Maurício
Eu estou como se fosse um leão enjaulado, louco para pegar sua presa e acabar com ela de uma vez por todas. Nunca imaginei estar com tanta v****************a surra em alguém do jeito que eu estava para dar no ex do meu sol. O canalha que me aguarde, pois logo eu farei uma visitinha a ele.
Terminamos de responder as perguntas e os policiais pegaram nossos contatos. Quando eles foram embora, ficamos em silêncio um tempo e quem acabou quebrando—o foi a minha Joana.
— O que houve, Mauricio? — ela me pergunta, preocupada com meu silêncio.
— Nada não, fica tranquila — eu a tranquilizo.
— Acontece que agora há pouco você estava falando e do nada ficou em silencio?
— Estava pensando se lá no clube está tudo bem — minto, mesmo odiando fazer isso.
— Mauricio, sério, você não precisa mesmo ficar aqui. Acho que até já ficou muito.
Deveria imaginar que ela estava triste, por achar que eu iria partir. Mas também precisava saber como estavam as coisas no clube.
— Calma aí, minha linda! Eu não estou pensando em ir embora.
— Maurício, você tem seus afazeres. Também não sou sua responsabilidade.
— Aí que você se engana. Você é mais que a minha responsabilidade — confesso.
— Eu não quero ficar segurando você aqui — ela me diz.
— Quem disse que está me segurando aqui, meu sol? — eu pergunto, sem perceber que tinha falado "meu sol", até ela questionar.
— Meu sol? — ela comenta com um sorriso e continua a falar. — Eu gostei disso... Meu sol — Joana brinca.
— Você não achou r**m eu ter colocado esse apelido? — pergunto, receoso.
— Imagina, eu amei! — ela diz sorrindo.
Vou até ela chegando perto de sua cama, pego em suas mãos e digo:
— Pode ser muito cedo, mas eu estou gostando muito de você, Joana! — confesso.
— Mauricio, está sendo muito rápido, mesmo, eu concordo. Mas também estou gostando de você — ela também confessa.
— Pareço um adolescente — brinco, fazendo carinho em suas mãos.
Ela ri.
— Acho que sei o que deve estar sentindo.
— O que acha de quando sair daqui, é claro que depois que você se recuperar, da gente sair pra jantarmos fora? — eu pergunto, com medo de levar um não.
— Claro que sim. Eu tenho que avisar ao meu trabalho. Que merda! — ela exclama, preocupada.
— Você quer que eu avise? — me ofereço.
— Não precisa. Eu ligo para eles amanhã e digo o que aconteceu. Hoje o dia foi de muitas emoções — ela diz.
— Eu que o diga — concordo. — Mas me conta, você trabalha em quê?
— Sou advogada!
— Não acredito! — eu comento, surpreso.
— Não entendi!
— Desculpa, é só a coincidência. Eu estava quem nem um louco atrás de um advogado. O que havia pedido para ir ao clube hoje, resolveu desaparecer do mapa.
— Nossa! Sério, eu sou advogada. Se você quiser, posso oferecer meus serviços para te ajudar.
— Então, bem que eu queria mesmo! Só tem um porém... — eu comento, meio receoso de contar como era o clube.
— Seria o quê? — ela me pergunta, curiosa.
— Você sabe que é um clube, né? — pergunto.
— Sim, eu sei. E que tipo de clube seria?
— Esse clube ele é... — gaguejo.
— Esse clube é... — Joana me instiga a falar.
— Esse clube é de sexo — soltei.
Estava com vergonha até de olhar paro meu sol e ver em seu rosto recriminação.
— Uau. — Ela suspira e continua a falar. — Hum... Você usa o clube? — Joana pergunta, séria.
— Não! Não que eu nunca tenha usado, mas eu não sou adepto as coisas que são feitas lá — confesso.
— Então você não usa mais mesmo?
— Não, não uso. Só mantenho o clube, pois me garante um bom dinheiro.
— Entendo — ela diz.
— Joana, olha para mim — eu peço. — Tem coisas que eu não me orgulho, só que eu nunca levaria você a fim de constrangê—la, muito menos para praticar.
— E se eu quiser conhecer seu clube? — ela me pergunta.
— Seria como advogada ou uma namorada? — questiono, ansioso.
— Como as duas coisas. Você me levaria?
— Se você quiser ir, eu te levo.
— Me conta um pouco sobre seu clube. Agora eu estou curiosa para saber como ele é.
— Bom, lá é uma espécie de casarão antigo. Não chega nem a ser bem uma mansão, mas tem vários quartos e salas divididas e feitas para uso do b**m, entre outras coisa.
— Deve ser interessante! — ela exclama, curiosa.
— Você nunca entrou em um clube?
— Ah, sim, mas já faz um tempo, eu era muito novinha. Tinha uns dezoito anos quando eu fui em uma despedida de solteira e dancei pra caramba. Claro que também tinha os stripers — ela me conta toda empolgada, logo fecho a cara.
Um bando de homem nu dançando com a minha mulher. Claro que eu não deveria estar pensando desse jeito, afinal eu m*l a conhecia. Mas por que eu tinha ficado com a sensação de que isso havia acontecido ontem e não anos atrás.
— Mauricio, não me diga que ficou incomodado por eu ter te falado dos stripers — ela me pergunta e logo ri da minha cara. — A sua cara é a melhor. Não acredito que ficou incomodado por essa história.
— Não tenho que mentir para você. Eu não gostei e pronto — digo.
— Meu Deus! Você fica tão bonitinho de cara fechada — ela comenta, rindo de mim.
— Eu não! Não estou nem um pouco incomodado — resmungo.
— Sei... — Ela fica rindo e só para quando ouvimos baterem à porta e logo vejo que quem entra é uma senhora que deveria ser conhecida dela, porque meu sol fecha a cara.
— Fiquei morrendo de preocupação com você, Joana — diz a senhora em tom de acusação.
— A senhora quem seria? — eu pergunto, incomodado com a mulher ao nosso lado.
— Ela é a minha mãe — Joana responde à contra gosto.
— Isso são modos, Joana? — ela repreende meu sol na minha frente. Se não fosse mãe dela, eu mandaria essa senhora para a p**a que pariu.
— Não começa, mãe, com seus dramas! Só gostaria de saber como a senhora ficou sabendo do acidente.
— Por que você não me ligou, Joana, pra me avisar sobre o acidente?
Resolvo me intrometer.
— Senhora, peço por favor que não fale com a sua filha desse jeito.
— E quem é você para falar comigo assim? Eu falo com a milha filha do jeito que eu quero! — diz a mulher em tom rude.
— Pelo amor de Deus, mãe. Por favor, vá embora! — Joana pede.
— Joana, eu queria saber como você estava — argumenta a mãe dela.
— Pronto, a senhora já viu! Pode ir embora? — Joana tem um tom mordaz.
— Senhora, é melhor ir! — aviso para aquela bruxa.
— Eu não sei quem o senhor é.
— Meu nome é Mauricio de Carvalho. — Estendo a mão para ela, que não me retribuiu. Além de bruxa a velha se acha a rainha da cocada preta.
— Mãe, que vergonha! — se manisfesta meu sol.
— Vergonha de quê? — ela diz como se nada tivesse acontecido.
— Cadê a educação da senhora?
— Olha só, minha filha, eu tenho mais o que fazer do que ficar aguentando essas suas queixas bestas. — Com isso ela sai.
— Joana, meu sol, você vai me desculpar, mas acho que a sua mãe não bate bem da cabeça não — eu brinco.
— Você acha? Eu tenho certeza! O problema é não saber quem foi que falou para ela que eu estava aqui internada.
— Devem ter sido os policiais.
— Só pode ter sido eles. Mas não liga para a minha mae. Ela gosta de viver no mundo dela. Aquele mundo onde só existe uma pessoa: Carolina!
— Quem é essa Carolina? — pergunto.
— Ah, ela é a minha irmã. A filha preferida da dona Isabel! — Meu sol comenta com tristeza.
— Não liga pra ela não — eu digo e quando estava para continuar a falar, ouvimos baterem novamente à porta. Joana até fechou os olhos daquela forma de pensar que poderia ser aquela bruxa da mãe dela de novo.
— Entra — ela pede e logo vemos que é a copeira trazendo um carrinho e nele vinha um aroma delicioso de comida. Meu estômago chegou a roncar de fome.
— Com licença. O doutor pediu para mandarem comida para o senhor e sua esposa — ela diz e quando a Joana vai abrir a boca para desfazer o m*l entendido, faço um sinal para ela não dizer nada.
Fomos servidos e não me aguento e começo a comer. Meu Deus! A comida estava divina ou era eu que estava com muita fome?
— Está muito bom, não é, Mauricio?! — Joana comenta.
— Sim, muito. Mil desculpas por estar comendo desse jeito, mas não imaginava que estava com tanta fome desse jeito — digo, sem graça.
— Não se preocupa comigo. Gostei de vê—lo comendo — ela me fala.
— Nossa, você ainda não viu nada. Eu como muito — brinco e meu sol ri. Ficamos assim comendo e continuamos a nossa conversa que tinha sido interrompida.