1 Parte — 1° Capitulo : Ela.
**ALICE**
Poderia me matar! Mas como posso me matar? Talvez eu possa procurar algo afiado e acabar de vez com tudo. Eu não aguento mais!! Estava sentada diante de um vaso sanitário vomitando várias bebidas que foram tomadas, chorando, prestes a ter que ficar com um, cara que detesto e que tentou acabar com o resto que sobrou da minha vida. Me derramando em lágrimas gritei:
— Eu prefiro morrer do que dar para aquele verme! Tá! legal, vida, universo, Deus! Entendi eu vou morrer. Tenho que morrer.
Para entender melhor como cheguei no fundo do poço, devo contar a minha vida desde o começo.
Desde criança sempre fui muito apaixonada pela história de amor dos meus pais! E sempre quis um amor assim que fosse durar a vida toda.
Papai conheceu Mamãe aos 14 anos,
ele havia se apaixonado por Mamãe a primeira vista, já mamãe tinha uma paixão avassaladora por um jovem que morava próximo de sua casa.
Quando o rapaz percebeu seu interesse ele a esnobou. Então ela perdeu o interesse e decidiu dar prioridades aos estudos.
Após alguns anos papai decidiu se declarar e mamãe, ele fez uma carta de amor e enviou rosas que foram entregues na porta da escola.
Mamãe passou a enxergar papai com outros olhos. Após alguns dias mamãe foi a uma festa bastante conhecida na região, papai também estava lá, foi quando seus olhares se cruzaram desta vez perceberam que estavam apaixonados um pelo outro. Foi aí que eles decidiram ficarem juntos pelo resto da vida! Aos 18 se casaram e tiveram 3 filhos. Duas meninas e um menino.
Nossa família era muito simples, mas não nos faltava amor. Éramos felizes na simplicidade do Campo, morávamos em uma cidadezinha do interior do Rio Grande do Sul, era um local lindo, sem malícias, sem maldade e sem falsidade.
Após alguns anos meu pai vendeu a casa que tínhamos no interior. Vovó chorou muito porque sábia que não nos veríamos com tanta frequência quanto antes, então mamãe prometeu que iríamos realizar visitas anualmente. Ela nos abraçou com carinho e nos desejou uma boa sorte.
Nós mudamos para Porto Alegre, lá papai conseguiu um emprego onde ele trabalhava como pedreiro e a minha mamãe como costureira.
Na cidade nossa rotina mudou completamente, pois íamos agora a escola, e tínhamos muitos amigos para jogar bola, brincar de boneca, jogar vídeo game entre outros jogos de crianças. Neste tempo minha irmã mais velha chamada Velma estava com seus 13 anos, meu irmão do meio chamado Leandro 10 anos, e o rapinho do taxo neste caso eu Alice estava com 8 anos.
Velma era linda, com seus cabelos, loiros, longos encaracolados, o corpo já era de mocinha, bastante vaidosa. Meu irmão do meio Leandro, com seus cabelos negros olhos azuis um lindo rapazinho, valente e destemido, era quem sempre nos defendia. Eu a esquesitinha da vizinhança e da família, magrinha, pequena, cabelos pretos volumosos, olhos azuis, era alvo de muitos Bullying, era chamada de Olívia Palito e pernas de seriema. Mas, na verdade o meu sonho era ser tão linda como minha Irmã Velma.
Velma além de um rosto belíssimo tinha s***s, eu era doida para ter s***s, acreditava que se eu tivesse, os meninos me olhariam como olhavam para minha irmã, então sempre usava um sutiã e o preenchia com meias. Mas de verdade eu queria apenas a atenção um menininho, Lucas!
Lucas era magro, moreno, olhos castanhos, tinha seus 14 anos.
Um dia criei coragem fiz um bilhetinho onde confessava o amor que eu sentia por ele.
Mas como era muito vergonhosa queria pedir que Velma o entregasse-lhe por mim.
Eu:
—Velma você sabe o Lucas?
Ela:
Quem?
Eu:
—Aquele menininho que vive jogando bola com Leandro! Eu acho ele muito bonitinho, queria dizer-lhe, mas não tenho coragem de falar a ele! Você pode levar um bilhete meu para ele?
Velma deu risadas pegou o bilhete, leu fez uma cara de deboche e falou:
—Sim, vou levar para ele.
Velma levou!
Algumas horas depois Velma apareceu com Lucas em nossa casa.