CAPÍTULO 24

1433 Words
VITÓRIA Depois de tudo limpo e organizado pego o dinheiro em cima da mesa e enfim saio de casa. Faz um mês que não ponho a cara pra rua, é duro viver assim, por muitas vezes ja pensei em desistir, em ir embora e voltar pra minha família. Mas sei que nunca mais vou poder fazer isso, fiz uma escolha sem volta agora é aguentar firme até ver surgir algum resultado positivo. Muitas vezes já perguntei a mim mesma: E se soubesse que seria assim minha vida? Eu teria largado tudo? Viver com o Kauê bêbado e drogado dia após dia não é nada fácil, apanhar quando faz algo errado, por mais simples que seja. Cansa!, Imagino que minha resposta teria sido não! Teria voltado com meu pai e agora estaria recebendo todo amor e carinho que sempre recebi, meus pais nunca me bateram ou me obrigaram a fazer alguma coisa. Já meu marido... mas também sei que apesar da vida boa não viveria em paz pensando que deveria ter lutado por quem eu amo. Olha minha mãe. Ela lutou pelo meu pai, suportou e suporta até hoje diversas coisas por amor. E não deu certo pra eles? Sim! Então porque pra mim não daria? Sigo reto até a esquina passando por alguns vapores que me olhavam e cochichavam alguma coisa enquanto fumam crack, a lata é algo visível na mão deles, assim como o cheiro adocicado porém, insuportável. Dou a volta por eles e entro no mercadinho, é pequeno mas além de padaria tem também um açougue então provavelmente vou encontrar tudo o que preciso aqui. Coloco tudo o que falta em casa numa cestinha e sigo pro balcão para fazer o p*******o. E assim infelizmente ir embora, o sol tá tão bom. E em pensar que a um mês atrás eu odiava esse sol do Rio de Janeiro. Que coisa não? Olha onde a vida nos leva, mudei de opinião sobre várias coisas e o sol é apenas uma pequena parte delas. ***: Boa tarde - sorrio e cumprimento de volta o senhor simpático que começa a somar as compras Vitória: O senhor vai passando ai que ja volto - avistei o Kaue passando de moto em frente o mercado e resolvi chamar pra ele me levar até me casa já que suponho que as sacolas vão ficar pesadas - Kaue - grito mas ele não ouve e assim que desce da moto segue sorrindo em direção uma loira com várias tatuagens pelo corpo. Os dois se beijam na rua, na frente de todos - Kaue! Que tu tá fazendo? - tento impedir as lágrimas de saírem mas é em vão Kaue: O que tu tá fazendo?! Ta louca c*****o?! - em nenhum momento ele solta a garota que sorri com deboche me olhando Vitória: Porque tu ta beijando ela? Eu sou tua mulher Kaue! - grito e só assim ele solta a garota e me pega com força no braço Kaue: Pois então. Minha mulher e me deve respeito! Vai pra casa agora! - ele me empurra e quase caio - Sai da minha frente eu faço o que quiser da minha vida Camila: Ele agora vai se divertir comigo bebê - a ridícula ri e atira um beijo no ar pra mim. Nunca me senti tão humilhada em toda a minha vida. Vitória: Eu não vou embora não! Porque tu tá com ela? Em me fala, porque?! - soco o peito dele e recebo um soco no rosto em seguida Kaue: Sobe pra casa! Agora! - eu não quero ir pra aquele inferno, eu quero ir embora, mas sei que não tem como eu fazer isso. Mas é ficar aqui e apanha na frente de todos ou é ir pra casa e apanhar depois a sós Esqueci tudo o que tinha comprado no mercado e atravessei a rua seguindo meu caminho de volta à prisão Kaue: Peraí Vitória! - não olho para trás, apenas paro - O seu Jandir, ela comprou coisa aí? - olho pro senhor parado em frente o mercado e rezando pra ele dizer que não, mas pro meu dia ficar completo ele concorda - Então ali o Vitória, pega as coisas e leva embora! Entrei no mercado e peguei as seis sacolas que estavam em cima do balcão e atirei as notas pro homem, em momento algum levantei a cabeça, meu olho ardia e sei que vai ficar roxo, já passei por isso antes. A vergonha é tanta que o olhar das pessoas parecem queimar meu corpo. ***: O mina - continuo caminhando o mais rápido que posso sem olhar pro indivíduo - Tua mãe quer te vê, ela disse que ta com saudade. Marca um dia que dou um jeito pra vocês... Vitória: Não! Deixa minha mãe pra lá, fora dessa. Eu escolhi assim! - claro que queria dar um soco em mim mesma. A vontade que tenho é de rever minha mãe e voltar pra casa, mas como vou olhar pro meu pai de novo? Sem contar que ele deixou bem claro que não teria volta. - So avisa que eu to bem tá ***: Não sou mentiroso tá ligado? - olhei o guri que soltava a fumaça do cigarro e me observava com a cara de quem queria dizer: acorda burra! Sei disso porque essa é a frase que mais tenho dito pra mim mesma ultimamente Encarei aquele ser por alguns instantes e lembrei que se o Kauê me ver aqui com ele a surra vai ser dez vezes pior. Vitória: Tchau! - mesmo sem jeito e com muita dificuldade abri o portão e me enfiei o mais rápido que consegui pra dentro do pátrio bem longe daquele guri Rodrigo: Meu nome é Rodrigo, qualquer coisa prende o grito que entro ai rapidinho - humm tá pensando que é o que? Salvador da pátria? Ele sorri de canto e volta a descer um pouco mais a rua e eu mais uma vez me pego paralisada, perdida naqueles olhos De volta a realidade só o que eu pensava era na guria que vi com o Kaue, ele jurou não me trair mais, ele jurou tentar ser diferente. Mas são só palavras jogadas fora. A tarde passou se arrastando e nada dele aparecer, quando deu início da noite pensei em começar a fazer comida mas e se ele chegar nessa hora e me bater com a panela quente? Se bem que ou eu cozinho antes de apanhar, ou depois. E essa história de depois eu já vivi e não quero mais não, fazer comida toda arrebentada não dá. Penso mais um pouco e acabo criando coragem pra ir pra cozinha, as lágrimas não acessaram um minuto sequer essa tarde, o que passei hoje não desejo pra minha pior inimiga. Não sei exatamente o horário, mas assim que ouço o barulho de chaves meu coração gela e as pernas ficaram bambas na hora. Meu momento havia chegado Kaue: Bah, to com uma fome de leão - não me viro pra encarar a criatura, e conforme sinto sua presença cada vez mais perto de mim sinto que vou acabar desmaiando - Então tu agora quer gritar comigo? E me bater também? - ele fala manso, como se essa fosse uma conversa normal, sem perigo algum - Fala amor, tu quer me bater na rua ainda? Na frente de todos! Quer que eu perca o respeito dos meus? Fala p***a!! - ele bate na panela empurrando pro chão fazendo cair no meu pé Vitória: aaahh - dou um pula pra trás com a dor do queimado mas não vou longe, Kaue me pega pelo pescoço e aperta firme - Para, por favor para. Kaue: Para porque? To só começando -sem que eu tenha tempo de raciocinar ele me joga contra o fogão e me pega de volta pelos cabelos desferindo vários tapas e socos no rosto - Vou te ensinar que faço o que eu quiser e tu fica quietinha na tua vagabunda Minhas costas ardem muito e meu pé também, deixando tudo duas vezes pior. Kaue me pega novamente pelo pescoço e dá vários socos no meu estômago e barriga, quero dizer pra ele que posso estar grávida, que não é pra ele fazer assim mais a voz não sai, e mesmo que conseguisse duvido que ele iria me ouvir. Sinto o impacto do meu corpo contra o chão fazendo minha cabeça bater forte me deixando tonta e por último as únicas coisas que sinto são os chutes que são deferidos por todo o meu corpo. E apago Vota aí ? Comenta ? Me segue ✔
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