Ana Gabriela amou passar um tempo na fazenda do pai.
Fazia caminhadas e o ar puro ajudou ainda mais na sua recuperação. Quando voltou a repetir os exames, soube então que estava preparada física e psicologicamente para comparecer ao tribunal.
Renata lá estava no dia. Algemada e ao lado do seu advogado, ela tentava manter a calma, mas por dentro estava a ferver de raiva.
Ana Gabriela não se deixou intimidar. Olhou para Renata com determinação e foi até ao lugar de testemunha.
Respondeu cada uma das perguntas, e contou com detalhes todas as ameaças que tinha recebido de Renata.
A maior surpresa de Renata foi quando surgiram provas da sua intenção de matar Ana Gabriela. Foram entregues gravações de vozes e até vídeos onde ela afirmava que só poderia ficar novamente com Adriano se Ana Gabriela estivesse morta.
Ela realmente não sabia de onde tinham saído as provas, até que viu uma mulher sentada num canto e que olhava para ela com ar muito zangado.
Renata não a conhecia, mas a mulher estava ligada ao homem contratado para sequestrar Sara.
Renata foi então condenada á 30 anos de prisão sem direito á liberdade condicional.
Pagaria indenização para Ana Gabriela no valor de 25 milhões de dólares e para Sara de 20 milhões, isto sem incluir as despesas do advogado.
- Não. Eu não pagarei nada para vocês.
Ficarei na miséria.
- O problema é seu Renata. Assuma as consequências das suas escolhas.
Renata ficaria numa instituição para pessoas com a sua condição mental.
Não teria direito á visitas no começo, e a alteração devia depender do seu comportamento.
Gabriela estava feliz e satisfeita com o resultado. Combinou de sair com Adriano, Isabella e Luciano para poderem finalmente festejar por estarem livres de Renata.
- Olá filha. Como estás?
- Oi Papai. Estou aliviada. Eu voltei e estamos todos livres daquela mulher horrível.
- Sim é verdade. Agora vocês já podem marcar a data para o vosso casamento.
- Sim é verdade.
Papai! Quero saber de uma coisa.
- Claro meu amor. O que é?
- A tua esposa sabia sobre mim?
- Sim. Ela soube e conseguiu me perdoar. Você a amaria muito.
- E o senhor a amava?
- Sim. Mas era um amor diferente do que sinto pela Elena.
- A Elena? O Senhor ainda a ama?
- Sim. Mas ela não quer ficar comigo, porque não quer perder você outra vez.
- O quê? Eu sou a razão pela qual ela não quer o Senhor de volta?
Não. Eu não quero isso papai. Só desejo que o Senhor seja feliz. E se for ao lado da Elena, eu não tenho razão para estar contra isso.
Mas e os meus irmãos, eles a aceitariam?
- É claro que sim. Seríamos uma família grande e feliz.
Já imagino uma enorme festa de natal.
- Eu também Papai. O Senhor está certo. Quero criar os meus filhos dentro de uma família unida. Onde haja amor, respeito e muita confiança.
- E assim será querida. Podes acreditar que tudo vai dr certo.
Gabriela então saiu para festejar a sua liberdade. O amor que partilhava com Adriano e o seu retorno ao trabalho.
Mas, ainda havia mais um obstáculo no seu caminho.
E mais uma vez ela seria testada pelo destino.
Renata não se conformou. Teve que assinar vários papéis para transferir os valores exigidos para Gabriela e Sara.
Os seus pais não apareceram e ela decidiu agir sozinha. Pretendia fugir para se vingar de Gabriela.
Começou por observar os enfermeiros do lugar, e então descobriu alguém disposta a ajudar na sua fuga.
O escolhido chamava - se Joel e por dinheiro faria qualquer coisa.
Passou o seu celular para Renata, e ela transferiu 50 mil dólares.
A segunda parte seria paga quando conseguisse estar fora da instituição.
O dia da fuga chegou. Era dia de visitas e havia muita agitação.
Renata e joel estavam preparados para executar o plano. Com perucas, roupa e maquiagem, ela ficou a parecer uma mulher idosa e ninguém a reconheceu.
Joel pagou alguém para fingir ser o neto dela. Eles esperaram até o final das visitas. As pessoas foram saíndo e no meio estava Renata que passou despercebida.
Foi levada até uma casa bem discreta, onde ficaria por alguns dias.
Joel manteve - se a trabalhar para poder lhe passar informações.
Ana Gabriela estava a trabalhar quando alguém bateu na porta e viu Adriano. Ele estava com um ar bem preocupado.
A paciente saiu e então ele entrou.
- Meu amor. Bom dia.
- Bom dia. Está tudo bem?
- Não querida. Eu não tenho boas notícias.
- O quê? O que houve?
- A Renata fugiu. Ela está solta por aí e com certeza vem atrás de nós.
- O quê? Não pode ser. Aquela mulher está doente e precisa ser encontrada.
- Eu sei amor. A polícia está no encalço dela. Ela não vai longe, mas temos que tomar precauções.
- Não vou mais me esconder Adriano. Não tenho medo dela.
- Eu sei querida. Mas ela está ainda pior e isso a torna mais perigosa.
Não quero correr esse risco. Entendes?
- Sim. Eu entendo.
- Óptimo. Vamos juntos para casa.
E o teu carro?
- Está com a Elena. Eu pedi que ela fosse à empresa que vai instalar os acessórios de segurança.
- Muito bem. Fico feliz que estejam a se dar bem.
- Eu também. Estamos no bom caminho.
Enquanto isso, Elena foi pegar o carro.
Estava calor e ela usava o cabelo solto e óculos escuros. O homem que a vigiava não sabia quem ela era. Com o seu físico, Elena parecia uma jovem mulher. Ele apenas tinha a placa do carro de Gabriela.
Avisou então Renata e ela foi ao local. Seguiram Elena sem saberem que não era Gabriela. No estacionamento do Centro Comercial, Elena saiu do carro e percebeu que era seguida por alguém.
Gritou por socorro e os seguranças a ouviram.
Houve uma troca de tiros e duas pessoas foram atingidas. Entre elas Elena e Renata.
Os seguranças chamaram a polícia e ambulâncias.
O homem também foi apanhado.
Elena estava viva mas muito fraca e Renata também corria perigo de vida.
Gabriela estava com as irmãs Fátima e Lúcia quando recebeu a ligação de Adriano.
- Gabriela o que houve?
- A Mamãe! Ela está no hospital. Apanhou um tiro da Renata. Ela foi confundida comigo porque estava com o meu carro. A culpa é minha.
- Nada disso. Não tens culpa de nada irmã.
Por favor não te culpes está bem?
- Obrigada Mana. Vou até á clínica e mando notícias.
- Gaby! Por favor não escondas nada de nós.
- Claro que não Lúcia. Vai ficar tudo bem.
Gabriela correu até á Clínica. Não queria admitir ou mesmo demonstrar, mas estava com medo de perder Elena.
Ela era a sua mãe. A convivência co ela nas últimas semanas ajudou Ana Gabriela a entender que Elena realmente a amava.
Ela cumpriu comna palavra de não a pressionar e não se importava de ser chamada pelo nome.
Chegou na clínica e Gabriel lá estava com Adriano.
- Papai! O senhor teve alguma notícia?
Amor como ela está?
- Fica calma meu amor. A Elena está fora de perigo. A cirurgia dela correu bem. Eu mesmo a fiz.
- Obrigada meu amor!.....Gabriela o abraçou.
Você salvou a minha mãe. Obrigada.
- Por nada meu amor. A Elena é uma mulher muito forte.
- É verdade filha. Dá para perceber que você puxou a ela neste sentido.
- Eu também percebi isso.
- A sério amor? E como está aquela mulher?
- Muito m*l. Apesar da cirurgia, existe a possibilidade da Renata ficar paraplégica e também pode perder completamente a visão.
- Pois é pouco depois de tudo o que ela fez.
O que vaj acontecer agora?
- A pena dela foi aumentada apesar de tudo. Ela terá violência nas 24 horas do dia. Não vai nem coçar a cabeça sem ter alguém ao lado dela.
Amor! Eu prometo que desta vez vamos mesmo nos livrar dela.
- Obrigada meu amor. Papai! Como o Senhor está?
- Mais calmo. Não suportaria perder a Elena novamente.
E como está a vossa relação?
- Melhorando Papai. A verdade é que perdi o chão quando ouvi a notícia.
Eu não estou bem. Quase perdi a minha mãe. Não suportaria perder ela sem dizer que a amo e a perdoei papai.
- Está tudo bem filha. Você terá a oportunidade de dizer para ela tudo isso.
- Amor! Amanhã a Elena vai para o quarto. Mas ela vai estar sedada ppr causa das dores que com certeza vai sentir. Fale com ela. Ela vai te ouvir, assim como você também a ouviu. Abre o teu coração.
- Eu amo muito vocês dois. Preciso ligar agora para acalmar a Fátima e a Lúcia.
Isabella apareceu algum tempo depois e conversou com Gabriela.
- Como você está amiga?
- Aliviada por saber que ela está bem. Quase morri quando o Adriano ligou para me contar o que tinha acontecido.
Eu apenas quis chegar até aqui e implorar para ela não me deixar outra vez.
- Você a ama não é?
- Sim. Eu descobri que amo muito a Elena. Quero dizer, a minha mãe. Não suportaria perder ela pela segunda vez.
- E a tua Avó?
- A Vovó é o meu melhor modelo de mulher. Mas, eu quero dar uma oportunidade para a Elena ser a minha mãe.
O que você acha?
- Que essa é a melhor decisão. Você não vai se arrepender.
- Obrigada amiga. Saiba que eu te amo muito Isa.
Como estão as coisas com o Luciano?
- Maravilhosas. Ele quer marcar logo a data do casamento.
Ai amiga! Eu o amo demais. E por isso quero que saibas de uma coisa.
- Claro. O que é?
- O Luciano me pediu para casarmos aqui e depois irmos morar em Itália.
Eu aceitei o pedido dele e já falei com o Adriano sobre a possibilidade de ter outra pessoa no meu lugar.
- O quê? Isto é sério Isabella?
- É sim. Eu não tive a oportunidade de te contar mais cedo. Mas quero que você me entenda.
- Amiga! É claro que entendo. E além disso, eu quero acima de tudo que você seja feliz. Então se a tua felicidade está ao lado do teu marido, então que seja.
Vai e seja imensamente feliz. Você nasceu para isso.
Isabella abraçou Ana Gabriela com lágrimas nos olhos.
- Você é a melhor das amigas.
Eu te amo demais. Obrigada.
- Sentirei saudades querida. Mas prometo que terás a minha visita muitas vezes.
- Não há nada no mundo capaz de abalar a nossa amizade.
A vida de Ana Gabriela não parava de ter surpresas.
Ela só desejava ter sossego e tempo para organizar o seu casamento.
Antes disso, tinha mais duas coisas para fazer. Depois delas, nada mais a poderia impedir de se tornar a Senhora Doutora Ana Gabriela Morales Medina de Botelho.