Maria Gabriella Santos sempre foi uma menina feliz.
Seus pais a educaram e ensinaram valores que ela tinha planos de passar também para os seus filhos.
Aos 19 anos de idade, ela estava a cursar o segundo ano do curso de Gestão de Recursos Humanos e tinha muitos planos.
Levantou cedo para tomar o pequeno almoço, e encontrou os seus pais na mesa..
- Bom dia pai.
Bom dia mãe.
- Bom dia filha... Eles responderam em uníssono.
- Gabby... Você se importa de dormir na sua madrinha hoje?
Nós temos que ir para a Baía Branca e voltamos só amanhã á tarde.
- Claro que não mamãe.
Eu vou lá depois das aulas.
- Obrigado filha.... Seu pai disse.
Não te esqueças do celular.
- Está bem pai.
Eu não esqueço.
Gabriella levantou e se despediu de seus pais.
- Até amanhã filha....
- Até amanhã mamãe.
Gabriella saiu, e de repente teve um pressentimento estranho.
Voltou a entrar, abraçou a mãe e disse: Te amo muito mãe.
- Também te amo minha filha.
Sara observou Gabriella a sair de casa.
Com 19 anos de idade, a sua menina era bastante independente, mas será que a perdoaria se soubesse a verdade sobre a sua origem?
Uma hora depois Sara e Adão saíram de casa para a sua viagem de trabalho.
Seriam apenas 24 horas e estariam de volta no dia seguinte.
Gabriella pegou Luísa no caminho da faculdade.
Era a sua melhor amiga e também filha doa seus padrinhos.
- Bom dia Lu.
- Bom dia Gabby. Pronta para o teste?
- Claro amiga.
Estudei bastante e se obter uma boa nota vou poder estagiar.
- Que óptimo.
Eu também tenho planos de fazer um estágio lá no Banco com o meu pai.
- Que óptima notícia Lu.
Afinal tudo aquilo já é teu.
- Verdade.
O papai disse que assim que me formar, ele vai e preparar para ocupar a presidência do banco.
Gabriella estacionou o carro, se despediu para da amiga e foi cada uma para a sua sala.
Meia - hora depois de terminar a prova, o seu celular tocou e viu pelo visor que era Adão o seu pai.
- Alô pai.
- Oi querida.
Liguei apenas para dizer que já pegamos o ônibus e voltamos amanhã de manhã mesmo.
- Está bem pai.
Façam uma boa viagem.
- Obrigada querida. Se cuida.
Te amo filha. Saiba que sempre serás minha filha e nada vai mudar isso.
- Também te amo pai.
Do que o senhor está a falar?
- Nada querida.
Até amanhã e se cuida.
- Tchau pai.
Se cuidem também.
O dia de Gabriella foi apertado entre uma aula e outra.
Por causa disso, o seu celular ficou sem carga, e ela só percebeu quando ia para casa com Luísa.
- Nossa! Tenho mais de 20 ligações perdidas da minha mãe.
- O quê?... Gabriella perguntou sorrindo.
Bem! É melhor retornares.
Luísa retornou para a mãe que atendeu no segundo toque.
- Maria Luísa.. O que aconteceu para não me atenderes?
- Boa noite para você também mãe.
Eu tive alguns testes hoje e me desliguei do celular. O que aconteceu?
- Oh minha filha.
Aconteceu algo muito grave.
A Gabby está com você?
- Está sim mãe.
Estás a me preocupar. O que houve?
- Quando vocês chegarem eu falo.
- Está bem.
Chegamos em 15 minutos.
- O que houve Luísa?
- Não sei.
Mas quando a mamãe me chama de Maria Luísa é porque na coisa é bem séria.
Gabriella continuou a dirigir e chegaram logo em casa..
Havia um movimento estranho, e Luísa viu o carro do pai parado na entrada.
- O papai em casa a essa hora?
- Vamos entrar Lu.
Assim que entraram, viram Isabel sentada num canto a chorar muito e um agente da polícia estava num canto a falar com Paulo.
- Madrinha? Madrinha o que aconteceu?
- Oh meu amor.
É... É muito difícil te dizer isso.
- Fala mãe.
Por favor fala logo.
- Houve um acidente na rodovia este da Vila Santiago com o autocarro onde estavam o Adão e a Sara.
- O quê ?...Gabriella sentou no chão.
Eles estão bem madrinha?
- Não houve sobreviventes querida. O ónibus pegou fogo.
- Não pode ser... Luísa disse já com lágrimas nos olhos.
- Não.
Eu quero os meus pais de volta.....Gabriella caiu em lágrimas.
Paulo acompanhou o agente até a porta e foi consolar as três.
Abraçou Gabriella e falou:
- Minha linda... Vai ficar tudo bem.
- Dói muito padrinho.
Dói muito mesmo.
- Eu sei querida.
Mas você não está sozinha. Eu e a Isa vamos cuidar de ti.
- Claro que vamos.
Somos e seremos uma família.
- Obrigada aos dois.
Eu... eu amo muito vocês.
- E saiba que nunca te vou abandonar Gabby.. Disse Luísa.
- Obrigada irmã.
Padrinho. O que fazemos agora?
- Deixa que eu cuido de tudo.
O Adão e a Sara eram os meus melhores amigos e terão a homenagem que merecem.
- Pai... Será que amanhã podemos ir á casa deles para pegar as coisas da Gabriella e organizar as do tio Adão e da tia Sara?....Luísa perguntou.
- Claro que sim filha.
O Carlos vai vos dar apoio com o carro.
- Eu vou ligar para avisar na faculdade.
- Obrigada madrinha... Gabriella falou quando as lágrimas voltavam a cair.
Luísa abraçou a sua amiga/irmã e chorou com ela.
Algumas horas mais tarde, Gabriella dormia abraçada a Luísa, e sua madrinha Isabel ligou á faculdade para avisar.
O Director ofereceu o seu apoio, e garantiu que Gabriella podia voltar quando se sentisse melhor.
Seria ela forte o suficiente para superar a dor da perda dos seus pais?
E o que Adão quis dizer quando falou que a veria sempre como uma filha?