Lembre-se sempre: "Cada escolha, uma oportunidade. Cada queda, um aprendizado. Cada atitude, uma consequência."
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Manhã de sexta-feira
VINCENZO
O despertador tocou quando eu estava no melhor momento do sono. E eu quase que pego ele e jogo contra a parede de tamanha raiva que eu sentia. Eu não acreditava que já estava na hora de levantar. Até parecia que eu não dormi nada. Na verdade parece mesmo que eu fechei os olhos, logo abri de novo e o dia já amanheceu.
Tudo o que eu queria mesmo era ficar na cama dormindo o dia todo e mesmo assim ainda seria pouco para tirar esse cansaço no meu corpo. Mas infelizmente eu não posso fazer isso. Eu precisava levantar, tomar um banho, me arrumar e ir tentar resolver todos os problemas que não consegui finalizar ontem...
— Ai que inferno! Esse novo eu me cansa as vezes sabia!? Tenho vontade de jogar tudo pro alto e sair por aí viajando. Mas, daí olho para minha bonequinha tão linda e perfeita ao meu lado. Olho para nossos filhos, nossa família que com tanto esforço construímos e penso comigo mesmo: não posso e não tenho esse direito. Amo minha família e não suportaria ficar longe deles um segundo sequer... quem dirá meses. Isso seria egoísmo demais e não posso abrir mão desse privilégio unicamente porque não consigo lidar com esse excesso de trabalho.
Penso fechando os olhos e chegando a uma conclusão:
"É, eu estou ficando velho mesmo."
Antes eu aguentava um dia e uma noite acordado, mas agora, agora eu chego em casa morto todos os dias... Claro que o meu trabalho antes era só mandar e mandar, e ver os outros fazendo o que eu ordenava. Mas, agora não! Agora eu tenho que me empenhar, na verdade o que eu tinha nem era trabalho, era escravizar os outros, principalmente as mulheres, e depois eu me divertia com algumas delas. Logo, desde quando aquilo era trabalho?
Enfim, isso já acabou, agora eu tenho mais é que me matar de tanto trabalhar trabalhando mesmo pra poder oferecer a minha esposa e aos nossos filhos tudo que eles merecem. E principalmente, de uma maneira honesta.
Enfim tomei coragem e me levantei quase que me arrastando da cama. Malu ainda estava dormindo linda, perfeita e deliciosa como senpre.
— Ah! Como eu queria ama-la agora pela manhã como sempre fazíamos. Mas, infelizmente não dá. Primeiro porque estou morto de cansado e segundo porque estou atrasado como sempre. — penso me aproximando do corpo dela e dando um beijo no seu pescoço.
Ela se mexe um pouco, mas continua dormindo profundamente. Então eu me afasto e vou tomar um banho gelado pra tentar acordar de vez. Fiz a barba, minhas higiene, depois me vesti como sempre e desci pro café.
As meninas já estavam tomando seu mingau junto com Lena e Ravi sentado ao lado comendo seus cereais com leite, e já se preparando para abocanhar as panquecas com mel. Esse daí puxou a fome do pai mesmo. Meu garoto!
— Bom dia pra minhas pequenininhas! Bom Dia filhão! — Digo entrando na cozinha sorrindo — Bom dia Lena.
— Bom dia Vincenzo... — diz ela.
— Bom dia papai... — respondem as duas princesinhas e o Ravi junto
— Quem vai dar mingau pro papai?
Pergunto e as duas levantam a mãozinha...
— Que beleza, assim o pai fica fortão pra trabalhar né amores!? — digo dando um beijo em cada uma e em seguida faço o mesmo com Ravi, que limpa é claro.
— Eca papai! Que nojo! Sem beijos! Ok!? — Ravi fala limpando o beijo e dou um sorriso beijando sua cabeça
— Ok! O senhor quem manda! — falo piscando o olho direito pra ele que sorri de volta
— Cadê a mamãe? — Pergunta Laura.
— Está dormindo ainda princesa, mas daqui a pouco ela vem. — responde me servindo com um pouco de café
— Papai me leva com voxe hoje? — Disse Lívia.
— Papai não pode princesa, hoje vou ter muito trabalho. Mas, outro dia o papai te leva... Prometo! — digo me servindo de uma fatia de bolo de milho
— Bom dia amores da minha vida... — diz Malu entrando na cozinha beijando todos
— Bom dia mamãe! — As meninas dizem.
— Bom Dia Mamãe! Mas, para com isso de beijo. Já basta o papai. — Ravi resmunga enquanto mastiga sua panqueca
— Ai filho! Não seja assim. Tanto seu pai quanto eu te amamos. E carinho sempre é gostoso de receber, principalmente de pessoas que nos amam de verdade. — Malu fala o beijando no rosto e senta ao lado dele
— Tá bom... tá bom... também amo vocês. — Ravi fala e Malu me olha de lado sorrindo
— Mamãe diz pro papai me levar com ele hoje... — disse Lívia.
— Seu pai não pode te levar, ele tem muito trabalho filha... e vocês têm aula no colégio hoje. — diz Malu.
— "Pufavo", eu "julo" que fico quetinha... — diz ela e eu me levanto.
— Hoje não dá princesa, papai promete que leva outro dia... — digo pegando ela no colo e dando um beijo.
— Papai eu também... — diz Laura esticando as mãozinhas, e eu a pego também.
— Minhas princesinhas vão se comportar bem? — Pergunto.
— Siiiiim! Elas dizem juntas
— Então vou trazer uma surpresa pras duas... — digo.
— Obaaaa! — Elas dizem me abraçando.
Como era bom esse carinho, posso dizer que não há nada melhor no mundo do que ser pai. Eles me fazem querer ser melhor todos os dias, pra eles, por eles... esse amor de pai é algo que eu nunca vou poder explicar.
— Agora o papai já vai... se comportem princesas. Logo o papai estará de volta para brincarmos muito. — eu digo colocando elas no chão — Até mais tarde meu amor... Se cuida viu e vê se consegue desacelerar um pouco. Porque senão com nós dois mortos de cansado "babau" nossas brincadeirinhas né!? — digo dando um beijo em Malu e ela sorri safada
— Pode deixar que vou descansar e tentar guardar um pouco se energia para mais tarde. Até mais meu lindo... Eu te Amo! — ela diz me beijando
— Eu também te amo muito! — retribuo o beijo e olho para Ravi dizendo — Vamos filho! No caminho até a escola você me conta as novidades e o que você vai querer de presente.
— Presente? Mas, nem te dei beijo. — ele fala se levantando colocando a mochila do Naruto nas costas
— Mas eu te dei e outra, você é meu filho e eu te amo igual as suas irmãs. Agora vamos campeão antes que o zelador me dê outra chamada por atrasar para te deixar na escola.
Despeço-me de Lena e saio com Ravi.
Entramos no carro, Ravi sentou atrás e durante o caminho tentei puxar assunto com ele. No inicio ele não falava muito, mas com cuidado fui fazendo perguntas e pouco a pouco ele se abriu. Ai fomos conversando até chegar ao colégio. Ele me contou um pouco de como tudo funcionava na escola, que tinha alguns amigos e que gostava muito de natação. Eu disse que o colocaria numa escolinha de natação e que o acompanharia sempre.
Ele sorria e eu conseguia notar um brilho diferente em seu olhar como eu nunca tinha visto antes. Meu filho precisava de atenção, por isso ele era arredio. Com certeza depois do nascimento das gêmeas ele se sentiu deixado de lado por termos que dar mais atenção à elas. Mas, isso irei conversar com Malu e resolveremos o quanto antes. Ravi é nosso filho, e ele já teve uma grande perda com a morte do Lahan. Por isso de jeito nenhum permitiremos que ele sofra mais e menos ainda por nossa culpa.
Depois de alguns minutos, uns vinte no máximo chegamos na escola. Estacionei o carro na entrada e desci para levar o Ravi. Ele desce do carro me dá um abraço apertado e um beijo no rosto. Olha pra mim sorrindo e diz:
— Ve se não conta nada para minhas irmãs desse beijo hein papai!?
— Pode deixar. Esse é um segredo nosso filhão! Boa aula pra você! — falo fechando a mão fazendo um "toquinho" de leve e ele sai correndo para o pátio
Volto para o carro sorrindo como um bobo e entro ligando o carro. Mas, antes de dar partida olho para o lado e Ravi sorrindo acenando com a mão. Faço o mesmo. O sinal toca e ele se distraí com a professora. Engatei a marcha e segui meu caminho direto para a empresa.
Trinta minutos depois eu já estava na empresa e com a alma em paz por enfim saber que estava conquistando o carinho do meu filho. Subo até minha sala e entro na mesma. Minutos depois minha secretária diz que tem uma pessoa querendo me ver, mas não quis se identificar. Só disse ser um velho amigo...
"Quem seria?" — penso
Pedi que ela deixasse entrar, e para a minha surpresa era o filho de Frederico Wern, que foi meu cliente na época das minhas casas de luxo, se não me engano o nome dele era… Marcus Edgar Wern.
Claro! Aquele Marcus que quase teve Malu com ele, se não fosse aquele alarme de incêndio que eu disparei na hora exata. Disso eu me lembro muito bem, ali eu já morria de ciúmes dela e de amor também.
— Bom dia Vincenzo, lembra do seu velho amigo, não lembra? — Ele disse.
— Bom dia Marcus... Claro! Como não lembraria? — digo me sentando em minha cadeira.
— Está surpreso com a minha visita? — ele pergunta
— Um pouco. Mas diga, porque veio? — respondo o observando
— Bom, eu vim porque preciso de umas dicas suas... — ele disse.
— Dicas? Sobre o quê? — Pergunto curioso
— Sobre como ser um cafet@o bem sucedido. Ou melhor, como ser o melhor cafet@o que a cidade do Rio de Janeiro já teve. E claro, fazer isso às escondidas sem que ninguém soubesse... E quem melhor do que um mestre como você nesse assunto para me ajudar. Não é mesmo? — ele disse sorrindo
— Como você pode perceber Marcus, eu não sou mais um cafet@o, agora eu sou um arquiteto. E se você não está querendo saber sobre construção eu peço que você se retire do meu escritório. Estou muito ocupado e sem tempo para sandices. — eu digo e ele dá uma risada.
— Não seja m@l educado Vincenzo, não se trata assim os velhos amigos. Será que ainda não aprendeu a controlar seus instintos?
— É que, realmente eu não posso te ajudar uma vez que eu não tenho a vida que eu tinha antes... E quanto a controlar os meus instintos, você pode ter certeza que sei domina-los muito bem. Ou caso contrário eu já teria dado um fim em você pelo seu abuso e petulância de vir no meu escritório me fazer perder tempo com suas merdas. — eu falo sério
— Ei! Calma Vincenzo! Eu só vim pedir a sua ajuda porque acabei de comprar as suas antigas casas de luxo, e agora eu tô no seu lugar. Logo faço exatamente o que você fazia antes, mas preciso de descrição, então eu vim pra que você me ajudasse.
— Eu sinto muito, mas sobre esse assunto eu não falo mais, e nem me interessa falar. Saia daqui! — falo mostrando o caminho da saída
— Eu fiquei sabendo que você se casou com uma de suas submissas e que agora tem um filho e duas filhas lindas... Não é verdade? — disse ele e eu fiquei nervoso.
— É... foi isso mesmo. Mas, não estamos falando nem da minha mulher e nem dos meus filhos... — eu digo
— Quer saber Vincenzo? Eu te espero na minha casa de luxo do centro hoje à noite, que você conhece muito bem o caminho, pra conversarmos melhor... Tenho certeza que com um belo copo de whisky e mulheres gostosas você pensará com calma na minha proposta. — diz ele
— É melhor esperar sentado Marcus... Eu já disse que não vou. — digo.
— Pois eu acredito ser melhor você mudar de opinião e ir até lá Vincenzo. Porque senão eu serei obrigado a ir na sua casa. E será um prazer conhecer seus filhos e rever a sua esposa linda... — disse ele e eu respirei fundo de raiva.
— Deixa minha família fora disso Marcus... — digo esmurrando a mesa
— Então faça o que eu disse e esteja lá hoje a noite no horário marcado. E aí sim, no meu território e no meu escritório eu resolvo com você. Entendido Senhor Vincenzo Torricelli? — ele fala friamente
—Tudo bem Marcus, eu estarei lá... — digo.
— Ótima decisão Vincenzo! Eu sempre soube que você era um sujeito muito inteligente e perspicaz. Pelo visto não me enganei. Até lá então... — diz ele saindo da sala.
— Desgraçado! — Eu penso derrubando tudo o que tinha sobre a mesa
O que ele quer?
Porque veio me procurar depois de anos?
Eu não tenho mais nada a ver com aquelas malditas casas, e nem quero voltar a ter, mas não posso correr o risco dele fazer algo com Malu e com meus filhos.
Esse maldito não vale nada, é envolvido com muitas coisas e pode fazer m*l a minha família. O único jeito é ir nesse m@ldito lugar. Mas devo ir prevenido, pois boa não vai ser essa conversa com ele.
O tempo passou voando... E depois da visita desse m@ldito eu m@l consegui me concentrar no trabalho. E os problemas que eu já tinha só deixei juntar com os outros que eu não consegui resolver hoje, porque minha cabeça não parava de pensar no que me esperava...
De jeito nenhum Malu pode saber disso, terei que inventar uma desculpa pra sair.
"Mas que droga! Merda! Isso de novo na minha vida. Não!"
Eu nem queria passar perto da onde era essa casa, quanto mais voltar a ir lá. As lembranças não eram boas, eram as piores possíveis, e agora encarar tudo de novo? Não sei se consigo... se posso, se vou aguentar, ainda mais se lá ainda tiver alguém que um dia eu fiz m@l.
Malditas consequências causadas por culpa de uma passado errado, por decisões impensadas e hoje estou padecendo por meus erros. E o pior de tudo é que a minha família estava sendo envolvida no meio disso tudo sem ter culpa de absolutamente nada.
Mas, se esse m@ldito Marcus pensa que vai conseguir o que deseja está muito enganado. Porque na minha familia ninguém toca e sou capaz de virar o pior dos demônios para destruir de uma vez por todas os fantasmas do meu passado, incluindo esse desgracado.
Continua...
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Reflita:
Tudo tem seu preço e nada é em vão, cada acontecimento da sua vida é consequência de uma atitude que você tomou ou de um caminho que seguiu. A vida não dá errado, o destino não prega peças, tudo o que acontece é resultado das suas escolhas. As decisões que você toma, os caminhos que você segue, não mostrarão as consequências hoje, as consequências virão quando você menos esperar.
Tudo tem retorno, então não decida nada pensando no que você quer hoje, no que você quer agora, porque o agora logo passa e logo será passado.
Pense no que você quer para o seu amanhã, no que você quer que seja o seu futuro, que logo será seu presente. Sempre reflita nas suas decisões e em que tipo de consequência trará, se for positiva aproveite, se for negativa aprenda com seus erros.
Sempre tenha em mente a seguinte pergunta: Será que o que estou fazendo agora vai me oferecer bons frutos no futuro? Se a resposta for "Sim" prossiga, mas se for "Talvez, Não ou quem sabe" pare, reflita, mude o rumo de tudo antes que seja tarde demais. A vida é uma só, não tem replay. Mas, as consequências dos seu atos uma hora chegam e não voltam mais.
Fique com Deus! E até breve!