Capítulo XXI - Visita

1068 Words
Gabriela não conseguia nem disfarçar o quanto estava feliz. Estava presente em cada um dos seus gestos e palavras que ela amava e era igualmente amada. O seu humor estava melhor e até mesmo Cissa percebeu quando se encontraram para almoçar. - Oi Cissa! Me desculpe o atraso. - Nossa! Que energia é essa mana? - Digo sem medo que é a energia do amor. - Que maravilha. E este príncipe por acaso se chama Adriano Botelho? - Com certeza. Ele é o amor da minha vida. Aquele homem tão desejado por muitas é literalmente meu. - É tão bom te ver assim querida. O Papai vai pensar o mesmo. Aliás, ele adora o Adriano. - A sério? Isto vai facilitar muito as coisas. O Adriano disse que quer ter uma conversa séria com o papai e fará isso na festa. - Conversa séria? Acho que em breve teremos um casamento na família. - Não me parece. Mas quem sabe? Elas almoçaram e Ana Gabriela voltou ao trabalho. Viu Rosa caminhar na sua direção e ela parecia assustada. - Doutora! Ainda bem que a senhora já voltou. - O que foi Rosa? - Tem uma pessoa esperando na sua sala. Eu juro que a tentei impedir, mas ela quase me bateu. Gabriela foi até lá e abriu a porta. Renata estava sentada no seu lugar e levantou quando a viu. - Olá Ana Gabriela. Achei que não voltavas mais. - Renata?! O que você faz aqui? Fora da minha sala. - Calma querida. Eu não vim pegar nada que é seu. Aliás, apenas voltei ao meu lugar. - O quê? O Adriano deixou claro que não és bem - vinda aqui. Vai embora agora. - Eu vou. Mas saiba que eu estou de volta. Você vai pagar caro por teres roubado o Adriano de mim. - Para começo de conversa não roubei nada. Ele nunca foi seu e a cidade inteira sabe disso. Outra coisa, ele terminou com você muito antes da minha entrada aqui na Clínica, e a razão foi por seres grudenta e insuportável. Renata caminhou para a porta e voltou a falar: - Seja como for, eu sou a única com o direito de receber o sobrenome Botelho. E prefiro que você morra, mas não penses que deixarei que cases com ele. - E porque eu precisaria da tua permissão? Você pode ser uma velha decrépita, mas nenhuma criança será amaldiçoada ao ponto de te chamar de mãe. Sem saber o que responder Renata foi embora. Estava furiosa. Era a segunda vez que Gabriela a punha no lugar. Não estava disposta a deixar isso acontecer por muito mais tempo. Assim que entrou no carro, Renata fez uma ligação. - Senhorita Renata? - Olá Pedro. Eu tenho um trabalho para você. Tens tempo para ir á minha casa? - Claro. Desde que a Senhora esteja disposta a pagar bem por isso. - O dinheiro não é problema. Esteja na minha casa em meia - hora. - Sim Senhora. Até já. Renata queria começar a pôr o seu plano em acção. Ela já tinha algumas ideias. Mas precisaria de ajuda e com certeza Pedro era a pessoa certa para realizar o trabalho. O que será que essa mulher malvada vai fazer contra Ana Gabriela e Adriano? Ao contratar alguém para vigiar de perto Gabriela, Renata acreditava que poderia encontrar o po fraco dela e assim a fazer sair do que considerava o seu caminho. Ela só não imaginava que o homem que contratou não era confiável em nenhum sentido, e por qualquer quantia ele estaria disposto a vender informações. ******NOTA Pedro começou a sua carreira como detective privado. Ganhava bem por cada um dos seus trabalhos bem feitos. A sua ambição foi maior que o bom senso, e ele passou a usar tudo o que tinha para chantagear os seus clientes de forma anónima. Eles pagavam quantias exorbitantes para não terem as suas vidas expostas em revista e sites de fofocas. Isto o deixou com uma situação financeira bastante agradável, mas ainda não parecia ser o suficiente. Agora que tinha conseguido a oportunidade de tirar dinheiro de Renata, ele o faria sem se importar com o facto de que ela já começava a ganhar a fama de louça de pedra. Chegou na casa dela na hora combinada. Notou que a casa era enorme e luxuosa demais para uma só pessoa. A empregada o deixou na sala o de Renata já o esperava. Algum tempo mais tarde ele saiu de lá com instruções de Renata. Tinha gravado cada uma das palavras dela e na hora certa usaria isso a seu favor. Por outro lado, Ana Gabriela continuava a evitar o contacto com a sua avó. Sentia a falta dela. Desejava o seu colo e conselhos, mas o seu coração estava imerso em muita tristeza. A Avó que ela jamais deixaria de amar tinha quebrado a sua confiança. Além disso, ela tinha descoberto que tinha duas irmãs maravilhosos e que em breve seria Tia pela primeira vez. Tinha o apoio de Isabel e também de Adriano. Paula a nova médica também tornou-se a excelente confidente. Cada um lutava para seguir a sua vida apesar de não ser tão fácil como estavam a tentar fazer parecer. Elena estava a sofrer demais. Tinha sido rejeitada por suas filhas e não podia se aproximar para que elas não se sentissem pressionadas demais. - Licença Senhora. Tem uma visita. - Quem é? - A Senhora Ana. - A minha mãe? Deixe - a entrar por favor. - Filha! Meu amor como estás? - Olá Mamãe. Eu estou muito m*l. As minhas filhas me odeiam e eu não posso nem voltar a falar com o Gabriel. Ele pediu que eu me mantenha afastada por algum tempo. - Eu entendo querida. Mas por favor não desistas está bem? Elas vão te perdoar. E com certeza o Gabriel vai fazer o mesmo. - Eu espero que sim Mãe. Só a Senhora e a Paula estão comigo. E não quero mais perder ninguém. A Isabella é a melhor amiga da Gabriela. E a Paula não pode perder a confiança da filha dela por minha causa. O que faço Mamãe? - Por enquanto não ligues tanto para ela. Deixa a poeira baixar. As coisas vão correr bem querida. Elena sabia que a mãe estava certa. Tinha que manter - se afastada de sua amiga para evitar problemas maiores.
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