Cafajeste Perfeito

Você não perde por esperar!

A vida é uma caixinha de surpresas e, muitas vezes, o destino nos reserva situações imprevisíveis. Encontrar pessoas que nos desafiam e nos fazem questionar nossas próprias convicções é uma dessas surpresas. E foi exatamente isso que aconteceu comigo, um cafajeste convicto, que nunca se contentava em ter a mesma mulher todos os dias. Com tantas opções à minha disposição, não via a mínima graça em ter um relacionamento — digamos que — duradouro. Mas a vida pode ser implacável e o carma acaba agindo. Fui colocado à prova quando alguém entrou em minha vida e me fez pagar por todos os corações que eu havia partido.

Está vendo o cara se desmanchando na madeira áspera do balcão, em um mar de álcool e desilusão. Com seu corpo exalando odor da bebida forte, enquanto seu coração estava em pedaços por um amor não correspondido?

Sim, esse cão abandonado na sarjeta, com o coração em fragalhos sou eu, Juan Luís. Primogênito da familia Di Lucca, engenheiro de renome e um cara que está começando a pagar por seus pecados. Mas nem sempre fui assim, sou um típico carioca, alto e bronzeado. Boêmio dos pés à cabeça e sem o mínimo receio de admitir que possuía vida pessoal muito movimentada, compensando o trabalho duro em noitadas regadas a muito sexo, baladas e bebidas caras.

Sei que posso parecer egocêntrico, frio e atrevido, e confesso que sou um pouco. Não era um príncipe encantado e não fingia ser. Sempre fui um homem prático, se eu queria uma mulher, eu a conseguia. Confiava no meu taco, afinal, que mulher resistiria a mim?

Pois é! Eu realmente acreditava que nenhuma mulher poderia resistir ao meu charme e no meu poder de sedução, mas obviamente acabei “caindo do cavalo”, o carma mais uma vez mostrando que colhemos o que plantamos. Agora estou aqui, completamente apaixonando pela única mulher que me faz tremer na base como um adolescente, a mesma que me dispensou como um dublê de seu pequeno curta-metragem e agora está prestes a se casar com outra pessoa.

Meu inferno começou quando conheci Anne. Eu poderia ter evitado que ela virasse meu mundo de cabeça para baixo. Deveria ter evitado esse desastre, desde o dia em que a vi pela primeira vez e ela não saiu mais dos meus pensamentos, tinha que ter percebido que algo estava errado.

Foi ali que minha história realmente começou.