Ana Gabriela estava a viver o sonho da Cinderella. Ela teve uma noite divertida e até esqueceu era uma profissional, e passou a ser somente uma jovem num ambiente festivo.
Depois de algum tempo, Ana Gabriela decidiu caminhar para descansar e recuperar o fôlego de ter dançado tanto.
Ela tirou os sapatos e pisou na relva que era perfeita e parecia um tapete de veludo.
Sentada no banco de olhos fechados e com os pés na relva. Gabriela não percebeu que alguém sentou por perto.
Quando abriu, viu Renata sentada ao lado dela.
- Doutora Renata! Que susto.
- Desculpe querida. Eu não tive a intenção de te assustar.
- Tudo bem. Só precisava de ar puro. Precisas de alguma coisa?
- Sim. Vou te dar um conselho apesar de não o teres pedido.
- E qual é a razão?
- Escute: Você é uma mulher jovem e linda. Admito que também és talentosa e inteligente. Mas não tenhas a ilusão de ter o Adriano como homem na tua vida.
- O quê?! Do que você está falando? Ilusão com o Adriano?
- Não te faças de inocente comigo menina. Eu notei a forma como você o olha.
- Ele é o meu patrão. Aliás, eu segui medicina porque sempre o admirei como médico. Nada além disso.
- E esperas que eu acredite nisso?
- Eu não me importo com o que você acredita ou deixa de acreditar. Não te devo nenhuma satisfação da minha vida.
Mas saiba de uma coisa Renata, eu não tenho medo de nada nem de ninguém.
Você não passa de uma mulher egoísta, seca e recalcada que não consegue aceitar o facto de não ser amada por um homem como Adriano Botelho.
Se você está frustrada por ter levado um pé na b***a, sugiro que vá passar o tempo num spa e peça uma massagem. Mas não se atreva a me fazer de culpada por isso. Eu nem sequer tinha terminado a faculdade quando ele te deixou. Fica bem longe de mim sua azeda. Tenha uma péssima noite.
Eu vou me divertir porque sou jovem, linda e maravilhosa.
Ana Gabriela foi embora e Renata permaneceu no seu lugar sem mover uma veia.
Tinham acabado de lhe chamar de velha e recalcada.
Achou que Gabriela fosse uma jovem frágil e fácil de intimidar, mas percebeu que a tinha subestimado.
Além disso, foi humilhada e nem conseguiu se defender.
Ana Gabriela foi ter com Isabella que dançav e estava ofegante.
- Gabriela? O que aconteceu?
- Conto em casa amiga.
Está tarde. Vamos embora por favor.
- Claro. Mas temos que nos despedir dos Botelho.
Sorria por favor.
- Tudo bem. Vamos lá.
Elas despediram - se e nem Ariella as convenceu a ficar mais.
Adriano não disse nada. Ele tinha visto a discussão com Renata e estava impressionado com a forma como Ana Gabriela se tinha defendido das palavras dela.
Já no carro ela se manteve calada. Será que Renata estava certa? Estaria a ver Adriano muito mais do que o seu chefe?
* Só o conheço pessoalmente a um mês. Não pode ser...
- Gabriela!?
- Desculpa amiga. Está tudo bem.
Já chegamos!
- Ainda não. Mas estou preocupada.
- Não é necessário. Quando eu contar com certeza vamos rir muito.
- Eu espero que sim. Agora estou curiosa.
Chegaram finalmente em casa e no quarto Ana Gabriela contou tudo o que tinha dito na cara de Renata.
- Incrível. Você foi muito corajosa. Mas ela vai revidar.
A Renata é uma mulher vingativa.
- Que seja! Só deixei claro que não tenho medo. Eu nunca abaixei a cabeça para ninguém, e não será ela a primeira a me fazer abaixar.
- Eu te admiro ainda mais.
Você foi a primeira pessoa a confrontar a Renata desta forma.
Saiba de uma coisa, vais ganhar muitos pontos com os Botelho.
- Não é o que eu desejo.
Eu soube que a demitiram.
- Sim. Todos sabem da obsessão dela pelo Adriano. Ela ter sido demitida foi apenas para manter a imagem.
- Achas que ela não vai desistir dele?
- Eu sei que não vai. Aquela mulher é louca. E se ninguém cuidar dela agora, pode ser tarde demais.
- Vamos esquecer aquela louca está bem? Não quero ter pesadelos.
Por outro lado, Renata destruiu a sua casa por causa da raiva.
Mas nem isso adiantou. Tinha sido confrontada por Ana Gabriela.
Quem a garota pensava que era para a ofender e humilhar?
Mas isto não ficaria assim.
Renata seria paciente. Iria vingar - se de Gabriela e Adriano.
Mas não tão rápido. Ficaria quieta por algum tempo.
Na hora certa iria agir. E então os Botelho iriam se arrepender por a terem expulsado do hospital.
Ela iria entrar novamente na mansão Botelho, mas seria como a esposa de Adriano.
Ela seria a Senhora Renata Botelho. E não deixaria ninguém interferir nisso.
Nada nem ninguém a poderia impedir de conseguir o que tanto desejava desde a infância.
Ao entrar em casa, Renata exteriorizou toda a sua raiva e pariu tudo o que via na sua frente.
Sua empregada foi até á sala assustada por causa do imenso barulho.
- Senhora Renata! Está tudo bem?
- Desaparece daqui agora.
Suma.
A empregada saiu correndo e ligou para a mãe de Renata.
Luísa atendeu no terceiro toque.
- Maria! O que foi?
- Boa noite Senhora Luísa. A Senhora pode vir aqui? A senhora Renata não esta bem. Ela está a partir tudo e estou com medo que se magoe.
- Tudo bem se acalme.BEu estou indo. Fique de olho nela mas não se aproxime.
- Sim Senhora.
Renata estava bebendo o whisky directamente da garrafa quando a sua mãe chegou.
- Nossa Senhora! Filha o que houve? Pare de beber agora....- Ela tirou a garrafa das mãos da filha que m*l conseguia se mexer.
- Mamãe! Mamãe o Adriano me largou. Ele me chamou de chata e grudenta. Diz que sou possessiva e não suporta isso.
- O quê!? Por isso toda essa confusão? Por favor filha. Ele não disse nenhuma mentira. Você é mais grudenta que uma tatuagem recente.
- O quê!? A senhora está de acordo com ele?
- Claro que estou. Todos sabem disso. Nenhum homem suporta mulheres como você.
- Mamãe.
- Calada. Se ele não terminasse com você agora, eu mesma iria pedir para ele fazer isso.
Luísa foi embora e deixou a filha no sofá. Renata não a valorizava como mãe, então não merecia o seu apoio.