A chegada de Eliza a cidade de Carmelo
**Uma Nova Chance para Eliza**
Eliza sempre sentiu que sua aparência e o jeito que se vestia a tornavam alvo de julgamentos e zombarias. Na escola, seus colegas a isolavam, e o bullying constante roubava seu apetite, seu sono e sua paz. Cada dia parecia mais pesado que o anterior, e ela se recolheu em um casulo de solidão.
Uma tarde, em busca de alívio, Eliza decidiu caminhar pela praça. No entanto, o que deveria ser um momento de tranquilidade tornou-se um pesadelo. Um homem desconhecido tentou agarrá-la. O medo tomou conta, e ela correu com todas as forças, conseguindo escapar quando ele desistiu da perseguição. Embora a situação tivesse terminado sem ferimentos físicos, o trauma deixou marcas profundas.
Ao perceberem o sofrimento da filha, os pais de Eliza decidiram que era hora de mudar. Eles escolheram a pacata cidade de Carmelo, acreditando que lá poderiam começar de novo em um lugar mais seguro.
### **Um Novo Começo em Carmelo**
Logo após se mudar, Eliza passou um tempo sozinha, tentando processar tudo o que havia acontecido. Enquanto estava sentada nos degraus de sua nova casa, Clary, uma garota da vizinhança, notou seu semblante triste e se aproximou. Aos poucos, uma amizade começou a se formar. Clary, com sua natureza gentil, conseguiu conquistar a confiança de Eliza, que desabafou sobre o bullying e o incidente traumático que enfrentou na antiga cidade.
"Você é tão corajosa, Eliza," disse Clary. "Agora estamos aqui para te apoiar."
A amizade das duas floresceu, e Clary apresentou Eliza a Katy, outra amiga próxima. Juntas, elas viviam pequenas aventuras em Carmelo, descobrindo lugares e fortalecendo laços.
### **O Retorno do Medo**
Um dia, ao visitar Katy, Clary e Eliza ouviram um barulho estranho no quintal. Ao investigarem, encontraram um homem caído. Para horror de Eliza, ela o reconheceu: era o mesmo homem que a havia perseguido na praça. O choque e o medo paralisaram-na por um momento, mas Clary rapidamente chamou ajuda.
Embora o homem tenha sido socorrido, Eliza ficou profundamente abalada. Quando confessou a verdade a Clary, sua amiga a abraçou e assegurou que ela não estava sozinha. Eliza prometeu a si mesma que não deixaria o passado roubar sua chance de ser feliz em Carmelo.
### **Um Encontro Que Mudou Tudo**
Na manhã seguinte, decidida a superar seus medos, Eliza voltou à sua rotina de corridas. Enquanto corria pelas ruas tranquilas, distraída em seus pensamentos, esbarrou em alguém. Era Estevão, um jovem da vizinhança, com cabelos escuros e olhos brilhantes.
"Desculpe," disse Eliza, corando.
"Não foi nada," respondeu Estevão com um sorriso, segurando um copo de café.
A partir desse encontro, os dois começaram a se encontrar com frequência. Estevão, com sua gentileza e humor, trouxe uma nova luz à vida de Eliza. Eles compartilhavam risadas, histórias e sonhos, e Eliza sentia que podia finalmente confiar em alguém sem medo de julgamentos.
### **Um Futuro Promissor**
Um dia, enquanto estavam sentados em um banco do parque, Estevão segurou a mão de Eliza e disse:
"Você trouxe alegria para minha vida, Eliza. Eu me sinto sortudo por ter conhecido você."
Eliza, emocionada, percebeu que os traumas de seu passado estavam sendo substituídos por novas esperanças. Ela sorriu, sentindo-se mais forte do que nunca.
Carmelo não era apenas um novo lar; era o lugar onde Eliza encontrou amizade, amor e a coragem para recomeçar. E enquanto caminhava ao lado de Estevão, ela sabia que sua história estava apenas começando.
**Um Encontro à Luz do Luar**
Eliza e Estevão continuaram a se encontrar quase diariamente, seja para caminhadas tranquilas pelo parque ou para conversas cheias de risadas na cafeteria local. Apesar da crescente proximidade, Eliza não conseguia evitar sua timidez. Cada gesto gentil de Estevão, cada olhar intenso, a fazia corar de forma inevitável.
Uma noite, enquanto caminhavam pela praça iluminada pela luz suave dos postes, Estevão notou que Eliza estava mais quieta do que de costume.
"Está tudo bem, Eliza?" ele perguntou, virando-se para encará-la.
Ela assentiu, mas seus olhos caíram para o chão, fugindo do olhar dele. "Sim, só... estava pensando em como as coisas mudaram desde que cheguei aqui."
Estevão parou e tocou delicadamente no braço dela, fazendo com que Eliza o encarasse. "Mudaram para melhor, espero," disse ele com um sorriso caloroso.
Eliza sorriu timidamente. "Sim. Muito melhor. Você fez parte disso, Estevão."
O silêncio entre eles foi preenchido apenas pelo som suave do vento balançando as folhas das árvores. Estevão deu um passo mais perto, e Eliza sentiu seu coração disparar. Ele parecia hesitar por um momento antes de falar novamente.
"Já está ficando tarde. Posso te levar para casa?"
Eliza ficou surpresa, mas assentiu rapidamente, murmurando um tímido "Claro, obrigada."
### **O Caminho para Casa**
Enquanto caminhavam pelas ruas tranquilas, Estevão notou como Eliza mantinha as mãos juntas, como se estivesse tentando esconder o nervosismo. Ele sabia que ela era tímida, mas não podia negar que isso só a tornava ainda mais encantadora.
"Você sempre anda tão distraída?" ele brincou, referindo-se ao dia em que se encontraram pela primeira vez.
Eliza riu baixinho, mas não conseguiu evitar corar novamente. "Acho que sim. Tenho uma tendência a ficar presa nos meus próprios pensamentos."
"Bem, fico feliz por você estar distraída naquele dia. Caso contrário, talvez nunca tivéssemos nos conhecido," ele disse, com um tom sincero que fez o coração de Eliza bater ainda mais rápido.
Quando finalmente chegaram à casa dela, Estevão parou ao pé dos degraus e se virou para ela.
"Foi uma noite boa," disse ele, os olhos fixos nos dela.
Eliza concordou, sem saber exatamente o que dizer. "Foi mesmo. Obrigada por me acompanhar."
Ele hesitou por um momento antes de continuar. "Eliza, eu gosto de passar tempo com você. Muito mesmo."
Ela sentiu o rosto esquentar, e seus olhos caíram novamente para o chão. "Eu também gosto de passar tempo com você, Estevão."
Ele sorriu, percebendo como ela era adoravelmente tímida. "Boa noite, Eliza. E, por favor, me avise quando chegar em casa da próxima vez. Não quero que você ande sozinha à noite."
Ela assentiu rapidamente, grata pela preocupação dele. "Boa noite, Estevão."
### **O Primeiro Passo para Algo Mais**
Eliza entrou em casa com o coração acelerado. Ela se encostou na porta por um momento, tentando processar as emoções que borbulhavam dentro dela. Estevão não era apenas gentil; ele era alguém que fazia seu mundo parecer um lugar melhor.
Enquanto subia as escadas para o quarto, uma pequena parte de Eliza começou a se perguntar se estava pronta para deixar alguém entrar completamente em sua vida. As feridas do passado ainda estavam lá, mas Estevão estava mostrando a ela que talvez, apenas talvez, ela pudesse ser feliz novamente.
No quarto, Eliza olhou pela janela e viu Estevão se afastando lentamente pela rua. Ela sorriu para si mesma, sentindo um calor reconfortante em seu peito.
Por mais tímida que fosse, Eliza sabia que algo especial estava acontecendo entre eles. E embora o futuro ainda fosse incerto, ela sentiu pela primeira vez em muito tempo que estava disposta a dar um passo à frente, mesmo que pequeno.
### **O Barulho na Calada da Noite**
Eliza chegou em casa com o coração ainda acelerado após a noite com Estevão. Subiu as escadas devagar, tentando processar o que sentia. No banho, a água quente ajudou a acalmá-la, mas sua mente não parava de revisitar os momentos em que Estevão havia sido tão gentil e protetor.
Depois de vestir seu pijama, Eliza se deitou, abraçando o travesseiro enquanto fechava os olhos. Uma sensação de conforto a envolveu, mas não durou muito.
No meio da noite, um som estridente ecoou pela casa, quebrando o silêncio. Era como o som de algo metálico caindo no chão. Eliza despertou de sobressalto, sentando-se rapidamente na cama. O coração dela começou a bater forte, mas desta vez não era por causa de Estevão.
Ela olhou ao redor do quarto escuro, tentando entender o que havia acontecido. Foi então que ouviu passos pesados no andar de baixo.
Assustada, Eliza saiu da cama, caminhando devagar até a porta do quarto. Quando a abriu, viu a luz do corredor acender. Seus pais estavam acordados.
"Você ouviu isso?" perguntou a mãe, com a voz baixa e tensa.
Eliza apenas assentiu, incapaz de falar.
O pai dela, com uma expressão séria, pegou uma lanterna que guardava no armário do corredor. "Fiquem aqui," ele ordenou, enquanto começava a descer as escadas.
Eliza e sua mãe ficaram paradas no corredor, trocando olhares preocupados. O silêncio parecia ensurdecedor, cada segundo mais longo que o outro. Finalmente, ouviram o pai gritar:
"Quem está aí?"
Eliza segurou a mão da mãe com força, tentando conter o pânico. De repente, um som de passos apressados ecoou pela casa, seguido pelo som de uma porta batendo.
O pai subiu as escadas rapidamente, respirando fundo. "Era alguém tentando arrombar a porta dos fundos. Quando percebi, ele já estava fugindo."
"Você viu quem era?" perguntou a mãe de Eliza, claramente abalada.
"Não deu para ver direito, mas parecia ser um homem," respondeu ele.
Eliza sentiu um frio na espinha. Lembrou-se imediatamente do homem que a havia perseguido na cidade antiga. Poderia ser ele? Ou era apenas sua mente jogando truques por causa do medo?
### **O Dia Seguinte**
Na manhã seguinte, a tensão ainda pairava sobre a casa. O pai de Eliza reforçou a fechadura da porta dos fundos e instalou uma tranca extra. A mãe dela sugeriu que chamassem a polícia, mas o pai achava que não havia muito o que eles pudessem fazer sem informações concretas.
Eliza, porém, estava inquieta. Sua mente voltava ao homem que ela havia encontrado machucado recentemente. Apesar do medo, ela decidiu contar tudo aos pais durante o café da manhã.