5- Bia

1241 Words
Capítulo 5 Bia narrando : Olá, eu sou a Bianca, mas todo mundo me chama de Bia. Tenho 21 anos, loira, olhos cor de mel, baixinha mesmo, 1.55m. Meu corpo? Ah, nem sei se é bonito, nunca me preocupei muito com isso. Como de tudo e, por sorte, nunca engordei, acho que é genética. Perdi meus pais quando ainda era muito pequena, então fui criada pela minha madrinha. Quando fiz 18, decidi vir pro Rio de Janeiro tentar a vida. Eu nunca namorei e na verdade nunca levei ninguém a sério, perdi a minha virgindade ano passado com um cara que eu tava ficando a mais de seis meses e depois que aconteceu eu descobri que ele era casado. Eu sofri demais porque eu estava gostando dele, mas isso já passou e eu não quero mais pensar nisso. Terminei com o ensino médio logo depois me mudei pra cá. Nunca fiz faculdade, não por falta de vontade, mas porque nunca tive condições de pagar. Assim que cheguei no Rio, arrumei um emprego numa loja de calçados no shopping. Comecei na limpeza, depois me promoveram pra vendedora, e agora já sou gerente. Três anos na loja... já me acostumei com o ritmo. Na real, vivo mais lá do que em casa. O apartamento só serve mesmo pra dormir. Divido o apê com a Regina, minha única amiga. Ela já era daqui do Rio e tava precisando de alguém pra dividir o aluguel. A gente se dá super bem, virou minha família, já que a dela é um caos. Trabalho das nove às seis, mas tem dias que fico até as dez da noite, quando o shopping fecha. Tô juntando um dinheiro pra ver se consigo realizar um sonho, comprar um carro ou, quem sabe, meu próprio apartamento. Hoje o dia foi pesado na loja, cheio de cliente e confusão. Mesmo assim, a Regina tava a mil, insistindo pra gente ir pra uma boate nova. E eu? Caseira que só, não sou muito de sair, mas acabei indo na marra, só pra agradar. Chegando lá, tava aquele som alto, luz piscando e eu no meio da pista, dançando meio sem vontade. Mas então, comecei a sentir um olhar. Olhei pro lado e lá estava ele, aquele cara lindo. Sabe homem de filme? Era tipo isso. Forte, olhos claros, cheio de tatuagem, e um ar de mistério. Parecia ser bem mais velho que eu, mas... eu sempre me interessei em caras mais velhos, mas nunca peguei nenhum. Ele me encarava de um jeito que dava até um frio na espinha. Eu tava lá, na minha, dançando no ritmo da música, tentando me soltar um pouco. O garçom veio de novo, e falou que o "Chefe" disse que era tudo por conta dele. Eu, sem jeito, agradeci e disse que não precisava. Ele concordou, deu um sorriso discreto e saiu. Regina, como sempre, começou a rir da situação. — Para de ser boba, Bia! — ela me cutucava. — Bora lá, mulher, vamos aproveitar! Se o cara quer pagar, deixa ele pagar. E ainda por cima, ele é um gato! Eu só ria do jeito dela, sempre tão solta, sem filtro. Tá, eu admito, não era uma ideia ruim... Mas eu não ia subir pro camarote só porque o cara é bonito. Ainda mais ele, que tinha uma cara de m*l, misterioso. Sei lá, não sou dessas que se joga assim, ainda mais com alguém que nunca vi na vida. Preferi continuar dançando ali na pista, tentando me divertir. Pedi uma caipirinha de morango, precisava relaxar um pouco. Continuei dançando, me deixando levar pelo som, mas de repente senti uma mão firme segurando minha cintura. Meu corpo ficou tenso no mesmo instante, e logo senti alguém encostando em mim. Uma voz rouca, grave, soou no meu ouvido, fazendo meu coração acelerar. — E aí, baixinha... agora sobe pro camarote comigo, pô? Eu congelei por um segundo. Era ele. O cara do camarote. Me virei devagar, meio sem acreditar que era ele ali, tão perto. O cara que tava me encarando o tempo todo, agora tão colado em mim. E ele? Só me olhava com aquele olhar intenso, sem desviar. Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, ele deu um passo mais perto e, sem aviso, me puxou pela cintura, me prendendo contra o corpo dele. — O que você tá... — tentei falar, mas não deu tempo. Do nada, ele me agarrou ali mesmo, na frente de todo mundo, e colou a boca dele na minha. O beijo veio forte, cheio de atitude, sem pedir permissão. Eu fiquei paralisada, o coração batendo a mil. Tentei empurrá-lo de leve, mas, ao mesmo tempo, me senti puxada por aquela energia, pelo jeito dele. Era intenso, quase impossível de resistir. O gosto da bebida dele misturava com o meu, e a música parecia desaparecer por uns segundos, enquanto o beijo só aumentava. Quando finalmente ele se afastou, fiquei ali, com o corpo quente e sem saber muito bem o que tinha acabado de acontecer. Ele me olhou de cima a baixo, um sorriso de canto, como se já soubesse que eu não ia recusar. — Agora sobe comigo, baixinha... — ele disse, num tom baixo, a voz ainda rouca e provocante. Eu m*l conseguia raciocinar direito, ainda tentando processar o que tinha acabado de rolar. Eu tava sem chão. O beijo ainda latejava nos meus lábios, e a forma como ele me olhava... parecia que eu já tinha aceitado o convite, mesmo sem dizer nada. Eu devia ter empurrado ele de vez, dito pra sair fora, mas, por algum motivo, minha cabeça tava uma confusão. Ele deu um passo pra trás, esperando minha reação, mas ainda me olhando daquele jeito que me deixava nervosa. O coração batia tão forte que parecia que todo mundo ao redor podia ouvir. A música voltou a invadir meus ouvidos, mas eu tava tão focada naquela situação que tudo ao redor parecia distante. — Bia, cê tá doida? — ouvi a voz da Regina ao meu lado, como se tivesse acabado de perceber o que rolou. — Vai ou não vai, mulher? Ela tava rindo, como sempre, sem entender a mistura de sentimentos que passava pela minha cabeça. Olhei pra ela, depois pro cara, que já tava quase voltando pro camarote, me esperando. — Quer saber? Vai se divertir! — Regina empurrou de leve, e, antes que eu pudesse responder, o cara se virou de novo e me estendeu a mão. Respirei fundo. E agora? Eu não sabia o que pensar, mas, por algum motivo, minha mão foi parar na dele. Ele segurou firme, com aquele sorriso malicioso no rosto, e me puxou, me guiando em direção ao camarote. O caminho até lá pareceu uma eternidade, enquanto eu sentia o olhar de todo mundo em nós dois. Quando chegamos na escada que levava ao segundo andar, ele me soltou e passou na frente, subindo com uma confiança que só quem manda ali teria. No camarote, o clima era outro. Mais reservado, com gente importante, segurança pra todo lado. Ele foi direto pra uma mesa mais afastada, onde algumas garrafas de bebida já estavam à espera. Me ofereceu um lugar ao lado dele, e antes que eu pudesse sentar direito, ele jogou um copo na minha mão. — Relaxa, baixinha, agora cê tá comigo. — A voz dele era firme, mas tinha uma certa suavidade, como se soubesse exatamente o que tava fazendo. Continua.....
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