"Família é a base da nossa história. Mas se a base não foi boa, redefina seu caminho."
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3 anos depois
Manhã de segunda-feira
Vincenzo
Ah. Minha bonequinha que saudade desse seu cheiro e de fazer amor com você . Falo enquanto beijo o pescoço da minha Malu que já estava fora arrepiada e com parte dos seus de fora...
— Também senti sua falta amor..
A beijo enlouquecido de tanto desejo, quando estou prestes atirar sua camisola ouço a sirene em miniatura gritar.
— Mamãe! — Entra chorando em nosso quarto Laura.
Rapidamente saio de cima da Malu e ela logo arruma sua camisola, me deixando frustrado.
"Puts" — eu penso — logo agora que Malu e eu estávamos tentando fazer aquele amor que a tempos não fazemos direito!
Respiro fundo... Preciso lembrar de fechar a porta. E ela me olha sem graça, percebendo minha frustração.
Caramba, é difícil demais ficar sozinho com a minha bonequinha um tempinho, essas pequenas não dão espaço. Amo minhas pequenas bonequinhas,mas, bem que elas poderiam ser um pouquinho como o Ravi, que não curte muitas aproximações.
Me jogo pra lado na cama e coloco as mãos na cabeça em sinal de redenção.
— Desisto... — eu digo bufando e Malu olha sorrindo.
—Amor! - Malu fala em tom de repreensão.
— Está bem, desculpa. — Falo fazendo biquinho é ela me da um sorriso lindo e logo chama nossa pequena que ainda chora.
— Que foi minha pequena? Vem aqui com a mamãe... Vem amor! — diz Malu a chamando, ela sobe na cama e deita entre nós dois.
— A Lívia não deixa eu "bincar" com ela mamã! — Diz ela fazendo bico.
— Oh! Meu Deus, mamãe vai falar com ela... Tá bom princesa!? — diz Malu beijando sua bochecha.
— Papai você também biga com ela? — Diz Laura pegando com suas mãozinhas em meu rosto.
— Brigo minha pequenininha, papai briga, agora vai lá vai, papai quer continuar brincando aqui um pouquinho com a mamãe... — eu digo e Malu me dá uma cotovelada por baixo das cobertas… — Aí! — Eu reclamo.
— Bincar de que? Também quelo mamãe. — Laura pergunta
— Brincar de nada filha, seu pai já vai trabalhar, não é Vincenzo? — Disse Malu me repreendendo novamente .
— Já, já vou trabalhar... É o jeito né!? Fazer o que!? É o que tem pra hoje. — eu falo me levantando da cama e indo pro banheiro, fervendo de vontade de me deliciar minha bonequinha.
Mais uma tentativa que não dá em nada essa semana, toda vez que Malu e eu estamos lá no maior pique as meninas aparecem e nós não conseguimos nada, ta ai a desvantagem de ser pai, os filhos não deixam a gente em paz. Mas eu amo demais as minhas pequenininhas, que agora tem três anos e o Ravi que agora tem quase 9 anos e não gosta mais dessas brincadeiras. Agora ele diz que não é mais criança e sim um homem. Até achamos engraçado ele ser assim, mas por um lado confesso que gostaria que ele relaxasse e aproveitasse muito mais a sua infância. Já as pequenas, até acho graça de quando elas aparecem de repente assim sem ninguém ver...
É... a minha vida não podia estar melhor. Tenho uma esposa que me ama, filhos lindos e cheios de saúde, tenho o emprego que eu gosto, tenho tudo que um dia eu quis ter…
Apesar que nesses momentos de frustração, penso algumas besteiras como era antes na época que podia ter minha Malu a qualquer momento, sei é um pouco egoísta cobrar ciúmes dos meus próprios filhos, mas ninguém é perfeito... Mas, claro que trato de colocar isso para bem longe...
Depois de tanto tempo sozinho e vivendo no caminho errado, é tudo novo pra mim. Às vezes eu não sei lidar com algumas coisas, mas Malu está me ajudando muito, ela é o meu porto seguro, ela sempre sabe o que fazer quando eu já não sei, por isso amo essa mulher, porque ela me completa.
É tudo que preciso e sou feliz por isso. Não saberia viver sem eles, sou capaz de qualquer coisa por minha linda família.
Com esses pensamentos tomo um banho gelado para esfriar o meu corpo que ainda estava queimando, depois volto pro quarto pra me trocar. Malu não estava mais, provavelmente havia ido resolver a briga das gêmeas. Elas brigam bastante, uma sente muito ciúme da outra, mas elas se amam e se defendem.
— Engraçado isso, se amam e brigam o tempo todo... parece até que já vi isso antes. — eu penso
Peguei o meu terno no guarda roupas e me vesti. Pego minha pasta com todos os documentos importantes e sai do quarto indo pra cozinha. Ao descer a escada sinto um cheiro delicioso vinďo da cozinha, era Lena a senhora que trabalhou conosco a anos agora estava trabalhando em minha casa. Ela já é da família totalmente, ela ajuda Malu com as crianças e com tudo na casa. Malu parou de trabalhar de modelo depois que ficou grávida, agora ela só faz assessoria das modelos, e faz isso em casa e pelo computador mesmo, às vezes ela vai na agência mas não frequentemente.
Entrei na cozinha e minhas meninas já estavam sentadas em suas cadeirinhas esperando pelo café da manhã. Ravi estava sentando na cadeira de frente a elas bebendo um copo de leite. Dou um beijo nas meninas e um no Ravi que limpa logo em seguida.
— Papai! — Disseram as duas junto.
— Minhas pequenas estão com fome? — Perguntei dando um beijo em cada uma.
— A Laura disse que voxê vai bigar comigo papai! Ela é uma boba. — Disse Lívia.
— Brigar, brigar não, mas você não pode deixar sua irmã brincar sozinha, tem que brincar com ela também... —eu disse me sentando a mesa.
— Bom dia Vincenzo, o que vai querer hoje pro café? — Perguntou Lena.
— O de sempre por favor Lena... — eu disse.
— Mas papai, a Laura é uma boba, ela biga comigo e depois quer que eu binque com ela... — disse Lívia.
— Vocês duas são umas bobocas isso sim! Meninas... Argh... — Ravi balbucia revirando os olhos e tento segurar o riso, pois eu era assim mesmo quando tinha a idade dele
— Boboca é você "ilmão" chato. — Lívia fala e tento conter esse pequeno atrito familiar
Volto meu olhar para as meninas e falo:
— Sem brigas amores. O papai já disse que não quer vocês brigando, não disse? Então...
— Mas... mas... — dizia Laura, mas Malu interrompeu ela entrando na cozinha.
— Chega, chega, não quero vocês reclamando pro papai uma da outra... — disse Malu — Bom dia amor!
Ela me beijou e as meninas fizeram cara de nojo e nós rimos.
Ravi nem preciso falar né!? Já nem olhava para nós porque já sabia que isso iria acontecer.
— Vai se atrasar amor, toma logo seu café e por favor leva o Ravi para o colégio. Prometo que é só por essa semana, hoje mesmo vou acertar tudo com o transporte escolar. — disse ela me servindo.
— Obrigado amor... Eu levo nosso filho com o maior prazer até o colégio. É uma ótima oportunidade para conversarmos um pouco e ter nosso momento de pai e filho. — eu disse olhando pra Ravi que revira os olhos — Olha, devo chegar um pouco tarde hoje, tenho uns fornecedores pra visitar e umas obras pra aprovar na Região dos Lagos.
— Tudo bem, eu e as meninas podemos fazer o dever de casa sem o papai hoje não é amores!? — disse Malu e elas concordaram — Agora, quem vai querer mingau de arroz?
Malu pergunta e as duas levantaram as mãozinhas... Minhas filhas eram mesmo uma graça.
— O Lorenzo ficou de vir aqui hoje Malu pra poder falar com você sobre as novas modelos que precisam de assessoria... — eu disse.
— Ah sim, tá bom... — disse ela servindo as meninas.
— Bom, eu já vou, tô atrasado já... —eu disse me levantando, fui até ela e a abracei pela cintura apertando levemente — Espero que mais tarde possamos terminar o que estávamos começando hoje de manhã... — eu disse em seu ouvido e ela sorriu.
— Eu também espero, se as bonequinhas do papai deixarem... — disse ela rindo e eu a beijei. Dei um tapinha em seu bumbum e as meninas riram.
— Papai já vai princesas, comportem-se e obedeçam a mamãe... Vamos filhão! — eu disse beijando cada uma e abraçando Ravi que logo se esquivou do abraço correndo na frente
— Ai Ravi é bobão... Xau papai... — disse as duas.
— Tchau Lena! — Eu disse saindo.
— Tchau Vincenzo, vá com Deus! — Ela disse
— Amém! — respondo em seguida
Peguei as chaves do meu carro em cima da mesinha da sala e segui para iniciar mais um dia. Primeiro deixei o Ravi no colégio e até consegui conversar um pouco mais com ele. Sempre fomos muito chegados, mas desde que as meninas nasceram ele se distanciou um pouco. Acredito que seja ciúmes ou um fase mesmo. Mas, mesmo assim darei um jeito de estar mais tempo com ele, conversando, passeando, sair pra jogar futebol, vídeo game e ter o nosso dia de pai de filho. Sinto que precisamos disso e essa aproximação vai nos ajudar muito.
Me despedi dele com um aperto de mão, mas claro que o peguei de surpresa com um beijo e um abraço. Ele até retribuiu um pouco e depois entrou correndo no colégio com um sorriso no rosto. Realmente o que meu filho precisa é de atenção e carinho. E isso que farei a partir de agora.
Voltei para o carro e dei uma última olhada para o interior do colégio. Ravi estava sentado num banquinho com alguns amiguinhos e a professora. Ele me viu ali parado e acenou com a mão se despedindo com um sorriso. Meus olhos se encheram de lágrimas, porque era a primeira vez que ele agia assim comigo desde que as irmãs nasceram.
Retribui o gesto sorrindo e sai rumo a minha construtora, ou melhor, uma das minhas construtoras porque agora tenho três pra ser exato, uma no centro do Rio, outra na região dos lagos e outra na baixada fluminense... Ou seja, muito mais trabalho agora, sem tempo pra quase nada. Mas, como eu disse, vou colocar minha família sempre como prioridade e isso inclui o fato de abrir mão de muitas coisas por eles, principalmente o excesso de trabalho.
Mas, eles merecem toda minha dedicação. Eu sempre vou oferecer o meu melhor para eles, isso sem falar que uma forma de cada dia me redimir um pouco por tudo que fiz com minha bonequinha, por mais que ela tenha me perdoado. Eu que nunca irei me perdoar, por tudo que fiz... Então tudo que fizer é o mínimo que eles merecem.
Emfim... Faz tanto tempo que Malu e eu não sabemos o que é ter um tempo só pra nós dois. Quando chego em casa as meninas me ocupam todo tempo querendo brincar, querendo me mostrar as coisas, querendo que eu ensine o dever de casa.
"Nossa! Ser pai não é fácil não. Mas, eu tô me saindo bem, tô me saindo melhor do que eu pensava que seria..."
Pra falar a verdade estou bem surpreso com tudo isso, hoje sou um homem de família, bem diferente daquele homem insano, volúvel, seco, frio e r**m de anos atrás. Antes eu imaginava que tudo aquilo era o suficiente para viver, mas hoje graças ao amor da Malu vejo totalmente diferente, nada daquilo me trazia felicidade muito menos falta. Tudo era e sempre foi ilusório... Eu jamais trocaria a vida que tenho hoje ao lado da mulher que amo e da linda família que construímos por aquela vida que tinha antes. Que na realidade nunca foi uma vida de verdade.
Nem se fosse por minutos, o Vincenzo de antes não existe mais. Apenas esse que é pai, marido, homem de família e que os ama incondicionalmente. Mesmo com esses pequenos conflitos que é normal quando se tem filhos.
Enfim, o dia hoje promete ser cheio, então vou começar indo primeiro a construtora da Região dos Lagos e depois volto pro Rio pra resolver o restante. Só espero que no final tudo corra bem e enfim eu consiga curtir um pouco a minha bonequinha. E hoje vou lembrar de trancar a porta, pois ela não me escapa, estou cheio de desejo assim como ela e a noite promete.
Continua...
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