CAPÍTULO 22

1382 Words
BRUNO Ando de um lado para outro com o sangue fervendo dentro de mim, me sinto um vulcão prestes a entrar em erupção, só o que penso é quando eu colocar as mãos naquele garoto, e mil formas de acabar com ele me vêm à mente, acabo sorrindo com isso. Menor: Tudo pronto - com a melhor equipe ja posta saiu de casa ignorando o pedido da Julia pra ir com calma Bruno: Bora entrar com tudo! Só não mata inocente ou vai pagar com a vida! Entro no meu carro sem olhar para trás e dirijo na velocidade da luz rumo a Nova Holanda. Vamos com 4 carros lotado de armas e soldados e mais uma micro van. Vou acabar com aquele i****a e mostrar que com Picasso não se brinca. Rael: Vai com calma c*****o! - a voz do Rael pelo rádio acaba me tirando do transe. E o pior é que ele tem razão, estou indo a 180 km h - Quer morre viado?! Bruno: Toma no cu! Reduzi um pouco a velocidade, mas vez ou outra meu pé acabava pesando e lá ia eu mais uma vez andar extremamente rápido. Paramos a duas quadras da favela bem perto do parque União, tenho que vê com o x9 se ta tudo sussa ainda. Eu quero ser a surpresa e não ser pego de surpresa. Capitch? Menor: Vai passar o rádio pro moleque de novo? - ele escora no meu carro e eu apenas fuzilo com o olhar Bruno: Como tá ai? Tudo sussa ainda? - ouço várias vozes atrás do garoto e fico em alerta. Mas logo ele me tranquiliza dizendo que posso seguir Olho em direção ao parque União e percebo que faz um tempinho que não dou uma chegada por lá. Parque União é meu também, assim como praticamente todas as favelas do complexo. Só Nova Holanda e Roque p***o que não, bom, ainda não. Essas eram do Alma mas hoje mesmo me torno dono delas e de quebra mato o Kaue. Combinamos que íamos cercar a favela, íamos entrar por todos os lados já que a casa do Kaue e no meio. Ele foi esperto, muitos donos moram no topo, nos cantos, no início, assim fica fácil dar o bote, agora quando é no meio não. Você precisa passar por todos para chegar a ele, mas pra mim esses "todos" não são ninguém. Subi pelos fundos e assim cada um conforme o combinado, falei que não queria tiros e nada que fosse chamar atenção. Somente avisar que era o Picasso e pensei que teria respeito nessa bagaça, me iludi total, fui o primeiro a ser recebido a tiros, mas também já mandei vapor pro colo do demo. Depois de uns 15 minutos rodando aquela p***a cheguei na casa do abusado do Kaue. Não tinha vapor no portão ou na rua sequer, então ele deixa minha filha sozinha em casa no meio de uma invasão? Que beleza! Esse é o grande homem que ama e protege sua mulher. Kaue: Procurando o que sogrão? - levo um susto e sigo o som da voz que vem de trás de mim - Hora de encontrar o d***o Bruno Vitória: Não! Kaue não! - não entendo de onde ela saiu, quando me dou por mim minha filha está entre nós - Abaixa isso Kaue, não faz nada com meu pai Kaue: Volta pra p***a do carro agora Vitória! - ele vem pra cima dela e me meto levantando a mão pra acertar um soco nele porém a Vitória segura minha mão - Vai querer me bater Bruno? Bruno: Você não se acha homem? Então bora brigar como homem. Solta essa p***a e vem pra mão moleque Vitória: Pai para com isso - ela segura meu braço e chora feito criança, dói ver ela assim mas não posso largar ela com ele - Vai embora por favor Bruno: Nós vamos embora Vitória! - ela balança a cabeça negando indo pro lado do Kaue - Volta aqui, tu vai comigo pirralha! Vitória: Não! Eu não vou. Eu quero ficar com ele, e não te preocupa, nunca vou contar nada sobre tu pra ninguém. E não precisa ficar com a minha mãe por pena não - enquanto ela falava o desgraçado do Kaue ria, o que me deixava mais puto ainda Bruno: O que tu ta falando guria?! Cala essa boca e vem comigo, tua mãe tá preocupada Vitória: Não eu não vou ja disse. Para de se meter na minha vida! Eu já sei que tu tem outra família! Eu sei que quando minha mãe tava grávida de mim tu não quis a gente Bruno: Que outra família Vitória! Para de falar merda! - ouço som de carro parando perto e fico em alerta, mas quem acabara de chegar é n***o junto de Jonas e VN Vitória: Para de mentir! Tu é um drogado, que só pensa no teu bem estar - de onde ela tirou isso? Eu vivo pra minhas filhas c****e! - Eu já sei que tu me rejeitou. E ainda fez minha mãe sofrer batendo nela e comendo vadias morro a fora! Bruno: Vamo embora e lá a gente conversa. Eu não tenho família nenhuma fora de casa filha - as palavras dela tava doendo, e o choro ja estava preso na minha garganta Vitória: Diz que é mentira pai - ela diz a palavra pai com um certo nojo - Fala que tu não me rejeitou? Fala que não foi tua culpa minha mãe ser sequestrada quando estava grávida de mim e por tua culpa nós duas quase morremos. Diz que é mentira!! Bruno: Eu errei mas... Vitória: Mas nada. Tu não me queria mesmo, porque agora não deixar eu viver minha vida? Vai embora e me deixa ser feliz! Eu te odeio Bruno! Ela bate o pé e ainda chorando muito entra para o pátio da casa. Então ela me odeia? Eu queria dizer que é mentira, que não rejeitei ela antes de ter nascido e que não foi minha culpa que a Julia foi sequestrada, mas não sou mentiroso, por pior que eu seja, esse defeito não me pertence. Bruno: Se tu ficar, não volta mais Vitória! - as palavras saem com dificuldade, e a dor no peito está insuportável. Tudo o que eu queria era que ela viesse correndo pro meu colo, eu diria que está tudo bem e logo vai passar. Assim como eu fazia quando ela era pequena e algo a deixava triste. Mas bem, parece que meu bebê cresceu - Vamo embora filha? Vitória: Eu já fiz minha escolha Bruno! Tchau - ela abre a porta da casa e entra a fechando de volta com uma batida forte Negão: Chefe eu... Bruno: Tá tudo bem meu. Tá tudo bem. - olho pro moleque que fez a cabeça da minha filha, e não só isso, ele também é o cara que vai destruir a vida dela. Mas se é assim que ela quer, beleza - Nossa amizade e aliança permanece intacta tá ligado. Ela fez uma escolha. E infelizmente uma escolha sem volta. Parto dali de cabeça baixa e não ligando caso ganharia um tiro. Nada faz sentido, minha filha me odeia, dizem que amor de filhos não se mede, se ama todos da mesma maneira, talvez isso não seja totalmente verdade, Clara e Alice são tudo pra mim. Mas Vitória, ela é diferente, ela é como se fosse o ar que respiro, talvez por não me perdoar quando rejeitei a Júlia grávida dela, essa culpa não sai de mim, e com isso sempre dei tudo e muito mais do que ela quis e precisava. E agora ela me odeia, acabei de ficar sem o meu ar. Mas não volto atrás do que digo, e pra mim é como se tivesse perdido minha filha nessa invasão. Rael: E aí? Cadê a muleca? - mandei reunir o pessoal e todos me esperar na entrada da favela. Teve poucos mortos, quase nada e ninguém dos nosso ainda bem Bruno: Ta morta. E não se fala mais nisso! Vitória é assunto encerrado e morto! - mesmo esse tempo todo lutando contra as lágrimas elas me vencem neste momento e caem como um grande cachoeira. - Perdi minha filha para uma vida triste e sem volta Rael!
Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD