Capitulo 3

1702 Words
Joana Agora sim eu me mato, ou melhor, mato a Carolina por esse constrangimento o qual eu estou passando. Ao vê-la desse jeito, no chão, faz eu ter muita vergonha de ser dessa família. - Levanta do chão, Carolina! - peço, já envergonhada pela cena que ela faz. - Eu não levanto enquanto você não me disser que aceita ser minha madrinha de casamento. Odeio ser o centro das atenções e a Carolina sabe disso. Que merda! Eu não acredito. Vou ter que ceder a essa bendita chantagem. - Ok ok! Eu aceito a ser a sua madrinha. Agora, por favor, levanta do chão. Você sabe muito bem que eu odeio ser o centro das atenções. Depois da cena mais constrangedora do mundo, fui embora, já me arrependendo de ter aceitado ser madrinha do casamento deles. Os dias foram passando e as coisas entre eu e minha família mudou completamente. Os preparativos do casório definidos e um tempo sem brigas entre a gente, ou melhor, com briga. Pelo amor de Deus, eu estava já querendo matar a todos. Na verdade me matar, por ter aceitado isso. Agora eu me encontro aqui, deitado neste bendito hospital, querendo sair o mais depressa possível. Estou cansada e irritada já. Eu quero a minha casa. Olho para o relógio e vejo que o dia já passou. Nessas horas que eu gostaria de estar com o meu celular para me distrair. Procuro minha bolsa, mas não a encontro, ou seja, pesadelo no ar. Ah, que merda, perdi tudo! Quem sabe os policiais não têm um achado. Seria uma benção! Ouço baterem na porta e fico pensando se os médicos entraram em contato com a minha família. Esperava que não, porque do jeito que a minha mãe é dramática, ela iria colocar a culpa em quem? Isso mesmo, em mim! Lembro — me que eles não tinham como em contato com ela e dou graças a Deus por isso. Contaram — me que um homem chamou o resgate ao ver que eu tinha sido atropelada. - Pode entrar - eu peço depois de ver que uma pessoa não tinha entrado ainda. Fico de lado, imaginado que fosse uma enfermeira querendo saber como eu estava! Sinto um aroma de um perfume delicioso e fico curiosa para saber o nome desse perfume. - Oi, como você está, senhora Alencar? - Ouço a pergunta e olho rápido. Que voz é essa, senhor amado? Deixou - me completamente molhada. Ficamos assim nos olhando e eu ali toda excitada pela primeira vez na minha vida por um estranho completo. Será que eu morri e fui para o céu? Se bem que do jeito que eu estou olhando para esse homem, quase babando nele e com imagens de nós dois rolando na cama que não eram nada santas... Acho que posso dizer com certeza que morri e fui encontrar com Hades, o deus do... — Inferno! — eu solto sem perceber que tinha falado em voz alta. — Desculpe! O que a senhora disse? — ele me pergunta, curioso. — Nada não, desculpe! Eu sei que vou falar uma besteira e com certeza você deve ter ouvido, mas a gente se conhece? Claro que eu não vou dizer que estava o comparando com Hades, o deus do inferno. Pode se ver que eu amo história grega, ainda mais o Hades, que sempre me deixou excitada. Igual a esse homem aqui bem do meu lado. — Senhora Alves? — ele me chama e me tira dos meus pensamentos. — Oi, desculpe—me distrair novamente! — repondo envergonhada. — Então, senhora Alves, a gente se conheceu. Eu estava indo até meu clube e a senhora estava sendo jogada no chão. Ele começa a me contar como foi que nos conhecemos. — Ahhh, agora eu lembrei. Desculpe, estou um pouco confusa. Eu vi você perto de mim? — Sorrio ao me lembrar desse homem gostoso. — Sim, fui socorrê—la. Vi você sendo jogada e logo em seguida atropelada. Ambos fugiram e quando vi a cena, corri até você, mas lodo desmaiou. — Me desculpe mesmo, mas estava sentindo muitas dores. — Era verdade, nunca tinha sentido tantas dores juntas. Achei que eu tinha me quebrado toda. — Por que você está se desculpando? Não tem culpa pelo aconteceu. Eu gostaria de ter entrado antes, mas a senhora estava fazendo os exames — ele me fala. — Eu fiz tantos exames que a única coisa que eu quero é sair daqui, senhor! — confesso. — Não me apresentei. Meu nome é Mauricio de Carvalho, ao seu dispor. Ele estende a mão e sinto aquele pequeno choque, como os que lemos nos romances de banca de jornal. — Prazer, senhor Carvalho, pode me chamar de Joana. — Eu também me apresento com um sorriso e ainda sentindo a mão dele na minha. A mão dele era enorme e macia, forte. Como seria sentir ela em mim? Me sinto vazia quando soltamos as nossas mãos. — A senhora está se sentindo bem? — ele me pergunta, preocupado. — Eu estou ótima! — Acho que não ficaria bem se ele descobrisse que tipo de pensamento estava tendo. — Joana, você quer que eu avise ao seu marido ou alguém de sua família? — ele me pergunta demonstrando preocupaçãotão, o que acho muito doce. Mal o vi e sinto como se já o conhecesse. Sou brega, mas me sinto dessa forma. — Não tenho nenhum marido — esclareço e a expressão dele era de alívio, só que da mesma forma que apareceu, sumiu. Esse homem era um enigma. — Alguém de sua família? — ele pergunta de novo e continua: — Me desculpe, não quis ser indelicado. — Não, imagina! Você está sendo um doce de pessoa. Muito obrigada, mesmo. Acontece que eu e a minha família não nos damos bem. Não se preocupe, você não teria como saber — o tranquilizei.  — Mas uma coisa é certa. Eu gostaria de saber quem era o corno que me atropelou — brinco com ele. Sinto que esse homem é especial, mas ainda tenho medo de relacionamentos. Mauricio era um belo homem, daquele tipo que você pega e não larga mais. Claro que ele não era de se jogar fora e sortuda da mulher que fisgá—lo. No mínimo ele deve ser casado. Com esse corpo, essa aparência de homem que fodeu a noite toda. Sortuda da vaca que se deu bem. Estava morrendo de inveja. — Joana... Posso te chamar assim? — meu gostoso me pergunta e eu aceno em concordância. — Você tem algum inimigo? Alguém que queira fazer m*l a você? — Sim! — confesso. Eu já tinha uma ideia, só achava que ele não tinha coragem. Mas do jeito que Leonardo era louco. — Me passa o nome que podemos entregar para a policia? — ele me pergunta, bem animado. Vejo—o olhando para uma cadeira e digo:  — Senta aí na cadeira. Bem melhor que ficar aí de pé — eu brinco, querendo esquecer tudo que me aconteceu. — Você tem razão! Estou velho e preciso me sentar um pouco — ele comenta, brincando também. — Velho? Para mim ele era delicioso desse jeito. — Ah, Joana, sou um homem mais velho que você... — Nossa, não acredito! Você já é idoso? — Faço careta de chocada. — Boba! Adoro isso em uma mulher! — ele diz e fico sem reação. — Isso o quê? — pergunto, curiosa, tentando saber o que era que ele gostava numa mulher. Eu queria ser essa mulher. A mulher perfeita para esse homem lindo e gostoso. — Você! — meu gostoso responde e eu não entendo nada do que ele está falando. — Quero dizer, nossas brincadeiras, seu humor. Você é uma bela mulher! Vai me desculpar pelo que eu vou te dizer, mas eu estou completamente feliz em conhecê—la. Mesmo sendo nessas circunstâncias. — Você também é um belo homem — digo, ainda vermelha com o elogio que ele me fez. O Mauricio fica vermelho com a retribuição do elogio que fiz para ele. — Obrigado! Agora, mocinha, que tal você passar o número do telefone da sua família para eu chamá—los aqui? — ele me pede com carinho. — Mauricio, me desculpa, mas eu não quero a minha família aqui. Não nos damos bem! — confesso. — Nossa! Então vamos mudar de assunto. Que tal me contar um pouco sobre a Joana? Você tem alguma previsão de quando vai sair de alta?  — Ainda não sei quando vou sair, mas espero que não demore — respondi. — O que você gostaria de saber sobre mim? — Eu imagino que queira logo sair! — Mauricio comenta e ouvimos baterem à porta. Peço para entrarem e vejo que é o enfermeiro, que começa a falar com a gente. — Senhora Alves, desculpe interromper, mas tem dois policiais que gostariam de falar com vocês dois. Posso pedir para eles entrarem? — Sim — respondemos juntos e demos risada com isso. Os policiais se apresentaram e começaram a fazer perguntas pra gente, eu conto como vi o acidente e como chamei o resgate e foi à vez da Joana, a responder as perguntas deles e eles fizeram uma pergunta que eu tinha feito antes: — Senhora Alves, a senhora sabe quem pode tê—la atropelado? A senhora tem algum inimigo? Fiquei em dúvida do que responder, mas a verdade seria o melhor caminho. — Sim eu, tenho uma leve desconfiança de quem seria — digo. — Quem seria? — o policial pergunta.   — Meu ex—noivo! — solto e começo a contar tudo desde o momento em que eu conheci o Leonardo. Contei sobre as brigas entre a minha família e acabei confessando sobre eu ter sido agredida por ele. Eu sei que deveria ter ido logo para a delegacia, mas a vergonha era maior. Não sabia o que tinha acontecido. Tinha sido sim, empurrada e atropelada, mas por quem? Mauricio estava com uma cara fechada, seu semblante estava bem carregado conforme eu ia contando sobre a minha suspeita. Senti suas mãos tocando nas minhas, me dando apoio, e me senti segura e confiante.  
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