Cap 6: Seus olhos

1631 Words
Os olhares intrigados voltados até mim, causavam-me um sentimento de poder,uma sensação de dominância sobre todos os homens vestidos em roupas completamente pretas. Ao contrário do que afirmei com convicção naquela cela imunda da penitenciária feminina,quero que as pessoas tenham medo de mim,quero que sintam a insegurança se manifestar em seus corpos mortais,quero enxergar o medo em seus olhos,assim como um dia demonstrei sentir, e tudo somente para proteger pessoas nas quais estarão mortas em poucas semanas. Meus cabelos na altura dos ombros cobriam meu rosto por estar com a cabeça inclinada,as roupas escuras cobriam cada centímetro de meu corpo,as luvas em mesma cor escondia minhas mãos,pois a única coisa que deixaria visível para cada um naquela sala,seria o desprezo que carrego,o ódio e desejo de vingança,pois a única coisa que mais deseja nesse mundo e em minha vida, é ouvir os meus alvos implorarem por misericórdia,implorar por perdão enquanto sentia o sangue escorrer em minhas mãos, já que os faria sentir um terço da minha dor os matando lentamente. Psicopata, monstro o aberração, qualquer nome dado a mim seria tido como elogio,pois enfrentei coisas piores que isso para me abalar com o que se passa na mente de pessoas hipócritas que se tiverem a oportunidade, puxa o gatilho de uma arma atirando contra a cabeça de qualquer um. Ouvindo o ranger daquela porta velha de madeira,ergui meu olhar podendo encontrar aquele que seria meu ajudante em meu objetivo e,em breve,mais um que seria morto por minhas mãos,pois não confio nesse bastardo um minuto sequer. Apesar de ter ficado ao meu lado enquanto estive presa naquela penitenciária, conheço a cobra ordinária que existe em Luke, conheço seus limites. O olhar desse babaca,a forma que sorri e age quando estou presente,demonstra que há um segredo sendo escondido, entrega o quão traíra está sendo comigo, então,como uma pessoa precavida e inteligente,antes dele pensar em me matar, haverá uma arma apontada em sua cabeça e a contagem dos três segundos,tempo suficiente para suas últimas palavras ou último pedido. Sentando-se ao meu lado,seus homens endireitam a postura e o encara aguardando suas palavras e ordens,pois embora essas pessoas sejam criminosos, assassinos e cobradores de dívidas, ambos precisavam seguir regras para que não destruíssem suas vidas longe de tudo isso,pois assim como um dia trabalhei para Fabrício,essas pessoas escondem suas vidas, escondem a dupla face. Nessa sociedade medíocre,somos como justiceiros, descartamos o lixo que anda pelas ruas, exterminamos vermes insignificantes que não favorecem em nada nesse mundo podre e corrompido. Mas também temos uma família que desconhecem nossos serviços, desconhecem esse espírito justiceiro que habita dentro de nós, ambos possuem alguém para quem prometem voltar vivos ao fim do dia ou semana,pois não temos um dia específico para retornar a casa que chamamos de lar. Carrego mais mortes do que um segurança ordenado a puxar a chave da cadeira elétrica,porém são assuntos que devem permanecer em segredo, pois tudo isso pode ser minha condenação pela pena de morte. Uma pessoa fria e calculista omiti seus atos,esconde o que fez durante sua passagem de vida e finge, manipula de uma forma realista,somos treinados e aprimoramos nosso talento para nos passar por vítimas, somos como um experimento científico,uma máquina sem coração e afetos que te enfraquecem. Porém, não consegui suportar tudo que fiz e desistir dessa vida, desistir de exterminar vermes e cometer crimes pesados, apenas me abriguei nas corridas clandestinas. Me tornei fraca ao brincar de amar alguém,me tornei vulnerável ao me entregar para alguém que apenas brincou comigo, quando decidi que cuidaria de uma família que desconhecia,uma família que não me pertencia. Me destruí no momento em que abandonei o lado frio e calculista para deixar um afeto crescer em meu coração. Mas agora,depois de anos sofrendo, não voltarei a destruir essa barreira que criei,essa barreira que me fortalece a cada dia que se passa. — Malia voltará a correr. Com seu tom de voz sério,Luke ditava mais uma de suas decisões nas quais não questionaria,pois apesar de não gostar que tenha alguém ditando o que devo e não devo fazer,me contentava em fazer muitos idiotas se machucarem e se endividarem para pagar as apostas milionários que tinham a certeza de que ganhariam. Me mantendo em silêncio enquanto ouvia as inúmeras instruções para aqueles que estariam fazendo algo mais severo,pego meu celular em meu bolso e desbloqueio aquela tela podendo ver uma mensagem desconhecida. “ Cuidado! Esse cara não é quem você pensa e tudo que dizer merece o direito a dúvida” Apesar de não confiar em mais ninguém,sabia que aquelas palavras eram verídicas e que confirmavam o que suspeito desde que percebi seu nervosismo ao termos invadido a casa de Ricardo e abordado todos que se arrependeriam do abandono. Luke estava incomodado,o que me fez deduzir que havia muito mais do que tinha ouvido de sua boca. Ele estava me escondendo algo importante e valioso. Apagando a mensagem de texto,entro em um site de pesquisa e procuro por resultados de meu julgamento a anos atrás,porém não obtive nenhuma informação,pois não existia nada relacionado a esse assunto,o que de certa forma é estranho, pois os repórteres e fotógrafos não saíram do lado de fora daquela fórum. — Aguarde do lado de fora, Malia! — com seu olhar sobre mim,Luke pediu de forma grosseira. Me levantando sem exitar,me retiro daquela sala o deixando com seus “ funcionários” que provavelmente,saberiam de algo que Luke esteja escondendo. Com as chaves de meu carro em mãos,sigo pelo corredor daquela mansão escondida em meio a uma floresta fora da cidade, descendo aquelas escadas, encontro outros homens vestindo ternos pretos enquanto possuíam armas prontas para serem usadas caso houvesse um intruso nesse lado da floresta,pois assim como Luke possuía essa casa para suas reuniões, há alguns quilômetros de distância, há um outro grupo,porém com trabalhos diferentes dos nosso,pois ambos trabalham como assassinos de aluguel e não perderiam nada em invadir esse lugar para matar o bastardo que comanda tudo isso, já que Luke é um dos alvos mais procurados por aquela equipe. Saindo pela porta da frente e descendo os degraus daquela escada,entro em meu carro que se encontrava estacionado a frente. Desde que saí daquele inferno, não fiz nada além de ir atrás das primeiras pessoas que sentiram o meu ódio, sequer visitei os lugares no qual serviam como minha distração. Atravessando os portões de entrada daquele Jardim pertencente a mansão,sigo pela direita com o intuito de voltar para a minha casa,pois precisaria resolver alguns assuntos, começando por encontrar um outro lugar para morar,poid conhecendo aquele filho da p**a,sei que no momento em que desconfiar que ando investigando demais, ele não poupará tempo em me matar ou mandar alguém fazer isso. Assim como eu,Luke não perdoa traição ou conspiração contra si e sua facção. Cerca de meia hora,abro os portões da entrada que encobria a vista da minha casa. Estacionando em frente as escadas,saio de meu carro acionando o alarme enquanto me permitia observar o jardim enorme em frente,um lugar que jamais tive o prazer de conhecer,pois eram poucas as vezes que estava nesse lado de fora da cidade. Apesar de ter tentado sair dessa vida, nunca consegui de fato,pois querendo ou não, havia alguém que estivesse me vigiando, cuidando de meus passos e prestes a me chantagear para retornar para algo que julgava ser minha pior escolha. Mas diante a tudo o que aconteceu,minha pior escolha foi abaixar a guarda e destruir a barreira entre meu coração e o raciocínio lógico de uma máquina programada para ferir. Em um suspiro pesado e profundo, ignoro aquela vista e adentro a minha casa podendo encontrar tudo da mesma forma que deixei e encontrei a uma semana atrás,pois apesar de estar morando aqui,a única coisa que usei, havia sido meu quarto, escritório e cozinha. — Senhorita,deseja comer algo? Olhando para a mulher de quarenta e seis anos à minha frente,n**o em um breve aceno deixando minhas chaves sobre a mesinha de canto ao lado da porta de entrada. Apesar de minha empregada não ter nada com meus problemas passados,quero distância de alguém que possa me conhecer e que possa ser alguém que destruíram minha vida,pois acreditei na bondade daquela que cuidou de mim desde criança, acreditei que Dulce poderia ser alguém que me amaria e cuidaria de mim,mas estava enganada. Seguindo para meu escritório ignorando a presença de Sandra, tiro minha jaqueta permanecendo com uma blusa justa em meu corpo e de mangas longas,as armas em minha cintura se tornaram visíveis,assim como as facas presas em um cinto na minha coxa. Ambas deveriam ficar visíveis,pois assim saberiam a pessoa que sou. Encontrando meu escritório completamente organizado,deixo minha jaqueta sobre uma das poltronas em frente a minha mesa e me sento do lado oposto. Ligando o computador a minha frente,deixo meu celular sobre aquela mesa. Precisava encontrar algo que pudesse me levar ao ponto fundamental para descobrir o que Luke estava escondendo de mim,algo que me fizesse montar esse quebra cabeça. Quando queria,o filho da mãe era esperto, mas seria questão de tempo para que o tivesse em minhas mãos,para saber qual forma deveria o matar. Abrindo um site de pesquisa, encontrei algumas notícias relacionadas a minha querida mamãe e o corno do meu padrasto,e algumas pertencentes ao respeitado Erick Miler, tenente no qual fez a diferença no cargo militar,mais que para mim, não passava de um traidor. Mas ao observar uma foto sua na qual foi feita por, certamente,um fotógrafo, sinto o sentimento de suspeita se manifestar em meu corpo. Seus olhos estavam em um tom avermelhado e suas mãos pareciam secar uma lágrima em seu rosto,seu corpo estava frágil e demonstrava tensão,como se tivesse passando por algo doloroso. Mais em meio a observação,uma única coisa chamou minha atenção,uma única coisa conseguiu me fazer sentir um incômodo, fraco,mas senti: seus olhos.
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