CAPÍTULO 20

1562 Words
Miguel Entro no quarto e assim que fecho a porta o Henrique entra logo atrás. - O que foi que deu em você? - pergunta. - Eu falei que não queria falar com você agora Henrique. - Eu quero saber o que aconteceu, você está com cara de transtornado. - Eu estou transtornado Henrique, eu estou com raiva, eu estou me sentindo um covarde, eu estou me sentindo um bobo. - Coloca pra fora que deve passar. - Você continuou desejando a Maya depois que soube que eu estava com ela? - pergunto ja sabendo a resposta. - Ninguém passa a não desejar uma pessoa do dia pra noite Miguel. - Você ja ... - me seguro pra não falar, pois a raiva está subindo so de pensar. - Você ja o que? - pergunta - Você ja se tocou pensando nela? - ele me olha com o olho regalado, e respira fundo. - Responde Henrique - ele respira e vira o rosto. - Vai Henrique responde. - Ja - é so ele confirmar que acerto um soco no rosto dele. - isso é nojento Henrique - falo pra ele. - Isso é normal Miguel, o que não é normal é você me acertar um soco - fala passando a mão no rosto. - É normal quando é sua ficante, sua namorada ou seila o que, não com A p***a DA NAMORADA DO SEU IRMÃO HENRIQUE. - Desculpa, se eu tivesse sóbrio não faria isso. - Eu to enojado disso, ela ainda te dava banho? - pergunto me sentando. - So quando eu ficava drogado e bêbado, eu chegava naquela casa lá m*l e ela me dava uma força. - Vocês ja tiveram alguma coisa? - pergunto com medo da resposta. - Não né Miguel, não sou pnc nesse ponto. - Você tem certeza? - Sim, eu tava bêbado, não com amnésia. - Pelo menos isso né - falo passando a mão no cabelo. - Como foi la com a Carol? - pergunta. - Péssimo, como ja era de se esperar, você acredita que o dono da König é o pai da Carol? - Oi? Como assim? - Ela me falou, a gente sabia que seu Adam não era o dono da empresa, mas ninguém nunca revelou o verdadeiro dono. - Ou seja eu to ferrado? - o Henrique diz. - É nisso que você pensa Henrique? O nosso pai mentiu esse tempo todo e é nisso que você pensa? - Ele está mentindo ou não, eu vou perder meu emprego. - Oh Henrique sinceramente, por isso que a gente não conversa. - Você está em outra empresa, você está indiretamente desligado de lá, eu não. La por mais podre e explorador que seja é o que paga minhas contas. - Eu posso resolver isso pra você - falo. - Você acha que pode tudo né?, você se acha o dono do mundo né? - Então se fode Henrique - falo - quando precisar não me procura, ja que você sabe se virar sozinho. - O seu m*l é sua suberba - fala. - E o seu é seu orgulho - falo. - Eu não quero viver na sua sombra, muito menos na do papai - fala. - Quando você ver seu apartamento, seu dinheiro pra d***a, bebida e mulher indo embora, você vai repensar sobre isso. - Eu morro de fome mais não te peço ajuda - fala se levantando. - Vamos ver até onde essa afirmação vai ir . - Vai se fuder Miguel - sai e bate a porta. Assim que eu tiro a minha blusa e vou entrar no banheiro a porta do quarto se abre. - Se arrependeu tão rápido assim? - Sou eu - viro e é a Maya. - Se for pra brigar comigo também, a cota de hoje ja foi preenchida. - Pode guardar suas pedras, eu so vim conversar. - Fala - falo e paro na porta do banheiro. - Porque o Henrique saiu daquele jeito? - Não é melhor você ir per... - Olha bem o que você vai responder - ela fala me interrompendo. - A gente brigou. - Você não falou nada pra magoar ele não né? - Se falar verdade é magoar, e também ele não é mas uma criança pra ficar magoadinho né Maya. - Eu sei bem que você pode ser bem grosso quando você quer Miguel. - Eu não fui grosso e também eu falei com ele que não queria papo agora. - Você e a Carol terminaram? - Sim - Ela reagiu como? - Quebrou minha sala inteira, ameaçou minha carreira, minha vida e coisas assim. - Uau, e você fala assim? - Eu vou fazer o que? Chorar? - Você consegue ser insensível em um nível absurdo, não te conheço mais Miguel. - Desculpa - falo e sento na cama. - Nesse tempo que você passou fora você voltou outra pessoa, você era sensível, compreensivo e tinha um coração e uma luz tão linda, e foi por essa pessoa que eu me apaixonei anos atrás e você foi e voltou isso ai. - Eu ... na verdade sei nem o que falar. - Você se tornou uma pessoa fria, sem coração, so pensa em você e no seu bem estar, que se f**a o resto, esse ai não é o Miguel. - Tantas coisas aconteceram Maya, a vida te ensina a ser assim. - Você pode ser melhor que isso Miguel, eu não quero que a Sófia conheça essa coisa ai que você chama de nova personalidade. - Eu vou melhorar por ela - falo - Melhore por você, olha o seu redor ,olha e pensa se vale a pena, você brigou com seu irmão Miguel, que ponto você chegou. - Obrigado - falo levantando e vou abraçar ela, fico com medo dela não aceitar mas ela aceita. - Não estou fazendo nada, so quero ajudar você. - Você não tem obrigação nenhuma comigo, mas mesmo assim você se preocupa isso pra mim é muito importante. - Apesar de tudo, eu me preocupo com você, ainda mas se afetar minha filha. Ela me solta e vai embora. Tomando banho eu percebo o que a Maya falou é verdade, me olhando agora eu nem me reconheço, eu virei uma pessoa misquinha, sem coração, um cara egoísta. Eu não era assim, eu não sou assim. Ligo pro Henrique e ele não atende, ligo 10 vezes, na 11° ele atende. - O que você quer?- Fala assim que me atende. - Me desculpa, eu falei demais. - Ah o grande Miguel pedindo desculpas, que supresa. - Henrique me escuta, eu sei que nossa relação quando criança não era muito boa, meu pai sempre colocava um contra o outro, eu sei que você ficava m*l por meu pai apostar tudo em mim. Mas pra você saber eu sempre tive inveja de você. - Não precisa mentir também Miguel. - Eu não estou mentindo, você saia quando queria, você namorava quem queria, você fazia o que tava com vontade. Eu não, eu sempre tive medo de decepcionar meu pai, eu não fazia nada que ele não queria, eu não assumi a Maya por medo do que ele poderia fazer, eu sempre fui um covarde. Eu nem queria ser advogado. - Você não queria ser advogado? como assim?, você fala isso des de criança. - Meu pai fala isso des de criança, não é como se eu tivesse opção. Sabe aquela vez que eu apareci com o corpo todo roxo e você perguntou o que tinha acontecido? - Lembro, você tinha caido da escada. - Eu nunca cai da escada Henrique, meu pai viu meus quadros de pintura e minhas fotos, ele me bateu porque disse que aquilo era coisa de viadinho, eu gritei pra ele que aquilo era meu sonho e eu não queria saber se era de viadinho ou se ele aprovava ou não. Eu apanhei como eu nunca apanhei na vida, e ele me falou que aquilo era pra mim aprender a nunca desrespeitar ele e tudo que eu tinha feito ele jogou fora. A partir daquele dia eu perdi todo respeito que eu tinha por ele e eu so sentia medo, eu sentia medo de enfrentar ele e sentir o que eu senti aquele dia - nessa altura eu ja tava chorando no telefone. - Me desculpa - o Henrique fala chorando também. - Você não me deve desculpas Henrique. - Devo sim, enquanto você estava passando por isso eu tava bebendo e fumando como se não houvesse o amanhã, e você sempre me encobria pro meu pai não ver e não saber, as vezes levava a culpa por mim, e eu achava que você fazia isso pra ser sempre o salvador da pátria. - Eu so queria te proteger daquele pai que um dia eu vi, de toda frieza e suberba dele, e hoje eu me dei conta que eu estou virando um mini ele. - Você não é ele, e nem vai ser ... você é melhor que isso. - Obrigado - so consigo falar isso. - Eu te amo - a primeira vez que escuto ele falar isso. - Eu também te amo. Termino de falar com o Henrique e desço. A Maya ja foi e eu percebo que estou sozinho, então decido beber um pouco, pra passar essa dor de cabeça.
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