Gabriela não conseguia nem disfarçar o quanto estava feliz.
Estava presente em cada um dos seus gestos e palavras que ela amava e era igualmente amada.
O seu humor estava melhor e até mesmo Cissa percebeu quando se encontraram para almoçar.
- Oi Cissa! Me desculpe o atraso.
- Nossa! Que energia é essa mana?
- Digo sem medo que é a energia do amor.
- Que maravilha. E este príncipe por acaso se chama Adriano Botelho?
- Com certeza. Ele é o amor da minha vida. Aquele homem tão desejado por muitas é literalmente meu.
- É tão bom te ver assim querida.
O Papai vai pensar o mesmo.
Aliás, ele adora o Adriano.
- A sério? Isto vai facilitar muito as coisas. O Adriano disse que quer ter uma conversa séria com o papai e fará isso na festa.
- Conversa séria? Acho que em breve teremos um casamento na família.
- Não me parece. Mas quem sabe?
Elas almoçaram e Ana Gabriela voltou ao trabalho. Viu Rosa caminhar na sua direção e ela parecia assustada.
- Doutora! Ainda bem que a senhora já voltou.
- O que foi Rosa?
- Tem uma pessoa esperando na sua sala. Eu juro que a tentei impedir, mas ela quase me bateu.
Gabriela foi até lá e abriu a porta. Renata estava sentada no seu lugar e levantou quando a viu.
- Olá Ana Gabriela.
Achei que não voltavas mais.
- Renata?! O que você faz aqui?
Fora da minha sala.
- Calma querida. Eu não vim pegar nada que é seu.
Aliás, apenas voltei ao meu lugar.
- O quê? O Adriano deixou claro que não és bem - vinda aqui.
Vai embora agora.
- Eu vou. Mas saiba que eu estou de volta. Você vai pagar caro por teres roubado o Adriano de mim.
- Para começo de conversa não roubei nada. Ele nunca foi seu e a cidade inteira sabe disso.
Outra coisa, ele terminou com você muito antes da minha entrada aqui na Clínica, e a razão foi por seres grudenta e insuportável.
Renata caminhou para a porta e voltou a falar:
- Seja como for, eu sou a única com o direito de receber o sobrenome Botelho.
E prefiro que você morra, mas não penses que deixarei que cases com ele.
- E porque eu precisaria da tua permissão? Você pode ser uma velha decrépita, mas nenhuma criança será amaldiçoada ao ponto de te chamar de mãe.
Sem saber o que responder Renata foi embora.
Estava furiosa. Era a segunda vez que Gabriela a punha no lugar.
Não estava disposta a deixar isso acontecer por muito mais tempo.
Assim que entrou no carro, Renata fez uma ligação.
- Senhorita Renata?
- Olá Pedro. Eu tenho um trabalho para você. Tens tempo para ir á minha casa?
- Claro. Desde que a Senhora esteja disposta a pagar bem por isso.
- O dinheiro não é problema.
Esteja na minha casa em meia - hora.
- Sim Senhora.
Até já.
Renata queria começar a pôr o seu plano em acção.
Ela já tinha algumas ideias. Mas precisaria de ajuda e com certeza Pedro era a pessoa certa para realizar o trabalho.
O que será que essa mulher malvada vai fazer contra Ana Gabriela e Adriano?
Ao contratar alguém para vigiar de perto Gabriela, Renata acreditava que poderia encontrar o po fraco dela e assim a fazer sair do que considerava o seu caminho.
Ela só não imaginava que o homem que contratou não era confiável em nenhum sentido, e por qualquer quantia ele estaria disposto a vender informações.
******NOTA
Pedro começou a sua carreira como detective privado.
Ganhava bem por cada um dos seus trabalhos bem feitos.
A sua ambição foi maior que o bom senso, e ele passou a usar tudo o que tinha para chantagear os seus clientes de forma anónima.
Eles pagavam quantias exorbitantes para não terem as suas vidas expostas em revista e sites de fofocas.
Isto o deixou com uma situação financeira bastante agradável, mas ainda não parecia ser o suficiente.
Agora que tinha conseguido a oportunidade de tirar dinheiro de Renata, ele o faria sem se importar com o facto de que ela já começava a ganhar a fama de louça de pedra.
Chegou na casa dela na hora combinada. Notou que a casa era enorme e luxuosa demais para uma só pessoa.
A empregada o deixou na sala o de Renata já o esperava.
Algum tempo mais tarde ele saiu de lá com instruções de Renata.
Tinha gravado cada uma das palavras dela e na hora certa usaria isso a seu favor.
Por outro lado, Ana Gabriela continuava a evitar o contacto com a sua avó.
Sentia a falta dela. Desejava o seu colo e conselhos, mas o seu coração estava imerso em muita tristeza.
A Avó que ela jamais deixaria de amar tinha quebrado a sua confiança.
Além disso, ela tinha descoberto que tinha duas irmãs maravilhosos e que em breve seria Tia pela primeira vez.
Tinha o apoio de Isabel e também de Adriano.
Paula a nova médica também tornou-se a excelente confidente.
Cada um lutava para seguir a sua vida apesar de não ser tão fácil como estavam a tentar fazer parecer.
Elena estava a sofrer demais.
Tinha sido rejeitada por suas filhas e não podia se aproximar para que elas não se sentissem pressionadas demais.
- Licença Senhora. Tem uma visita.
- Quem é?
- A Senhora Ana.
- A minha mãe? Deixe - a entrar por favor.
- Filha! Meu amor como estás?
- Olá Mamãe. Eu estou muito m*l. As minhas filhas me odeiam e eu não posso nem voltar a falar com o Gabriel. Ele pediu que eu me mantenha afastada por algum tempo.
- Eu entendo querida.
Mas por favor não desistas está bem? Elas vão te perdoar. E com certeza o Gabriel vai fazer o mesmo.
- Eu espero que sim Mãe.
Só a Senhora e a Paula estão comigo. E não quero mais perder ninguém. A Isabella é a melhor amiga da Gabriela. E a Paula não pode perder a confiança da filha dela por minha causa.
O que faço Mamãe?
- Por enquanto não ligues tanto para ela. Deixa a poeira baixar.
As coisas vão correr bem querida.
Elena sabia que a mãe estava certa. Tinha que manter - se afastada de sua amiga para evitar problemas maiores.