No morro

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Luany

- diga que pode me ajudar Luany, é uma das melhores alunas que eu já tive o prazer de ensinar, eles precisam muito por lá, e são poucas as pessoas que tem interesses em áreas assim - disse Cléber, o meu professor

- eu não vejo problema algum em atender em lugares menores e pra pessoas diferentes, não é preconceito nem nada mas, é seguro ? - perguntei encarando o endereço

- tenho certeza que não é tão perigoso assim, eu inclusive já tive um período por lá, pode ficar tranquila, e se precisar de alguma coisa ligue para a polícia - ele disse brincando, pensei um pouco

- eu estarei lá, vou pra casa almoçar e assim que terminar vou direto pra lá, quero conhecer o ambiente em que irei trabalhar - disse um pouco empolgada, ele sorriu apertando a minha mão

- você terá um futuro brilhante Luany - sorri com o comentário

- obrigada professor - me levantei e fui em direção a porta, sai e Milla quase pulou em cima de mim

- me conta tudo ! - ela pediu empolgada

- ele quer que eu trabalhe no ponto de atendimento do Alemão - falei calma e ela arregalou os olhos

- alemão ? Tipo, Morro do Alemão ? - ela perguntou

- isso mesmo, ah, e você vai comigo pra lá hoje, não entro sozinha naquele lugar nem morta ! - disse é ela riu

- relaxa, pensa pelo lado bom, a gente vai trabalhar juntinhas ! - ela sorriu, fiz o mesmo

Saímos dá faculdade e entramos no meu carro, fomos conversando sobre algumas coisas aleatórias e logo chegamos em casa

- senhorita Smith tem duas ligações ! - disse Maya a mulher que trabalha limpando minha casa duas vezes na semana

- anota pra mim na minha agenda e depois eu olho, tenho que sair daqui a pouco, obrigada - falei indo até a cozinha e abrindo a geladeira

- tudo bem - ela respondeu saindo

- tem o que pra comer nessa casa ? - perguntou Milla

- lasanha congelada, Julie vem só amanhã - expliquei

- tá, vai tomar banho logo - ela disse pegando a lasanha e colocando no micro-ondas

Subi as escadas e entrei em meu quarto colocando o celular na minha mesinha do computador e a bolsa sobre a cama

Peguei meu roupão, entrei no banheiro

lavei meus cabelo, depois de um tempo sai do banheiro, coloquei uma calça Jeans justa azul escura, quase preta, uma blusa de frio branca e coloquei uma botinha beje

Desci e comi um pouco de lasanha, eu e Milla terminamos rapidamente

[...]

Ao chegar na entrada fomos paradas

Não dava pra abaixar o vidro, meu carro e blindado e eu tava quase morrendo de tanto medo

Desci do carro e todos os caras que estavam na entradas com enormes armas apontaram pra mim

- Pode dar meia volta patricinha - disse um deles

- E-eu v-vim a trabalho ! - disse procurando força

- a trabalho ? - o mesmo arqueou uma de suas sobrancelhas, assenti, ele deu um sorriso amedrontador - vaza patricinha, alemão não é lugar pra suas comprinhas de princesa - ele disse debochando, os outros riram, comecei a me irritar, odeio que me chamem de patricinha

- olha, a gente tá aqui porquê seremos as novas medicas que vão atender no postinho, se nos derem licença temos muito trabalho a fazer, tem pessoas precisando dá gente - Milla falou me puxando e me arrastando para que caminhassemos até a frente

- nem mais um passo ! - ele disse vindo em nossa direção com mais um cara e pondo duas armas na nossa cabeça, eu tinha que ficar calma, meu coração começou a acelerar e eu já tava quase desmaiando

- segura ! - o cara me empurrou pra outro e o outro carinha me segurou rindo

O primeiro carinha pegou um radinho preto e apertou

**

Chefe, tem duas garotas enchendo a nossa cabeça aqui, elas dizem que são médicas... - o interrompo

- eu tenho diploma querido, quer ver ? - perguntei desafiadora e o cara apertou muito meu braço - dá pra me soltar, acha que eu vou fugir querido, se eu der um passo saio daqui igual uma peneira - disse é ele riu ainda me segurando, tá me achando com cara de palhaça só pode

Então chefe, libera ou não ? - perguntou

_ ai c*****o, tenho que resolver tudo nessa p***a, aí cobra ! - ele chamou - trás as patricinhas pra mim - disse é eu arregalou os olhos, sua voz me dá medo

**

- O patrão quer falar com vocês - ele disse - a propósito, faísca - ele deu um sorriso s****o se aproximando de nos

Revirei os olhos e Milla fez o mesmo

- pode me soltar agora ? tá me machucando ! - pedi pró cara que tava me segurando

- solta ela 66, antes que ela de mais um de seus chiliques ! - faísca riu, revirei os olhos puxando meu braço, ficou vermelho

- ai, são essas ? - um carinha apareceu do nada, deve ser o tal cobra

- são sim cobra, leva logo que elas são chatas pra c*****o, a morena nem tanto porque não deu um piu, agora essa loirinha e a típica patricinha do Neblom ! - ele riu junto com o cobra

- ai cala a boca ! - disse Milla

- shiii, tava melhor caladinha - disse faísca se aproximando dela com a arma na mão

O tal cobra pois a mão em seu peito empedindo que faísca desse mais um passo

- já tá bom com seu showzinho né ? - disse cobra pra faísca que revirou os olhos - vamos ! - cobra disse começando a andar, eu e Milla ainda estávamos paradas, ele virou pra entender novamente e revirou olhos - vamos logo cara não to com tempo - ele disse revirando os olhos

- não vou deixar o meu carro aqui, sabe quanto custa ? - perguntei e ele deu um sorrisinho

- ninguém quer teu carro não patricinha, aí 66, olha o carro dá... - o interrompo antes que ele me chamou e de patricinha novamente

- Luany, Luany Smith - disse

- tanto faz - ele respondeu se virando e continuando a subir o Morro, eu e Milla fomos atrás