A entrevista
Atenção: Essa obra contém gatilhos, tais como; sexo explícito, alcoolismo, drogas e linguagem imprópria.
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@autora_marise
Gabriela
É quase final do dia de sexta-feira, lá fora caia uma chuvinha gostosa, quando o meu celular toca e eu vejo o nome (Krenlin Systems), fico nervosa. O meu tio Álvaro é motorista de um CEO muito conhecido na cidade, o Henry Krenlin, parece que ele tem muito apreço pelo meu tio, e o meu tio por ele, e foi durante o retorno dele para casa que o meu tio ficou sabendo que o Henry estava precisando de uma assistente, o meu tio logo tratou de falar que a sua amada sobrinha estava desempregada. Mas imagino eu que ele não disse que eu já fui presa, o motivo? Eu era uma golpista.
Eu usava a minha beleza para aplicar golpes, seduzia os homens, aplicava-lhes o golpe “boa noite Cinderela” depois os roubava. Sem querer me gabar, mas sou uma mulher muito linda, sempre fui, sou alta, tenho um corpo escultural, uma morena de olhos castanhos claros, cabelos lisos e longos, negros como a noite.
Respiro profundamente e atendo a ligação.
— Alô?
— É a Sra Gabriela? — uma voz me perguntou.
— Sim, é ela mesma.
— É a Sueli da Krenlin Systems, você pode se apresentar na Empresa para ser entrevistada hoje à tarde às 14 horas?
— Posso sim, Sueli. Obrigada por me ligar!
Desligo o telefone, e vou até o guarda-roupa, que não tem nada modesto, nem elegante como o meu tio disse para eu me vestir.
Entre as poucas opções no guarda-roupa pego um vestido de couro escuro, um sapato alto preto, penteio os meus cabelos e passo um batom e saí.
Chego no prédio da empresa, que era enorme, subo umas poucas escadas, e vou até um elevador, um homem bonito também me faz companhia, ele aperta o botão do quinto andar.
— Você é nova aqui? — perguntou enquanto analisava todo o meu corpo.
— Sim, estou aqui para uma entrevista.
— Percebi logo, uma mulher tão linda assim é difícil esquecer.
— Obrigada.
— E a propósito, eu sou o Júnior. — Estendeu a sua mão para me cumprimentar.
— Sou Gabriela, prazer Júnior. — falei segurando a sua mão.
— O prazer é todo meu. — ele me lançou um olhar sedutor.
A porta do elevador se abre, o Júnior cede passagem para mim, depois ele me mostra a direção da sala onde eu devo ir, e me deseja sorte. O Júnior me agradou bastante, um loirinho alto, corpo bem atlético, com um sorriso contagiante e uns olhos azuis penetrantes.
Um pouco nervosa, me direciono à recepcionista e falo:
— Boa tarde, tenho horário marcado às 14h para uma entrevista.
Com uma cara bem esnobe ela sinaliza para eu me sentar e aguardar, o que faço prontamente. O silêncio desconfortável me consumiu, esperando que gostem de mim e que eu conseguisse o trabalho. Ajusto o meu vestido, ficando um pouco acima das minhas coxas e olhando para o relógio, 13:58. Pontualmente às 14h a porta se abre, e uma voz grossa diz:
— Onde está a candi... — Olá você deve ser a Gabriela, certo? — seu olhar percorreu meu corpo parando no meu rosto. Sorri, ficando em pé.
— Sim senhor, sou eu, Gabriela. — te olhei nervosa.
— Muito prazer, meu nome é Henry, sua entrevista será comigo, preparada? — ele brincou, sorrindo pra mim.
— Muito prazer em te conhecer, Henry. Estou preparada sim. — falei, sorrio de volta pra ti.
— Me acompanhe por favor, Gabriela.
Observando Henry abrir a porta da sala, vi uma mesa enorme.
— Sente-se por favor, fique a vontade, Gabriela. Prefere algo? Café, suco? — ele disse, educado, me olhando de cima à baixo.
— Café está bom, obrigada. — respondi, me ajustando na cadeira, o vestido subiu levemente.
Henry pega um café numa garrafa atrás de mim, sempre me olhando para mim.
— Aqui está, espero que esteja do seu agrado, aqui está açúcar ou adoçante a seu gosto.
— Muito obrigada, Henry. — sorri pra ele, colocando um pouco de açúcar e mexendo com a colher, olhando em volta.
— Bom, Gabriela o seu tio me falou muito bem de você, mas me diga, acha que merece mesmo fazer parte da minha equipe?
— Sim, eu mereço, estou determinada em dar o melhor de mim para colaborar no crescimento da empresa, tenho certeza de que você não vai se arrepender. — Ele me encarou com seus olhos azuis, e quase me perdi neles.
— Me fale de você, se seus horários são flexíveis? — me perguntou, sempre me observando.
— Bom, sim.
— Ótimo! Gabriela.
— Espero aprender muito com a empresa e com o senhor, se me permite adicionar… — eu respondi sorrindo, te olhando, tomando meu café.
— Ai, Gabriela, Senhor?! Tudo bem que já estou com quase 30 anos... Mas não estou tão r**m assim né? — ele falou sorrindo e me olhando.
— Perdão, não quis te ofender, sempre chamo todos de senhor, é mais educado. — fiquei toda vermelha, morrendo de vergonha.
— Sem problemas, dessa vez passa. Então, as vezes é preciso ficar um pouco além do horário que normalmente é das 8h as 18h, mas são casos isolados, espero que não tenha problemas
— Posso fazer hora extra sem problema.
— Você estaria disponível para fazer viagens?
"Pera aí, viagens? Eu só vou dizer que sim por você, tio."
— Sim, claro!
— Quero que saiba que sou um homem bem exigente, você terá que fazer um bom trabalho, ser pontual e apresentável. — ele me olhou encarando as minhas roupas.
— Intendi perfeitamente.
— Que ótimo! Então você começa amanhã.
— Mas já? — ele me olhou erguendo uma das sobrancelhas.
— Sim, você começa amanhã as oito, algum problema?
— Não. Confesso que estou um pouco nervosa.
— Não precisa ficar nervosa.
— Nos vemos amanhã então.
Saio da sala rápido antes que eu me arrependa de ter aceitado esse emprego, ao me ver entrando no elevador o Júnior corre até mim, ele é bem curto e grosso, diz que se interessou por mim e pede para me deixar em casa.
— Você não está em horário de expediente?
— Estou em horário de almoço agora princesa.
Sei que está mentindo, mas ele me agradou bastante, mas vou fazer jogo duro, mesmo estando na seca, não quero que ele pense que sou uma desesperada. Desde que saí da prisão não transei com ninguém.
— Isso não vai passar de uma carona. — Júnior concordou.