Miguel narrando
Consigo dormir um pouco e acordo com os gritos da Carol, levanto e vou tomar banho pra voltar pro hospital.
Assim que saio do banheiro e estou me vestindo a Carol entra no quarto com tudo.
- Você é maluco? Você gastou um dinheirão no meu cartão - ela chega gritando.
- Eu não entendi - falo e continuo me vestindo.
- Você gastou meu dinheiro Luis Miguel.
- Eu não gastei nenhum dinheiro seu, você mesmo que gastou, você quebrou, você pagou.
- Eu não acredito que você está dizendo isso.
- Carol eu não faço questão de dinheiro, você é a pessoa que mais sabe disso. Mas você também sabe o que eu passei pra conseguir o que eu tenho hoje.
E não, eu não vou gastar milhões com as coisas que você quebrou pro ser uma garota mimada.
- Seu pai é rico Miguel - fala rindo.
- Falou certo, meu pai é rico não eu, ou melhor não era.
Meu pai me ajudou bastante óbvio, bancou minha faculdade, me conseguiu um emprego.
Mas se eu tenho respeito como advogado e tenho esse dinheiro é por mérito meu.
- Você ta sendo ridículo, eu tenho certeza que é aquela mulher que está mexendo na sua cabeça.
- Não abre sua boca pra falar da Maya, você não tem moral nenhuma pra falar de ninguém. Eu vou ir pro hospital, que vou ficar com minha filha e quando eu voltar quero conversar sério com
você - falo pego minha carteira e saio.
Desço e a casa está do mesmo jeito de quando eu cheguei, ignoro e chamo um táxi.
Chego no hospital, pego o adesivo de visitante e entro no quarto e a Maya está dormindo com a Sófia, fico encostado na porta olhando elas.
- Ai que susto Miguel, chega parecendo uma assombração - fala colocando a mão no peito.
- Você estava dormindo, eu não queria te acordar - falo e sento na cadeira - iai como ela está?
- O médico falou que provavelmente, 90% de chance dela sair amanhã, ele está sendo bem atencioso com ela, não são todos que são assim.
- Realmente, você não vai
descansar? - pergunto.
- Eu vou ficar - fala e o médico entra.
- Olha eu de novo - fala entrando - vou so da uma olhadinha nela e já vou.
- Doutor pode ficar duas pessoas pra dormir? - pergunto.
- Aqui não, na outra ala pode.
- Não entendi, qual a
diferença? - a Maya pergunta.
- Dinheiro - ele responde - tudo hoje em dia se resolve com dinheiro minha filha.
- Dinheiro não é o problema, transfere a Sófia pra outra ala então - falo.
- Não é necessário, a Sófia ja vai sair amanhã, pode ficar ai, vou pedir pra alguém trazer um mini sofá e depois você resolve la na recepção - fala comigo e sai.
- Meu Deus o povo é mercenário - fala rindo.
- Verdade, porque a Sófia está aqui e não lá? - pergunto.
- Porque o meu plano so cobre esse, a gente paga o que o dinheiro da - fala.
- Depois vou resolver isso.
Dois funcionários entram e colocam um mini sofá, que parece até confortável.
- Parece confortável - fala.
- Eu pensei a mesma coisa - falo e ela rir.
Eu e ela tivemos a mesma ideia e nos jogamos no sofá.
- Ta vendo o que o dinheiro não compra, ontem dormir nessa cadeira dura e agora tem um sofazinho super confortável, nem parece que estamos em um hospital.
- Espero não voltar aqui tão cedo, mas não vamos mais ficar nessa cadeira dura - falo.
- Deus te ouça, na parte de não voltar aqui - fala.
- Eu acho que não vou mais casar - falo e ela para e me olha.
- Oi? Porque? - pergunta.
- Eu cair na real eu acho, quando estava na Alemanha eu trabalhava o tempo inteiro, eu m*l ficava com ela, era s**o, fazer compras e s**o de novo. E ela chegou nem tem 48hrs direito e eu não estou suportando.
- Que amor é esse? - pergunta
- E tem amor ? - Devolvo a pergunta.
- Isso você que tem que dizer, não adianta você casar com alguém que não ama.
- Eu fiquei de conversar com ela quando eu voltar e eu acho que vai ser isso mesmo.
- Você acha que ela vai aceitar fácil assim? - pergunta.
- Não, mas essa é minha decisão.
- Ela lutou tanto né pra conseguir você, tomou até de mim - fala rindo sem humor.
- Ela nunca tomou nada de você, eu so fiquei com ela porque a gente não estava mais juntos - falo.
- E porque no dia da cabana você ficou com ela? - pergunta
- Eu não fiquei com ela no dia da cabana - falo e ela me olha - eu fiquei com a Carol a primeira vez na Alemanha.
- Impossível - fala olhando pro nada.
- Como assim impossível? Eu bebi aquele dia, mas eu lembro perfeitamente que eu não fiquei com a Carol, eu nem olhava pra ela dessa maneira - falo e Maya continua olhando pro nada.
A Sófia acorda e a Maya levanta ainda sem falar nada.
A Sofia comeu, eu e a Maya também comemos e ela ainda não falou nada.
Agora está nos três sentados na cama do hospital brincando de pintar, em um livrinho da Sófia.
- Você lembra quando a gente planejava nosso futuro? - pergunto e ela sorrir de lado.
- Lembro, quem diria né?
- Em uma coisa a gente acertou - falo olhando pra Sófia.
- Sim, também foi a única coisa - fala e damos risada.
Flashback on
- Amor quando a gente for casar, vamos casar aonde?
- Na praia, não quero casar na igreja.
- Na praia não Maya, vai entrar areia em tudo.
- Então no campo e não se fala mais nisso - Maya diz
- Certo, e a nossa lua de
Mel? - pergunto.
- Cancún - respondemos juntos.
- Essa é fácil né Senhor Luis Miguel e o bebê vamos ter o que?
- Uma menina e vai se chamar Sófia, igual minha vó.
- Uma menina ta certo, agora não sei se vai ser Sófia, to em análise
disso - fala fazendo cara de pensativa.
- Ta em análise é - falo e começo a fazer cosquinha nela.
- Miguel paraaaa - fala e começa a rir.
- Eu te amo tanto sabia - paro de fazer cosquinha e deito de frente
pra ela.
- Eu também te amo - fala e me da um selinho.
- Não, você não me ama o quanto eu te amo - falo alisando o rosto dela - eu não deixaria de te amar por nada nesse mundo, eu não deixaria de amar teus beijos nunca, eu não vou deixar de lembrar que você tem o olhar mais doce do mundo, quando não ta possuída pelo espírito da safadeza claro - falo e ela bate no meu braço e rir - Você tem o coração mais puro que eu conheço, quando você sorrir parece que o universo para por um segundo pra te admirar e tudo fica em câmera lenta.
- Nossa é um amor grande, mas eu também te amo um tantão
assim oh - fala sentando e abrindo as mãos.
- Uau que grande, é do tamanho
do que? - sento também.
- Do tamanho do planeta todinho.
- Nossa só? - faço uma cara triste.
- É do tamanho do universo
todooo - fala levanto e esticando o braço no máximo.
- Tu vai cair assim doida - falo puxando ela que ja tava se curvando pra trás- Eu agora sei o tamanho do seu amor - puxo ela pro meu colo.
- A gente parece que foi feito um pro outro né? Você não sente isso
também? - pergunta.
- Eu não acho que parece, eu tenho certeza que a gente foi feito um pro outro.
- independente de qualquer coisa seu destino sou eu e meu
destino é você - fala.
- Você sente seu fio? - pergunto me referindo a lenda do fio vermelho.
- Sinto, estamos ligados a ele.
- Pra sempre - falo e entrelaçamos os dedos midinhos.
- O laço pode embaraçar, emaranhar, mas ele nunca quebra - falamos juntos.
- E temos que ter a viagem do sonho em família - fala super empolgada.
- Hum... neve? - falo e ela sorrir
- Gostei, neve e depois uma praia bem bonita tipo Maldivas - fala e apoia a cabeça no meu ombro.
- O melhor é a gente fazendo o roteiro da nossa vida - falo rindo.
- Ja está destinado amor, so estamos comentando - fala e me olha nos olhos.
Flashback off
- Como a vida é engraçada né - fala me olhando.
- É, a gente se separou e jamais podia imaginar que estaríamos aqui nesse momento - falo.
- É, o universo deve ta puto por o amor não ser do tamanho dele - fala me olhando e rindo.
- E o fio vermelho ta bolado porque a gente meteu a tesoura nele - falo e ela começa rir alto, a Sófia rir por ver a gente rindo, e acabamos rindo mais ainda.
Contamos uma história pra Sófia dormir e acabamos dormindo os três ali naquela cama de hospital.