Capítulo XXV - Confiança

1715 Words
Elena sabia que para trazer Gabriela para a sua vida como filha, teria que conquistar e provar ser merecedora da sua confiança. Não pretendia fazer nenhum tipo de pressão, mas precisava tentar falar com ela e alertar sobre as intenções de Elena. Ana Gabriela chegou á clínica e como habitualmente foi recebida por Rosa que trazia o seu chá. - Bom dia Rosa. Que cara é essa? - Bom dia Doutora. É que tem uma pessoa na sua sala. - A esta hora? As consultas de hoje só começam às 8 e meia. - É verdade. Mas não se trata de uma paciente. Gabriela pensou que seria a sua Avó e foi até á sala sem esperar pelas palavras de Rosa. Elena levantou quando a porta foi aberta e soube pelo rosto de Gabriela que ela não estava feliz com a sua presença. - Filha! Podemos conversar? Por favor é urgente. - Obrigada Rita. Podes ir. - Sim Doutora. Licença. Gabriela sentou e olhou para Elena. - Você não tem nenhum direito de me chamar de filha. Podes ter me transportado no teu ventre, mas não significa que sejas minha mãe. - Me desculpe. Me excedi. Não volta a acontecer. - Espero que não. Qual é o assunto urgente? - Você conhece uma tal de Renata que foi médica aqui? - Sim. O que tem ela? - Não me pergunte como, mas eu soube que ela quer te fazer m*l. Ela quer matar você. - O quê?! Que estória maluca é essa? - É a mais pura verdade. Eu tenho provas que a podem mandar para a cadeia para sempre. - Isto não pode ser verdade. A Renata é louca, mas porque tentaria me matar? - Por causa do Adriano. Por favor acredite em mim Gabriela. É só o que peço. Não tenho razão nenhuma para mentir. - E eu não tenho razões para confiar em você Elena. - Eu sei. Mas não é apenas uma questão de confiança. Gostes ou não, tu és minha filha. E eu vim apenas te alertar para que tenhas cuidado. Por favor faça isso pela tuas irmãs e pelo teu pai. - Está certo. Eu terei cuidado. Falarei com o Adriano. Disseste ter provas? - Sim. Elas estão seguras. Não te preocupes. Só te peço uma coisa. - O que é? - Não a confrontem. Disseram-me que ela é uma mulher instável. - Sim. Ela é doente e precisa de ajuda. Mas se recusa a aceitar. - Por favor Gabriela. Me prometa que não a vais confrontar. E não deixes o Adriano fazer isso também. - Está bem. Eu prometo. - Obrigada. Bem! Vou embora agora. Agradeço por me teres ouvido. Tchau Gabriela. - Tchau Elena. Obrigada. Elena foi embora e Gabriela refletiu sobre as palavras dela. - Amor? Você está bem? Eu vi a Elena sair daqui. - Oi querido. Sim! Está tudo bem. Quero dizer, ela veio me alertar sobre algo grave. - Como assim? O que ela disse que te perturbou? - Ela me disse que a Renata tem intenções de me matar para ter você de volta. - O quê? Que estória é essa? - Senta e me ouve. Mas, primeiro me prometa que não a vamos confrontar. - Prometo. Agora me conta. Gabriela contou tudo o que ouviu de Elena e Adriano m*l podia acreditar. - Provas? Ela disse que tem provas? - Sim. Eu acredito que a Renata seja mesmo capaz disso. O que vamos fazer? O meu pai não pode saber disso. - Tudo bem. Sei a quem podemos pedir ajuda. Aliás, ele está ansioso para te conhecer. E a Isabella vai adorar saber que ele breve estará de volta. - A Isabella? Eu não entendi. - Não posso estragar a surpresa. Mas pergunta para ela sobre o meu primo sumido. Bom trabalho meu amor. Gabriela ficou curiosa. Teria que esperar pela hora do almoço para falar com Isabella. Ainda pensava nisso quando Ariella entrou na sua sala. - Bom dia cunhada. - Bom dia Ariella. Andas sumida. - Eu sei. Mas estou pronta para as novidades. Só vim te fazer uma pergunta. - Claro. O que é? - Sábado será o aniversário do Adriano. Achas que devemos organizar uma festa surpresa, ou vais preferir um celebração mais privada? - Não posso acreditar. Com tanta coisa acontecendo eu me esqueci. Vamos falar sobre isso no almoço? Mas, eu acho que prefiro algo diferente. - Entendo. Falamos disso mais tarde. Beijos. Gabriela esqueceu por algum tempo o assunto sobre Renata. Não pretendia deixar o aniversário de Adriano passar em vão. A seguir seria o seu próprio aniversário. O que devia preparar? Uma festa para a família, ou algo mais privado para demonstrar todo o seu amor por ele? Gabriela decidiu que devia concentrar - se mais na sua relação com Adriano. Ele era bastante romântico e carinhoso com ela. Estava a hora de demonstrar que sentia o mesmo, mas sem que fosse necessário fazer o uso de palavras. As suas acções seriam a melhor forma de demonstrar os seus sentimentos. Ainda havia a questão de Renata por resolver, mas ela também decidiu não desperdiçar o seu tempo pensando numa mulher que ninguém respeitava. Gabriela saiu mais cedo e passou na casa de uma amiga cuja família era conhecida pelo sua rede de hotéis fazenda. Saiu de lá com alguns panfletos e várias ideias para a festa surpresa que pretendia organizar para Adriano. Não queria excluir a família dele, mas também não queria que ninguém atrapalhasse os seus planos. Então para evitar um mau entendido com a mãe dele, Gabriela decidiu que a segunda celebração seria só entre eles os dois. Conversou com Ariela e esta falou com a mãe. A festa de Adriano iria acontecer, mas ao contrário dos anos anteriores não seria tão extensa. Iriam organizar apenas um jantar para a família e os amigos mais próximos de Adriano. Com certeza ele ficaria mais feliz do que estar rodeado de pessoas em que ele só conhecia a metade. - Licença Doutora. Tem aqui alguém para falar com a Senhora. - Quem é? - A Senhora Ana. Ela disse que é a sua Avó. - Mande - a entrar por favor. - Sim Senhora. - Obrigada. Ana entrou em seguida e viu Gabriela de pé. - Bom dia Gabriela. - Bom dia Vovó. Sente por favor. Aceita beber alguma coisa? - Não obrigada. Eu estou de jejum porque farei um exame em meia - hora. - Que exame!? A Senhora está bem? - Sim estou. Só passei para te contar, pois não queria que soubesses por outras pessoas. Preciso ir agora! Até mais doutora Gabriela. Ana saiu sem olhar para trás. Estava na hora de agir com a neta com mais severidade. Talvez assim ela percebesse que não era a única que tinha sido magoada com a descoberta da verdade sobre Elena. Gabriela ficou sem reação após ver Elena ir embora. - Mana! Estás bem?....- Cissa aproximou - se dela. - Sim estou. - Sabes! Acho que você a quer perdoar e aceitar como mãe, mas não o fazes por orgulho. - O quê!? - Desculpa ser tão directa, mas estava na hora de alguém o ser com você. - Tudo bem. Você está certa. Perdoei a minha Avó, mas em relação á Elena é diferente. Ela esteve por perto, mas nunca se aproximou de mim. Nada a impedia. - UAU! Então já sei de quem você herdou esse lado orgulhoso. Mas, vou te dar um conselho não pedido está bem? - Claro! Estou ouvindo. - Não demores muito para a perdoar. Eu perdi a minha mãe cedo demais. Ela nem sequer teve a oportunidade de saber que seria Avó. Este é um vazio que nem mesmo o Papai pode preencher. Entendes? - Sim. Claro que entendo. Eu já tomei a minha decisão. Mas, acho que não tenho coragem de a pôr em prática. - Já é um passo. Agora vai ter com o teu namorado. Ele deve estar preocupado. Ana Gabriela foi ter com Adriano que conversava com Gabriel. - Papai! A Elena foi embora. - O quê? Mas porquê? - Ela disse que não queria estar num lugar onde não se sentia bem - vinda. Me desculpe Pai. A culpa foi minha. - Nada disso meu amor. Tenho a certeza que em breve tudo vai ficar bem. Vou ligar para ela. - Estás bem querida? - Não sei. A Vossa disse que não consigo perdoar a Elena por orgulho. - E ela está errada? - Você também acha isso? - Não meu amor. A decisão de a perdoar ou não é apenas tua. - Sim eu sei. Mas, eu confesso que tenho medo. A Renata ameaçou a minha Avó, e se ela fizer o mesmo com a Elena ou com as minhas irmãs? A Fátima está grávida e... - Chega! Por favor Gabriela, não dês tanto valor para a Renata. Ela é louca e ficaremos atentos para o caso dele tentar fazer alguma coisa, mas não podes nem a deves temer. - Está bem. Você tem razão. E quanto ao teu aniversário, está certo que será apenas um jantar? - Sim. Não foi nada fácil convencer a minha mãe, mas ela entendeu. - Óptimo. Porque eu tenho planos para depois e não quero interferências. - Planos!? A sério? - Sim. E nem adianta perguntares as meninas. Só eu sei do que se trata. - Eu estou surpreso. - E ficarás ainda mais quando souberes do que se trata. A festa de Gabriel prosseguiu. Ele não gostou do facto de Elena ter ido embora. Ligou mas ela não o atendeu. Gabriel sendo um homem bom e paciente, sabia que não devia interferir na situação de Elena com a filha deles. As duas eram muito parecidas e não apenas fisicamente. A reconciliação iria acontecer, mas tinha que ser no tempo certo. Pressionar Gabriela não seria nada bom. E ainda havia a questão de que ele e Elena estavam juntos novamente, mas ainda não tinham contato á ninguém. Gabriel temia a reação da sua filha. Os outros com certeza entenderiam que a intenção do pai era seguir a sua vida. Mas seria assim tão simples com Gabriela? Afinal, ela não falava com a mãe, e já tinha demonstrado o seu amor imenso pelo pai.
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