Capitulo 2

1943 Words
Joana  Puta merda! Como meu corpo estava dolorido. Os médicos disseram que eu tive sorte, mas não sei a sorte que eles estavam dizendo. Eu fui atropelada, minha cabeça tinha uma escola de samba e o que eu mais queria era matar o filho da p**a que me atropelou e o i****a filho da p**a que me empurrou. Graça a Deus os exames que eu fiz não apresentaram nenhuma sequela. Ah, como eu quero ir para minha casa, deitar na minha cama e ficar assistindo TV. Era um sonho que, com certeza, hoje eu não iria realizar. Nessas horas eu gostaria de estar com o meu celular. Lembro—me que estava na minha bolsa e que maravilha, deve ter sumido na hora do ocorrido. Não acredito na minha falta de sorte. Hoje meu dia não andava muito bom. Já começou com a minha mãe falando do casamento da minha irmã com o Leonardo. Será que ele algum dia me amou como muitas vezes me disse? Acho que não. Ele estava possesso comigo por eu ter pego as roupas dele e ter jogado no lixo quando descobri a traição dele. Até que foi engraçado. Um belo domingo meus pais me convidaram para almoçar na casa deles e disseram que tinha uma novidade para me contar. A trouxa aqui foi, sem imaginar que a novidade era que a p**a da minha irmã estaria de caso com o meu namorado. Quando eu descobri, fiz o maior escândalo e ele, como sempre, se defendeu dizendo que eu era uma orgulhosa, que finalmente ele tinha encontrado a pessoa da vida dele. Só que aí vocês estão se perguntando: como assim? Vocês dois não estavam namorando? Exato! A piada do ano foi descobrir que eu estava sendo traída por aquele filho da p**a, com a p**a da minha irmã, que no mínimo deveria saber de tudo e não estava nem aí.  — Como vocês puderam fazer isso comigo? — gritei, nervosa, ao ver a aliança no dedo da minha irmã. — Joana, minha irmã... Eu e o Leonardo estamos apaixonados e você tem que deixá—lo em paz! — ela grita também. — Oi? Como assim? Eu deixá—lo em paz? — pergunto, chocada com a cena que estava rolando ali na minha frente. Não sabia se eu chorava ou mesmo ria. A cara de p*u deles era imensa. — Sim, o Léo sempre me falou que você estava perseguindo—o. Que não o deixava em paz! — diz a louca da minha irmã. Olho ao redor e meus pais olham para mim, chocados, como se nós não nos conhecêssemos mais. Eu não sei o que estava acontecendo, mas acho que eu enlouqueci. Realmente eu estou louca, não entendendo mais nada. Há uma hora eu estava noiva do Leonardo e agora, neste exato momento, eu era perseguidora? — Uma pergunta. Desde quando vocês estão juntos? — eu pergunto, me segurando. — Minha irmã, estamos juntos já faz algum tempo! — a vaca da minha irmã diz. — E esse tempo seria? — pergunto, fuzilando os dois traidores. — Ora! Desde o momento que você terminou com ele, minha querida irmã. — Espere aí! Vocês estão juntos desde o dia em que o Leonardoe eu nos desentendemos? — pergunto, não querendo ouvir um sim, mas não precisou. A vaca mesmo concordou. — Leonardo não vai falar nada? Você estava me traindo com a minha irmã? Sabia, queridinha, nós estávamos novamente juntos? — Joana, eu e você não temos mais nada. Que cínico ele é, p**a que pariu! Como eu pude estar com esse homem durante um ano? — Engraçado você dizer isso, porque eu saiba até hoje de manhã que ainda era sua noiva. — Joana, Leonardo e eu decidimos nos casar logo — ela solta. — É mesmo? Faça um bom proveito — solto antes de pegar o vaso de porcelana da  nossa mãe e tacar na parede, tamanha era minha raiva. — Meu vaso — minha mãe gritou, horrizada, ao ver que eu tinha feito.  — Qual é o problema do vaso? Ele é mais importante que eu? Ah, melhor ainda, vocês têm uma filha preferida, né? Ela é a mais importante? — Minha raiva era tão grande que eu ia soltando perguntas uma atrás da outra. — Para de drama, Joana! — minha mãe diz, nervosa. — Não é para tanto. Se conforma que está na hora da sua irmã ser feliz. — Oi? Feliz? — sorrio, mas logo começo a chorar e a falar para o Leonardo que aquilo não fazia que eu o amasse. Que a gente deveria ficar juntos. Implorei e chorei muito. Eu estava acabada, arrasada. Com a situação caótica que estava, acho que eu dormi e acordei num maior pesadelo. — Realmente eu não sei como ele te aguentou durante tanto tempo — a p**a disse. — Como assim? Como ele me aguentou? Escuta aqui, sua p*****a, quer ficar com ele? Pois pode ficar à vontade. Agora sou eu quem não quer mais esse i****a — digo, querendo matar um. — Nunca peguei no pé dele. Sempre fui a namorada exemplar! — falo nervosa. — Você não se cuida como eu! Está vendo esse corpinho gostoso, magrinho, sem nenhuma estria e celulite? Você deveria ter ficado desse jeito. — Ela aponta para o corpo dela e continua a falar. — E  não uma gorda assim! —Aponta para mim. Eu tentei, juro que tentei. Mas quando dei por mim, avancei nela e dei um tapa naquela cara de p**a dela. Puxei os cabelos, a arranhei, deixei um trapo. — Você vai me pagar, sua gorda i****a — ela grita, me ameaçando, e começa a chorar, sendo consolada pelo meus pais e pelo babaca que, agora sim, é meu ex. — Você ainda não apanhou o suficiente. Para mim já deu! Chega desse showzinho de quinta — eu digo e olho para Leonardo, que estava acalmando a nova mulherzinha dele. — Joana, olha só o que você fez — ele diz, irado, mostrando—me como o rosto da vagaba estava marcado. — Eu não fiz nada, ainda! Ah, e só para você saber, pode comprar todas as suas roupas novas porque vai precisar. Saí com a cabeça erguida e bati a porta da casa dos meus pais, jurando nunca mais entrar lá. Entrei dentro do meu carro e vi através do revisor que eu estava um caco.  Liguei o carro, passando direto no mercado onde eu compro Coca—Cola, chocolate e doritos, p**o e sigo para casa. Vou ate o meu quarto e a primeira coisa que eu vi foi um porta—retrato com nossa foto. O que eu faço? O pego e taco na parede. Choro, grito e me acalmo. Saio do quarto e volto para a sala, ligo a tv e me acabo comendo. Foi assim a noite toda.  No dia seguinte acordei com uma baita dor de cabeça e prometendo a mim mesma nunca mais chorar por esse verme. Faço minhas coisas, mas não me esqueço de ligar para o chaveiro e pedir que ele troque a ferradura. Depois de feito isso, o próximo passo é fazer uma faxina em casa. Claro, não sem antes ligar o radio e ficar ouvindo música. Limpei cômodo por cômodo e no quarto despejei dentro de uma sacola tudo que era dele. Deixei tudo na rua para o caso de algum necessitado encontrar. Poderia colocar fogo nas roupas dele, mas eu tinha certeza que elas seriam bem mais aproveitadas. O tempo iria me ajudar. Alguns meses depois... O tempo me ajudou e muito. Tinha dias que eu chorava muito e tinha dias que eu ria de como eu tinha sido b***a, por ter ficado tanto tempo com Leonardo. Aos pouco fui me reerguendo e no final estava curada de uma doença chamada Leonardo da cruz. Mal me lembro como foi que eu aceitei participar do casamento de minha irmã Carolina. Fui convidada para ir num aniversário de família e lá eu encontrei o casal feliz.  Minha irmã Carolina me mandou um tchauzinho, dando um sorriso forçado, já o babaca do Leonardo m*l olhou para mim, o que dou graça a Deus. Minha mão ainda estava dolorida, mas era melhor não pensar nisso. Meus pais m*l olharam no meu rosto depois que aconteceu, estava escrito na cara deles que eu era a culpada, ouvi boatos que a Carolina e o Leonardo andaram se desentendendo. Todo o problema era porque ela não tinha uma madrinha. Eu não estava nem um pouco preocupada, enquanto bebia uma caipirinha de melancia que em minha opinião estava uma delícia. Minha irmã veio com a maior cara de p*u do mundo dizer que não tinha culpa do Leonardo ser tão lindo e tudo mais.  Não estava mais aguentando ela ficar falando no meu ouvido e tudo, e eu ali, só bebendo. Já estava bem bêbada quando resolvi ir embora. Chamei um Uber e estava já saindo quando a Carolina me chamou e perguntou: — Minha irmã Joana, você sabe que eu te amo, né?! — Aquele papinho chato de irmã mais nova. — Jo, deveríamos deixar essa historia pra lá. Somos irmãs, eu amo você, somos sangue do mesmo sangue. — Não sei, não — comento ainda chateada. — Você e o Leonardo me magoaram e muito! — Não queria me lembrar da cena que aconteceu logo depois que coloquei as coisas dele na rua. — Jo, me perdoa mesmo! Eu sei que deve ter ficado com raiva, mágoa e tudo — Carolina me fala. — Você tem razão numa coisa, Carolina. É verdade que somos irmãs! Só não queria ser traída do jeito que eu fui! Ser enganada por vocês dois?  — Jo, eu não sabia. Para mim vocês dois tinham terminado o relacionamento e sinceramente eu acabei me aproximando dele. Quando ele me procurava pra dizer que você não era a mulher da vida dele, como ele achava que era. Ui! Aquilo doeu muito mesmo! Nem quando ele foi na minha casa bêbado e fez o maior escândalo pedi para ele ir embora. No mínimo a Carolina não sabe que ele foi até minha casa. Eu e ele acabamos discutindo quando ele mesmo comprovou que eu tinha mesmo colocado as coisas dele pra fora. Pegou no meu braço e acabou apertando até demais. Como eu fiquei com o braço roxo e dei um soco no nariz dele, quase quebrei minha mão por causa do soco. O filho da mãe ameaçou me matar. Consegui fechar a porta e o ameacei de chamar a policia. Graça a Deus o i****a foi embora. — Carolina, minha irmã. O que você quer comigo, hein? — a questiono. — Ah, Jo, não fala assim desse jeito! — ela pede toda magoada. — Sabe que eu gostaria muito que você fosse a minha madrinha de casamento. — Oi? Acho que eu bebi demais! — comento, me sentindo meio grogue e sabendo que amanhã vou acordar com uma bela ressaca, ou melhor, acho que eu estou sonhando e acabo de ser chamada para ser madrinha de casamento da minha irmã com o babaca do meu ex.  — Joana, você é a minha única irmã! — ela diz toda manhosa. — Eu sei disso! — resmungo, porque eu gostaria mesmo era de esquecer isso. — Então vai! Aceita ser a minha madrinha, por favor! — ela me implora e eu fico sem reação quando ela se ajoelha no chão e chama atenção de todos ao fazer essa cena.  Que merda  é essa que acabou de acontecer? Ou melhor, que está acontecendo? Eu, madrinha de casamento? Acho que eu vou vomitar!                            
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