Ana Gabriela levantou e sentiu o cheiro delicioso de pão de alho que só a sua Avó sabia fazer. Após um banho, desceu e a encontrou terminando de pôr a mesa.
- Bom dia Vovó.
- Bom dia Aninha. Dormiu bem?
- Muito bem obrigada. E já estou morrendo de fome.
- Bem! Fiz pão de alho e também de bacon. E claro, o teu suco de 4 frutas.
- Obrigada Vovó. És a melhor. Pensei em irmos às compras hoje. O que a Senhora acha?
- Uma excelente ideia filha. Agora és a Doutora Morales. Mereces o melhor.
Agora termine. Eu tenho um presente para você.
- Presente?! Mas Vovó.
- Nem adianta recusar.
- Está bem Vovó. O que é?
- Vem comigo. É grande demais para estar aqui dentro.
Quando saíram, Gabriela vou na sua frente um carro lindo e moderno.
Ficou sem palavras por alguns segundos.

- Então filha. Gostas?
- Eu adoro Vovó. É maravilhoso.
Obrigada.
- Nossa! Valeu a pena para ver esse sorriso.
- Vovó! A Senhora é a pessoa que mais amo neste mundo.
Muito Obrigada.
- Também és tudo para mim querida.
E podemos estrear o carro quando formos às compras.
- Excelente ideia. Vou ligar á Bella e pedir que ela nos encontre no Centro uma hora.
Ana sorriu ao ver a neta tão feliz.
As duas tinham uma ligação forte demais, e Elena jamais poderia quebrar este laço.
Após terminar de organizar tudo, Ana estava preparada para sair.
Recebeu uma ligação e reconheceu o numero.
- Alô!
- Mamãe! É a Elena.
- Eu sei. O que você quer?
- Falar com a Senhora, mas tem que ser pessoalmente. Por favor Mamae.
- Eu ligarei em breve. Não ligues novamente.
Ana desligou e viu a neta entrar.
- Quem era Vovó?
- Ninguém importante filha. Vamos? Não quero ficar presa no trânsito.
- Está bem. A Isabella está a caminho.
Elas saíram de casa, mas Gabriela estava desconfiada. Sabia que a sua avó escondia alguma coisa, e não era a primeira vez que ela recebia uma ligação misteriosa.
Finalmente chegaram ao Centro Comercial.
Isabella já lá estava e sorriu quando as viu.
- Oi Gaby! Oi Vovó Ana.
- Olá Isabella.
- Oi amiga. O que achaste do meu presente?
- Maravilhoso. Amiga! Tenho óptimas notícias.
- Conta logo.
- Você terá na segunda-feira uma entr com o Doutor Adriano. A vaga de nutricionista está aberta. E ele não quer mais esperar para a preencher.
- A sério?! Obrigada Bella.
És a maior. A Senhora ouviu Vovó?
- Claro. Vai dar tudo certo filha.
Os Botelho são os melhores.
- É verdade amiga. O Doutor Adriano é óptimo. A entrevista será apenas uma formalidade.
As três foram fazer imensas compras.
Gabriela comprou vários jalecos e outros materiais que idia precisar no seu trabalho.
Queria causar a melhor impressão. Já conhecia a reputação de Adriano Botelho. Aliás, toda a família era conhecida por sua bondade e altruísmo.
Adriano era bem reservado, e raramente aparecia na capa de alguma revista sobre saude.
Ele também era conhecido como o Doutor dos sorrisos. Sendo odontologista, sorrir era a sua marca.
Ana Gabriela m*l podia esperar para o conhecer pessoalmente.
Durante muito tempo ele foi a sua fonte de inspiração.
Gabriela deu o seu melhor enquanto estava na Universidade.
Tornou-se a melhor e a maior parte do seu tempo era de dedicação aos estudos.
Diversas vezes ela desejou saber onde estariam os seus pais, e se eles estariam felizes pela escolha da sua profissão.
Mas a sua vontade não passava disso mesmo.
Sem esmorecer, ela decidiu que nada seria mais importante na sua vida do que a sua profissão..
Também tinha a intenção de descobrir a verdade sobre o seu passado.
A Avó não dizia nada sobre o assunto. Gabriela apenas sabia que ela era a mãe de sua mãe e não mais do que isso.
Num dia em que procurava por alguns livros no sótão, Gabriela achou dentro deles a foto de sua avó ao lado de um homem e uma jovem linda.
Ela era igual a Gabriela. A fotografia ainda estava bem conervavda apesar do tempo.
Gabriela sorriu e pegou a fotografia.
Encontrou a Avó fazendo o jantar.
- Oi Vovó.
- Olá querida. Achaste o livro?
- Sim. Amanhã o levarei.
Vovó! Esta é a minha mãe?...- Ela entregou a fotografia para a Avó.
- Sim é ela. Foi um dia feliz apesar do teu avô já estar doente quando tiramos a fotografia.
- O que houve Vovó? Porque a Senhora não fala dela. É a tua filha.
- Apenas porque dei a luz a ela.
Ela não merece carregar o sobrenome de um homem como o teu Avô. Ele foi o meu primeiro e único amor. A tua mãe desonrou a memória dele.
- Por minha culpa?
- O quê!? Claro que não meu amor. Tu és a maior vítima de tudo isso. Por favor não voltes a dizer isso. E vamos encerrar este assunto está bem? Por favor ponha a mesa e vamos comer está bem?
- Sim Senhora.
Era sempre assim. O assunto nunca era levado ao ponto que Gabriela desejava. Mas, assim como a sua Avó ela era persistente e não pretendia desistir. Tinha que encontrar uma forma de a convencer a contar alguma coisa, ou então seria necessário investigar e descobrir por conta própria.
Por outro lado, Elena seguiu com a sua vida. Passou por muitas dificuldades, mas acabou por as ultrapassar.
Tornou-se uma mulher de negócios rica e bem sucedida.
Casou - se e tornou-se mãe novamente.
O seu coração estava feliz por um lado. Mas, devido ao segredo que carregava, ele também estava a tornar - se pesado demais.
Sua filha mais nova Ana Laura crescia com uma inteligência enorme.
A menina a encontrou chorando na varanda de casa.
- Mamã! Porque a Senhora está chorando?
- Oi meu amor. Não é nada. Eu pensei numa coisa que me deixou um pouco triste.
- Eu não gosto de ver a Senhora assim. Por favor não chores mais.
- Está bem meu amor.
Cadê o papai?
- Tomando o seu café. Ele disse que hoje vamos sair para jantar fora.
- Sim é verdade. Será uma ocasião muito especial. Quero que entres e te organizes está bem? Vamos deixar você linda hoje.
- Sim Mamãe.
Elena sorriu. Ela estava disposta a recuperar a sua filha mais velha Ana Gabriela.
Mas seria aceita por ela como mãe após tanto tempo longe dela?