Sinto a tensão no ar quando me viro ao ouvir aquela voz chamando meu antigo apelido, "Bambi". Quinze anos se passaram desde que alguém me chamou assim. E aí está ele, Massimo Mancuso, sorrindo como se o tempo não tivesse passado, como se tudo estivesse do mesmo jeito. Como se aquele lapso de tempo entre nós não tivesse significado nada. "Massimo", respondo, ainda atônita, tentando processar o motivo pelo qual ele estava aqui. "O que você está fazendo aqui?" Ele sorri, uma expressão que me faz lembrar dos tempos em que éramos apenas crianças, crescendo juntos. "Estou feliz que me reconheceu, Catarina", diz, mantendo aquele tom descontraído que sempre teve. "Por que está aqui?" pergunto, direta como sempre. "Claro, a diretíssima Catarina." Massimo ri, como se achasse graça na minha fran