Oito

1198 Words
Pov de Ember Os olhos de Ernest se arregalaram de surpresa, seu comportamento alegre de momentos atrás desaparecendo instantaneamente. Ele deu um passo para trás, intimidado pela presença imponente de Lucas. "L-Lucas.", gaguejou Ernest, tentando manter a compostura. "Eu estava apenas..." Não é surpresa que Ernest tenha se sentido ameaçado pela presença de Lucas. Os trigêmeos eram temidos por todos, especialmente Lucas, conhecido por ser o mais c***l. Ninguém ousava ficar contra ele. Lucas o interrompeu, sua voz gelada. "Você estava apenas o quê? Tentando se aproximar da minha companheira?" Ele voltou seu olhar para mim. "Ember, por que ele está aqui?", perguntou ele. "Lucas, Ernest é um amigo. Ele e Zealina vieram me visitar. Nada mais.", respondi. Eu não queria que nenhuma confusão acontecesse. Me levantei lentamente da cama do hospital, agora sentando na beirada. Por que Lucas se importava tanto? Eu não estava acostumada com esse lado dele. Normalmente, nenhum dos trigêmeos prestava atenção no que eu estava fazendo ou com quem eu estava, então isso era estranho. A mandíbula de Lucas se contraiu; o buquê de rosas em sua mão quase foi esmagado pela força. "Eu não quero ele perto de você, Ember." "Eu não acho que você tem o direito de decidir com quem eu falo, Lucas. Você não me possui.", desafiei. Eu não sabia de onde vinha essa nova confiança. Talvez fosse minha raiva, pois como ele se atrevia a afastar um dos meus únicos dois amigos. Lucas deu um passo à frente, colocando o buquê em uma mesa próxima com mais força do que o necessário. "Saia.", ele ordenou, olhando severamente para Ernest. Ernest me lançou um olhar de desculpas e se apressou em sair do quarto. Os olhos de Lucas estavam tempestuosos; os usuais olhos cinzentos agora estavam completamente negros. Layla, minha loba, se encolheu dentro de mim, sentindo a raiva de Lucas. Ele deu mais um passo, seu corpo musculoso se impondo sobre mim. "Ember.", rosnou ele. "Eu não permitirei que você fique se exibindo com qualquer um." "Eu não sou uma posse, Lucas.", retruquei, minha raiva aumentando. "Você não tem o direito de me dizer com quem posso ou não me encontrar." A expressão de Lucas se endureceu, seus olhos se estreitaram. "Oh, eu posso.", afirmou, enfatizando cada palavra. "E não vou deixar que você seja uma p**a, se jogando para qualquer lobo que te dê um pouco de atenção." As lágrimas ameaçaram escapar dos meus olhos; suas palavras me machucaram mais do que eu gostaria de admitir. "Como você se atreve.", sussurrei. "Eu não sou uma puta." A expressão de Lucas amoleceu um pouco. "Ember.", ele começou, estendendo a mão em minha direção. Eu recuei, me afastando do seu toque. "Não.", disse fraco. "Por favor, vá embora.", implorei. Por um momento, Lucas pareceu chocado. Eu esperei um pedido de desculpas, que ele me dissesse que não quis dizer o que disse. Mas nada veio; em vez disso, ele virou as costas para mim e saiu do quarto sem mais uma palavra. Deixei as lágrimas que segurei caírem livremente. Foi tolice da minha parte pensar que os trigêmeos mudariam repentinamente... A porta se abriu novamente, revelando a enfermeira de antes empurrando um carrinho cheio de suprimentos médicos e uma prancheta na mão. Atrás dela, um médico a seguiu, folheando um prontuário. "Oh, querida.", murmurou a enfermeira, notando meu rosto manchado de lágrimas. "Está tudo bem aqui?" Forcei um sorriso no rosto, enxugando as lágrimas com as costas da mão. "Sim, apenas... um pouco emocionada. Só isso." A médica, uma mulher de meia-idade de aparência calma, se aproximou de mim. "Ember, sou a Dra. Whitman. Como você está se sentindo hoje?" "Estou bem, obrigada.", respondi. A enfermeira se ocupou verificando meus sinais vitais e ajustando o gotejamento do soro. Enquanto isso, a Dra. Whitman revisou meu prontuário médico. "Bem.", começou a Dra. Whitman, olhando para cima da prancheta, "seus exames voltaram e tudo parece estável. Suas lesões estão se curando bem e não há sinal de infecção." Soltei um suspiro de alívio. "Isso é bom de ouvir." A enfermeira terminou suas verificações e começou a desconectar alguns monitores. "Você ainda precisa descansar um pouco, mas está estável o suficiente para ir para casa." "Mesmo?" perguntei, surpresa. Não esperava ser liberada tão cedo. A Dra. Whitman assentiu. "Sim, apenas se certifique de seguir as instruções de cuidados posteriores. Seria ideal ter alguém morando com você nos próximos dias." Concordei, pensando em Zealina e Ernest. Eles com certeza se ofereceriam para ajudar. Se eles forem permitidos a me visitar na casa da matilha, é claro... "Vou me certificar de fazer isso.", assegurei a ela. Fui informada de que minhas contas de hospital já haviam sido pagas pelos trigêmeos, então, depois de assinar alguns documentos de alta e receber instruções sobre medicamentos e consultas de acompanhamento, finalmente estava pronta para sair. A enfermeira me ajudou a pegar minhas coisas, que eram quase nada, e eu voltei a vestir minhas roupas normais. "Se cuida, Ember.", disse a Dra. Whitman, me oferecendo um sorriso reconfortante. "Obrigada.", respondi, dando uma última olhada no quarto do hospital antes de sair. Eu não estava pronta para voltar para a casa da matilha, onde teria que enfrentar os trigêmeos mais uma vez, mas, quer dizer, quais outras escolhas eu tenho? Eu tinha algumas trocas de roupas comigo, então chamei um táxi para me levar de volta para a casa da matilha. Ao chegar, depois de pagar o motorista, entrei na mansão o mais silenciosamente possível para não chamar atenção para a minha presença. Felizmente, nenhuma das empregadas estava à vista, e nem os trigêmeos. Subi silenciosamente as escadas, indo em direção ao meu quarto no final do corredor. O delicioso cheiro dos trigêmeos chegou ao meu nariz enquanto eu passava pelo quarto do Caleb. Eles estavam lá. Eu queria continuar a caminhar para o meu quarto, mas então ouvi meu nome sendo mencionado em sua conversa, o que me fez congelar no lugar. Incapaz de resistir à vontade de saber sobre o que estavam falando, me aproximei da porta do quarto, tentando ouvir suas conversas. "Por que o nosso pai teve que nos obrigar a visitar aquela v***a doente? Não estou com humor para ver o rosto dela e fingir ser legal com aquela escória.", ecoou a voz de Tristen. "Fingir um pedido de desculpas para ela deve ser o pior castigo.", resmungou Caleb, fingindo engasgar. "Felizmente, ela não aceitou a proposta da festa pós-evento que o Pai nos fez fazer.", riu Lucas. O que. No. Mundo. Está. Acontecendo. Agora? O pedido de desculpas e o ato amigável eram todos falsos? Eu sabia que não havia como eles mudarem repentinamente, mas ainda acreditava que pelo menos se desculpariam. Mas isso também não era verdade? "Seria melhor se ela tivesse morrido.", disse Tristen. Um suspiro escapou dos meus lábios antes que eu conseguisse evitar. O quarto ficou imediatamente em silêncio, me fazendo saber que eles ouviram minha voz. Eu queria fugir, mas meus pés não estavam cooperando. Antes que eu pudesse escapar, a porta em que eu estava apoiada foi aberta por trás, me fazendo perder o equilíbrio e cair no chão. "Oh, vejam só quem é.", disse Caleb sombriamente.
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