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1036 Words
Alessia Estou no orfanato fazendo as minhas obrigações porque eu não quero ficar sem almoço. Hoje eu vi aquele homem asqueroso entrando aqui. Vocês devem estar se perguntando quem é ele, e eu respondo: o senhor Mário Salvatore. Ele é o maior c*****o da região e, é claro, que uma mulher da minha idade não deveria saber o que acontece com as meninas que saem daqui com eles, mas eu sei. Elas são levadas para a prostituição; algumas ficam no cabaré e outras são leiloadas. Levaram uma colega minha, e as más línguas dizem que ela conseguiu fugir, só que depois de três dias, ela amanheceu dentro de um rio. É como se a nossa vida não valesse nada para esse tipo de homem, e eu sempre fico com muito medo das visitas dele, porque eu temo que um dia eu seja uma das escolhidas. Eleonora: Atenção! Eu quero todas em filas no pátio o mais rápido possível. Quando eu ouvi ela gritando isso, eu confesso que congelei, porque eu sabia que aquele homem iria comprar algumas de nós. Isa: Vamos! Alessia: Aquele homem entrou aqui novamente e ele vai comprar mulheres para levar para aquele lugar horrível. Isa: Não temos escolha. Se não ficarmos na fila, ela vai deixar a gente sem comer por três dias. Você sabe como funciona, sem falar na surra que vamos levar. Fomos andando em direção ao pátio e ficamos na fila. Ele foi andando entre as filas, olhando uma por uma, e parou em frente a mim e a Isa. Ele olhou para ela e disse: Mário: Eu quero essa aqui. Eleonora: Isadora é uma ótima escolha. Ela vai completar 18 anos daqui a um mês e pode ser leiloada. Você só vai ter que esperar um tempo. Alessia: Não, sua louca! Ela não vai para lugar nenhum! - eu gritei, empurrando-o e saí correndo, puxando a Isa. Ajudei-a a pular o muro e, logo em seguida, pulei também. Os homens da Eleonora vieram atrás de nós duas, feito loucos. Eles pareciam bichos, ou melhor, caçadores atrás de bichos. Isa: Você está louca? - ela falou, correndo. Alessia: Eu não vou deixar ele te levar! Nós temos que dar um jeito de fugir. Começamos a correr pela cidade, feito loucas, com os homens dela atrás da gente. A Isa atravessou a rua e eu fui atrás dela, mas foi aí que um carro me atingiu de leve. Percebi que os homens da Eleonora pararam e não entendi o porquê. Vários homens saíram de dentro do carro e eu confesso que congelei durante alguns minutos. Um homem muito bonito estendeu a mão para mim. Dário: Não deveria atravessar a rua de forma tão apressada, senhorita. Poderia ter morrido. Comecei a olhar de um lado para o outro, procurando os homens da Eleonora, e quando vi eles do outro lado da calçada, corri e agarrei a Isa com força. O homem encarou-os, que logo foram embora, e eu fiquei sem entender o que estava acontecendo. Dário: Se machucou? - ele perguntou, se aproximando, mas eu não respondi. De longe, eu vi a Eleonora se aproximando de nós duas e a minha vontade era sair correndo, mas o homem que me atropelou tinha muitos homens e, provavelmente, ele me seguraria para ela me levar de volta para o abrigo. É assim que eles tratam as bastardas aqui na Itália. Eleonora: Senhor, me perdoe o incômodo. São duas das minhas meninas e elas acabaram se metendo em confusão, mas eu vim buscá-las para levá-las de volta para o abrigo. Não queria incomodá-lo. Dário: A menina se machucou. Ela tem que ser atendida por um médico. Ela está toda arranhada. Eu quase passei com o carro em cima dela. Acredito que ela tenha que tomar um pouco mais de cuidado ao atravessar a rua com pressa. Ela parecia estar fugindo de algo. Está tudo bem no abrigo? Eleonora: Essas duas são um pouco rebeldes, vivem fugindo, mas não tem nada de errado. Não se preocupe, não iremos incomodá-lo novamente. Eu peço que me desculpe mais uma vez pelo inconveniente que acabou de acontecer. Eu não estava conseguindo entender quem era aquele homem. Eu não estava entendendo por que a Eleonora estava falando dessa forma. Eleonora: Vamos embora, meninas. Temos que voltar para casa. Já está ficando tarde e eu não quero que vocês fiquem na rua. Ao anoitecer, acontecem coisas horríveis aqui. O homem me encarou durante alguns segundos, como se estivesse procurando algo no meu olhar, mas é claro que eu não iria gritar o que estava acontecendo no abrigo, até porque ele poderia não acreditar em mim e eu acabaria sofrendo um castigo pior do que eu já vou sofrer nas mãos dessa bruxa. Ele entrou no carro e os seguranças entraram logo atrás. Quando ele saiu, os homens dela se aproximaram e saíram arrastando eu e a Isa pelo braço. Quando nós chegamos no abrigo, o Mário Salvatore não estava. Geralmente, ele não vai embora. Eu não sou a primeira que tenta fugir e nem a última. Eleonora: Acha mesmo que pode atrapalhar os meus negócios, duas bastardas de sangue r**m? - ela gritou, me dando um tapa no rosto. Depois, os homens se aproximaram e começaram a me bater. Só não bateram no meu rosto; eles sempre batem em locais escondidos, porque quando o supervisor da máfia vem aqui, ele pergunta se nós estamos sendo maltratadas. Nunca distante dos seguranças, que ela não daria a oportunidade de alguém falar o que acontece aqui dentro. Ela não encostou na Isa; ela ficou encarando-a durante alguns minutos e disse: Eleonora: Eu não vou te machucar, Isadora, porque você já foi vendida para o senhor Mário. Essa é a sua sorte, porque senão você teria o mesmo destino que a sua querida amiga, essa insolente. Você vai ficar dois dias sem comer, sem beber e não vai ao baile como castigo pelo que você acabou de fazer, sua desgraçada maldita. É por isso que o seu pai não te quis. Os homens saíram me arrastando e me jogaram dentro do quarto escuro. Eu sei que eu vou ficar aqui durante dois dias, sem água, sem comida e sem ver a luz do sol.
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