Capítulo XXVIII - Cheios de Amor
1742 Words
Estava uma linda manhã de quarta-feira. Isabella soube que Luciano estaria na clínica para uma reunião com Adriano.
Andava de um lado para o outro quando Paula a viu.
- Bom dia Isabella. Está tudo bem?
- Bom dia Paula. Eu não sei.
Estou nervosa demais.
- Isso eu já percebi. O que aconteceu?
- O Pedro Luciano está vindo.
E esse será o nosso reencontro desde a última vez que nos vimos.
- Você acha que ele te vai ignorar?
- Não sei. Espero que não, mas...
- Bom dia Senhoritas!
Isabella sentiu o coração acelerado. Não conseguiu nem olhar para ele, mas teve que responder.
- Bom dia Senhor Luciano.
Vou avisar ao Doutor Adriano que está aqui.
- Na verdade Isabella, eu já estive com ele. Vim falar com você.
- Olá! Sou a Doutora Paula.
Fiquem à vontade. Até logo Isa.
Paula os deixou sozinhos e Luciano fechou a porta trancando - a por dentro.
- O que foi Luciano? Porque trancaste a porta?
- Para que não nos incomodem.
Temos que falar Isabella. E desta vez não vais fugir.
- Tudo bem. Vamos conversar.
Estou ouvindo.
- Eu sinto muito por ter ido embora daquela maneira Isabella.
- Falas do facto de me teres deixado à tua espera no restaurante por duas horas e meia? Ou te referes á desculpa esfarrapada que me deste para tentar justificar a tua ausência?
- Sim. Eu sei que você ficou furiosa e com toda a razão.
Mas, por favor deixa - me explicar o que realmente aconteceu.
- Após 6 meses? Ainda achas que vai valer a pena me dar uma explicação?
Por favor Luciano. Por favor abra a porta. Eu tenho que trabalhar.
- Tudo bem. Mas podemos almoçar hoje? Por favor Isabella. Tens mesmo que saber a razão pela qual eu não apareci.
- Eu já sei Luciano. Você estava com a Verônica Montiel.
Estou enganada?
- Não. Eu realmente estava com ela. Mas como sabes ela é a maior e melhor designer de jóias da cidade.
- Sim eu sei.
- Então! Eu estava com ela porque fiz uma encomenda.
Houve um atraso e falha na comunicação, e por isso não cheguei á tempo no restaurante.
Mas eu estive lá.
- Certo. E que encomenda foi essa que fizeste?
Luciano tirou do seu bolso uma caixa de veludo e mostrou para Isabella que estava sem reação antes mesmo de ver do que se tratava.

- O que é isso Luciano?
- É o que eu pretendia usar para oficializar o meu pedido de namoro Isabella. Sou um homem á moda antiga. De cada vez que darmos um passo na nossa relação, saiba que um anel te será dado. Isto é, se você corresponder aos meus sentimentos.
- Achavas que não te correspondia?
- Na verdade sim. Estava cheio de dúvidas. E ao invés de falar directamente contigo, eu apenas fui embora e sabes o que aconteceu antes disso.
Então: Você aceita ser minha namorada Isabella?
- Luciano! Eu.... É claro que aceito. Eu amei você desde que te vi pela primeira vez. Seria louca para te rejeitar.
- Fico feliz por saber disso.
O casal trocou um longo e apaixonado beijo.
Isabella lembrou que estava no seu local de trabalho. Estavam cheios de amor para dar um ao outro, e combinaram fazer uma viagem romântica bem depois do aniversário de Adriano.
Apaixonados e felizes, Isabella e Pedro Luciano só desejavam viver o seu amor em paz.
Tinha como exemplo de casal feliz Adriano e Ana Gabriela.
Não querendo estar sempre por perto deles, o casal decidiu fazer uma viagem para acertar os seus planos, mas esta só iria acontecer depois da festa de aniversário de Adriano que seria em dois dias.
Isabella decidiu ir falar com os pais e partilhar com eles a sua felicidade ao lado de Pedro Luciano.
Paula estava na cozinha quando ela entrou em casa.
- Mamãe!?
- Estou na cozinha filha.
- Olá mãezinha linda.
- Nossa! Que boa disposição é essa? O que aconteceu?
- Aconteceram coisas maravilhosas mamãe.
Olhe só para este anel.....- Isabella mostrou a mão direita para a mãe.

- Filha que anel é esse?
O que você não me contou Isabella?
- Calma Mamãe. Eu vim fazer isso. E o Papai?
- Está chegando.
- Óptimo. Quero falar com os dois de uma só vez.
- Tudo bem. Então lave as mãos e me ajuda com o jantar. Faz a salada por favor.
Isabella ajudou a mãe que percebeu o quanto ela estava agitada e ansiosa para contar alguma coisa.
Quando Fernando chegou, ficou feliz ao ver a filha.
- Papai!
- Olá querida. Que boa surpresa.
- Obrigada Papai. Eu vim contar algo muito sério para vocês.
Sentaram na sala e Isabella contou:
- Mamãe e Papai! Eu estou prestes a me casar.
- O quê!? A gente nem sabia que voce estava namorando. Como assim casamento?
- Eu sei pai. Mas, ele não é um estranho. É o Pedro Luciano Botelho. É primo do Adriano.
- É o rapaz que foi embora de repente e por quem você ficou um mês chorando?
- É ele mesmo mamãe.
Já está tudo esclarecido. Eu o amo e sou muito amada por ele.
Quero pedir que a Senhora prepare um jantar,pois ele vem pedir a minha mão pessoalmente.
- Ele vem mesmo!?
- Sim Papai. Por favor acredite em mim. Eu estou feliz. Ele me faz feliz. Muito mais feliz do que o Senhor possa imaginar.
- Eu acredito meu amor. O brilho que tens nos olhos é o suficiente para mim. Mas eu ainda quero falar com ele pessoalmente.
Vou ter que me certificar que ele vai cuidar muito bem de você.
Não é mesmo Paula?
- É sim querido. Filha tu és o nosso tesouro. É claro que daremos a nossa bênção. Mas será da forma correcta. Está bem?
- Está bem Mamãe. A Senhora pode organizar tudo. Os pais do Pedro concordaram e vão chegar na sexta-feira.
Muito obrigada aos dois. Eu amo muito vocês. Obrigada.
- Ver você tão feliz é só o que importa para nós querida.
Agora vamos jantar e falar dos detalhes. Você precisa de uma festa digna e nós a daremos.
- Sim Senhora. Eu volto já. Tenho que ligar para a Gabriela.
Quando a filha saiu da sala, Paula olhou para o marido e sorriu.
- Ela está feliz de verdade meu amor. Você percebeu?
- Sim. É claro que eu percebi.
Ela não é mais a nossa menina.
Agora é uma mulher e logo nós seremos avós.
- Eu espero que sim amor. Confesso que estou ansiosa para ter netos.
Por outro lado, Isabella ligou para Gabriela e contou sobre a festa de noivado que estava a ser preparada para ela e Pedro Luciano.
- Parabéns minha amiga.Você merece toda essa felicidade.
- Obrigada amiga. Pode se preparar porque terás o trabalho de ser a minha madrinha, e conto com a tua ajuda para escolher o vestido.
- Podes contar com isso. Aliás, eu tenho uma sugestão sobre o vestido.
- Estou ouvindo.
- A Elena! Eu sei o quanto você a admira. Peça a ela que faça o teu vestido.
- Achas que ela vai aceitar?
- Tenho a certeza. Esqueceu que a Tia Paula e ela são amigas?
- Você não se importa mesmo amiga?
- Eu faço questão. Por favor não envies, aliás, é uma ordem de madrinha.
- Tudo bem. Eu farei o pedido para ela. Mas, amanhã temos que ir comprar um para o noivado está bem?
- Está bem amiga. Eu cuidarei de ligar para a Fátima e vou pedir que separem vários vestidos, sapatos e acessórios. Será mais fácil para nós escolhermos.
- Obrigada amiga. És a maior. Agora vou ligar para o meu irmão. Ele tem que estar aqui.
- Com certeza. Bjos.
Isabella seguiu com os seus planos para o noivado.
Não conseguiu contato sobre a viagem que faria para não deixar os pais nervosos.
Deixou a mãe fazer os preparativos para a festa, pois Paula sempre foi muito boa na organização de eventos.
Os dias passaram e chegou finalmente o dia em que a famílias poderiam se conhecer.
Só após este encontro é que iriam realizar a festa.
Isabella estava no quarto com Gabriela e sentia - se muito ansiosa.
- Isabella respira fundo por favor. Eu também estou a ficar nervosa.
- Desculpa amiga. Não entendo porque não posso descer agora. O meu pai e o meu irmão vão acabar com o Pedro. Ele precisa de mim.
- Tens a certeza? Não te esqueças que os pais dele também lá estão.
E também o Adriano e o resto da família. Acalma - te está bem?
- Tudo bem. Já que não tenho escolha o melhor a fazer é esperar.
- Isso mesmo. E quero aproveitar para te contar uma coisa.
- Estou ouvindo.
- Eu já perdoei a Elena. Não sinto mais raiva nem mágoa dela.
Eu agora entendo o que ela fez. Entendo porque ela teve que me deixar.
- A sério!?
- Sim. Estou disposta a lhe dar uma oportunidade. Mas, não a chamarei de mãe tão cedo. Quero que ela faça parte da minha vida. Que possamos nos conhecer melhor.
- Que boa notícia Gaby. Está é a melhor decisão. Vais ver que não te arrependes dela.
- Tenho a certeza que não vou me arrepender. Mas, ainda não sei como dizer isso a ela.
Depois da festa do meu pai só a vi novam hoje.
- Tudo bem. Eu darei um jeito de ficarem a sós para poderem conversar.
- Será que eu consigo?
- Tenho a certeza que sim.
Vai com calma está bem? Deixe ela falar primeiro. Tem que ser um diálogo, e não um monólogo.
- Tudo bem. Eu já entendi.
- Parabéns amiga. Isto vai deixar o teu pai tão feliz.
- Eu sei. Eu também percebi que ainda há muito amor entre eles.
E pelo que soube, eu sou o fruto desse amor.
- Nossa que lindo. O que mais você pode querer? Tens a oportunidade de estar perto dos teus pais após 24 anos amiga. Queres algo melhor do que isso?
- Não. É tudo o que eu sempre quis. Ter uma grande família.
Gabriela estava a realizar os seus sonhos. Mas não sabia que antes do final teria que passar por uma enorme tempestade.
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