inúmeras coisas em comum...na verdade, Virgínia descobriu. Jade por si só, não se interessava em confeitaria, crochê ou dieta de grãos e cereais. Com certeza, absoluta, sem nenhuma dúvida, Jade odiava esse último. Após marcar diversos planos com a mulher do chefe, Jade partiu para o verdadeiro ataque. Numa conversa só de homens, Jade entrou como quem não quer nada e pôs sua pesquisa em prática. Jade não era fã de futebol ou boxe, mas Virgínia era. Virginia foi a diversos jogos e já teve um dente jogado aos seus pés durante uma luta que assistiu. Jade era uma feminista, mas Virgínia ria de piadas machistas e contava algumas piores. E Virginia tinha um namorado excelente, que ela elogiou tanto que fez todos os homens daquele lugar, sentirem inveja. Bom, quase todos. O rapaz bonito ainda estava afastado e recluso. Finalmente chegou a hora do jantar. Os pratos preferidos de Virgínia foram servidos. Jade, por outro lado, detestava camarão. O rapaz recluso, finalmente se juntou aos outros. —Ah, esqueci de apresentar, esse é o Theo. Um amigo da família que veio aproveitar a boca livre. — Elisandra explica, apontando para o homem recluso. Theo. Jade gostava desse nome. Lembrava ela de um ator que ela sempre achou bonito, Theo James. E o mais estranho, Theo até que se assemelhava a Theo James. —Boca livre sempre é bem-vinda, mas sério, Elis? Camarão? Já passamos dessa fase de que um jantar para ser chique precisa de camarão. —Theo não faz cerimônias, ele se serve primeiro que todos após arrancar gargalhadas da mulher do chefe. Jade sentiu v*****e de rir também, afinal, ela mais que concordava com o estranho, mas isso descredibilizava Virgínia, que ama camarão em qualquer coisa. Então, Jade percebeu, que pela primeira vez na noite, o homem a olhou. E Theo não tirou mais os olhos dela, observando cada gesto de Jade. E ele parecia encantado, por assim dizer. Mas não de forma romântica, ele parecia admirar Jade como pessoa. Ou melhor, Virgínia. Jade sentiu o olhar dele nela quando acidentalmente derrubou seu guardanapo no chão e agradeceu gentilmente enquanto seu par o apanhava para ela. Jade também sentiu o olhar quando contou como ela e André Lucas se conheceram e ela, passava a mão no braço do acompanhante e o olhava orgulhosa. E quando o jantar terminou e o chefe chamou André Lucas para conversar em particular, Jade sentiu a sensação de dever cumprido. Jade bebericava seu champagne ao lado de Elisandra, mas ainda assim, ela sentia o olhar de Theo nela. E ela estava ficando furiosa. Até que o rapaz saiu da sala, sem despregar o olhar em Jade o máximo que pôde. Jade viu ali, a oportunidade de perguntar o que diabos esse cara tinha. Jade pediu licença e perguntou onde ficava o banheiro. Por sorte, Elisandra apontou para onde o rapaz foi. Jade saiu andando, com os saltos ecoando mais alto cada vez que ela se distanciava da sala. A casa era realmente enorme, Jade nem sequer se permitia sonhar com isso, não era pra ela. Apesar de seu trabalho envolver todo esse luxo, Jade tinha os pés muito bem fincados ao chão. Ela caminhou até que viu uma porta aberta. Era o banheiro, mas estava desocupado. Será que ela conseguiu se perdeu do rapaz num corredor reto? —Procurando algo? — A voz que ela ouviu agora pouco no jantar, porém agora, mais baixa e grave. Era Theo. Jade se virou e viu o rapaz saindo de uma outra porta. —Sim. Eu quero saber por que você não para de me olhar. Nunca viu uma mulher bonita na vida? Sério, isso está ficando repugnante, eu nem te conheço. —Jade, como sempre, muito direta e encrenqueira, abordou o rapaz. Theo não se intimida, ele abre um sorriso, mas não por ter achado engraçado, e sim, por ter pensado em algo engraçado. —Eu já vi muita mulher bonita na vida, mas é a primeira vez que eu vejo alguém agindo como se fosse outra pessoa. —Theo deixa Jade pálida e sem palavras. Theo se aproxima da garota. —Eu posso ter entendido o que você está fazendo e talvez seja o tipo de coisa que eu precise. Theo tira do bolso um cartão e oferece a Jade. Só então a garota percebe o que está acontecendo. De pálida, Jade vai furiosamente vermelha em 1 segundo e dá um t**a na mão de Theo, fazendo o cartão cair. —Eu não sou p********a. Meu nome é Virginia e eu namoro aquele cara bonito que acabou de ganhar uma promoção no emprego dele e eu dou todo o apoio para ele quebrar a sua cara se você continuar me importunando. — Jade não estava mais furiosa, ela estava profundamente ofendida, o que é muito pior. Theo levanta os braços em rendição e ri para Jade. —Calma aí, eu sei que você não é p********a, acredite, nenhuma p********a é assim como você. Meu número está no cartão, eu p**o 20 mil por uma semana do seu serviço, se tiver interesse, é só me mandar mensagem. Theo sai antes que Jade pule no seu pescoço. Em segundos, Jade está sozinha no corredor levemente escuro. Mas Jade sabe que não está tão sozinha assim, pois no chão, próximo aos seus pés, há uma oportunidade única valendo 20 mil reais, e Jade sabe o quanto precisava daquele dinheiro.

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