A noite havia caído, mas o frio da escuridão parecia mais intenso dentro de mim do que do lado de fora. Deixei Milena romper nosso noivado. Poderia tê-la convencido a ficar, poderia ter explicado melhor, mas naquele momento sabia que precisava dar-lhe espaço. Precisava deixá-la respirar, assimilar tudo o que tinha descoberto sobre o meu mundo, sobre mim. Tinha plena consciência de que não seria fácil para ela, mesmo me amando. Voltei para casa com a esperança de encontrá-la lá, talvez arrependida, talvez pronta para falar mais calmamente. Mas ao entrar, o vazio da mansão só amplificou a lacuna que começava a tomar conta do meu ser. Ela não estava lá. Nenhuma roupa ou objeto seu. Nada. Era como se ela nunca tivesse estado ali. Um pânico sutil começou a se formar, algo que eu não sentia há