CAPÍTULO 13

952 Words
VITÓRIA Descobrir toda a verdade dói muito, é uma dor terrível sinto meu peito apertado tem horas que é difícil até mesmo respirar. Uma semana já se passou desde que vi o tal vídeo e ainda é difícil acreditar que tudo isso é verdade, já vi e revi o vídeo um trilhão de vezes. E a cada segundo olhando aquela cena é como se fosse um tapa na minha cara.A palavra "porque" não sai da minha cabeça. O que eu fiz pra ele porque não me amar porque me machucar assim com tantas mentiras. Bruno: Vick - assim que a claridade invadiu o quarto puxei a coberta pra cima de mim tapando minha cabeça. Meu pai tava viajando e desde que soube da verdade não falei com ele. - Meu vamos conversar Vitória: Não quero pai Bruno: Para de ser assim menina - ele arranca a coberta de mim - Tu é igualzinha a mim né c*****o - ele sorri de canto quase me arrancando um leve sorriso também - Foi m*l ai bebê, c*****o não - ele gargalha e noto que está drogado. Por isso essa vibe toda e o cheiro da maconha impregnado Vitória: Pai me deixa por favor - ele me olha agora sério e pega na minha mão Bruno: Vick, vocês quatro são tudo na minha vida. Eu sei que sou mó vacilão e tal tá ligada - ele faz carinho na minha mão - Se eu fiz tudo aquilo foi porque não quero que filha da p**a nenhum faça para ti o que um dia eu já fiz pra tua mãe - ele olha pro chão envergonhado - Se eu pudesse voltar no tempo... - o rádio dele toca e agradeço, chega dessa ladainha eu quero esquecer o que passou - Vai toma no cu Felipe! Ele levanta e sai do quarto brabo com alguma coisa que aconteceu e agradeço esse Felipe mentalmente. Puxo de volta a coberta me cobrindo toda e fico pensando no que meu pai falou. Nunca vi ele conversar assim, meu pai é todo caladão m*l sorri m*l conversa. O padrinho Rael diz que ele sempre foi assim, são poucas as pessoas que realmente conhecem o verdadeiro Bruno, quem ele realmente é por trás dessa rocha. Acho que é mesmo só o tio Rael e minha mãe. Claro que com nós as filhas ele sempre foi um bom pai, atencioso e amoroso. Mas ele nunca foi de se abrir assim como hoje. Por isso minha mãe chama ele de ogro porque sim ele é um ogro. Bruno: Voltei filha - ai meu Deus! - Baby levanta da cama, vamos sair? Me perdoa por tudo que eu fiz Vick Vitória: Pai - tirei a coberta do rosto e olhei pra ele parado de braços cruzados na porta do quarto - Claro que te perdoo e também te peço perdão por ser tão boba. Mas me deixa quieta por favor Bruno: Cansei Vitória! - ele caminha a passos largos até mim me pegando no colo e saindo pelo corredor indo para as escadas Vitória: Pai para eu não quero - ele não me ouve só continua caminhando e acho estranho quando ele passa pela sala, pela cozinha e vai em direção a saída dos fundos da casa. Assim que ele puxa a porta tendo acesso a área de recreação, deque e a piscina eu começo me debater. Já sei o que ele vai fazer. E não tenho nem tempo de raciocinar em como posso sair daqui e ele me joga na piscina dando gargalhada da minha cara. Com certeza eu prefiro meu pai calado! - Que isso em? Ta doidão né? - ele não dá bola só me deixa pra trás na piscina toda encharcada. Louco! Alice: Ai mana que louco mesmo - minha linda aparece rindo de mim e me alcançando uma toalha - O pai tava preocupado contigo criatura -dentro da casa ouço minha mãe xingando ele e tomara que até uns tapas ele leve. Só ela pode fazer isso então que aproveite Vitória: Eu to bem Alice, só quero ficar na minha tá - me enrolo na toalha e entro pra dentro de casa batendo o queixo de frio Bruno: Tava boa a água dente de lata? Passo pelo ogro e nem dou bola subo direto pro quarto e entro no banho já de roupa e tudo. E mais uma vez aquele i****a me vem na mente. Em uma semana o Kauê tem me ligado todos os dias. Já troquei o número do chip desde o primeiro dia mas ele liga pra minha mãe e até mesmo para minhas irmãs ontem ele ameaçou a Alice pelo telefone, disse que caso eu não atendesse às ligações ele ia subir a favela. E conhecendo Kaue como conheço sem dúvidas ele até tentou isso mas foi barrado. Não é porque meu pai tava fora que a favela fica sem ordem não, pelo contrário, aí é que tudo dobra. Saiu do banho e visto um pijama folgadinho e me atiro na cama me cobrindo até o pescoço. Lembro que no Sul onde minhas tias e meu avô mora é assim no inverno. Várias cobertas a noite e sempre bem tapada. Sem contar que durante o dia tu precisa andar igual um robô de tanta roupa, mas só assim pra suportar as temperaturas negativas que faz por lá. Nem sei qual foi a última vez que fui pra lá, acho que tem um ano ou até mais. Talvez com tudo que ta acontecendo por aqui seja a hora deu ir passear um pouco. Rever meus familiares e esquecer toda essa decepção, vou unir o util ao agradável. Amanhã mesmo vou falar com a minha mãe sobre isso.
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