Capítulo nove: A primeira tentação de Richard.

1564 Words
Voltei a mansão algumas vezes, em todas elas ficava circulando pela casa, me familiarizando com cada canto, conhecendo os cômodos que não estavam a vista de todos, na cidade, depois de subornar à bibliotecária consegui a planta da casa, e como em todas as construções antigas, a mansão de Fodshan, tinha vários cômodos secretos. Evidentemente as minhas idas à aquela casa não se restringiram somente a minha familiarização com a casa, eu tentei manter-me longe do quarto dela, não queria colocá-la no meio do conflito entre eu e o meu irmão, mas era como se de alguma forma ela estivesse chamando por mim, e hoje não foi diferente de todas as vezes que vim e a observei dormindo. As vezes, parecia terrivelmente assustada, aflita, chegou a chorar no meio do sono e eu não sabendo o que fazer, comecei a me aproximar dela, falava pra ela que estava bem, afagava a sua cabeça, os cabelos curtos eram encaracolados, haviam momentos que pareciam tomar uma tonalidade como a cor de mel ou talvez um pouco mais clara... não sei. Não sabia dessas coisas, nem nunca antes tive comportamentos de alguém perturbado que ficava observando por várias noites uma desconhecida. E o mais incrível era que eu já não a considerava uma estranha, ela parecia prisioneira naquele lugar, como se não tivesse mais nada nem ninguém no mundo, era triste. Não gostava de sentir o quão sozinha ela estava, mas aquilo era só até eu me lembrar em como mulheres que se parecem frágeis podiam ser manipuladoras e traiçoeiras. Precisamente hoje o clima tinha mudado, estávamos a entrar para o outono mas fazia um calor tão insuportável que sequer trazia comigo o meu sobretudo costumeiro, havia saído mais cedo da cabana, e por conseguinte, também cheguei mas cedo, apesar de todas as luzes estarem desligadas, ela ainda não estava no seu quarto, entrei em desespero quando a vi sair do quarto de Maddie, consegui decorar o nome da menina pois era o nome que ela mais falava enquanto dormia. Acompanhei a sua rotina de longe até ela se deitar. Nessa noite ela não colocou a camisola enfadonha de freiras que normalmente usava pra dormir. Eu me encontrava entre o guarda roupas e a porta do banheiro, ela tirou o robe e rapidamente colocou-se dentro dos lençóis, não pude ver grande coisa, não que me interessasse, apenas ela estava quebrando a rotina que normalmente eu estava acostumado a presenciar. De volta aos papéis no escritório, há alguns dias atrás, encontrei duas moradas que nelas haviam alguns rabiscos feitos a lápis, no início parecia indecifrável, mandei para o Isaac em Londres, e dois dias depois ele mandou as moradas com os rabiscos decifrados, eram correspondências entre Thomas e Amanda. Tinha esperanças de voltar a encontrar algo relacionado aos dois, Isaac foi às duas moradas e não havia pistas sobre Amanda. Não conseguia encontrar nada, parecia ter o foco em outro lado qualquer, ou em alguém específico... uma mulher, n***a, sem graça, desinteressante, não possuía os cabelos cacheados que eu já vira em garotas negras e achava lindíssimos, ela sequer tinha cabelos! Resumindo, não tinha nada que chamasse a minha atenção. Mas ainda assim, voltei para o seu quarto, ela estava descoberta, sem os lençóis e sem roupas, tinha vestido um sutiã branco surrado e gasto, que parecia não conseguir conter os dois montes fartos que eram os seus p****s, tanto que um dos b***s escuro, parecendo uma ameixa n***a estava saltando pra fora, a calcinha da mesma cor, era minúscula, o meu corpo endureceu. Aquela visão da perfeição, me fez retirar aquilo que havia pensado antes, ela era tudo menos sem graça. — Há quanto tempo não estás com uma mulher Edward? Sem me importar com nada, me aproximei dela, o corpo n***o era iluminado pela luz da lua, estava deitada virada com o tronco pra cima, a boca entreaberta, a perna direita ligeiramente curvada, a barriga chapada se movimentando para cima e pra baixo... Droga ela é linda! — meu subconsciente afirma. Não presto atenção, pois a única coisa que eu quero, é sentir de perto o cheiro a Jasmim que ela sempre exalava. Como um viciado em drogas pesadas, que faria qualquer coisa para usar a sua dose, inclinei-me sobre o seu corpo me apoiando com as mãos no colchão, com o nariz fui inspirando o seu pescoço. Era tão gostoso o seu cheiro... ela abre ligeiramente os olhos, manhosa, resmunga algo como "É você?" A minha respiração se torna mais pesada, quase que tenho o corpo todo em cima dela, devido ao calor que fazia, no escritório tinha desabotoado alguns botões da camisa, e arregaçado as mangas, ela leva uma das mãos tocando no meu peito, a descarga elétrica foi tanta que gememos os dois em uníssono. — É você? — volta a perguntar, agora um pouco mais desperta. — Quem sou eu? — eu pergunto. — Você veio me buscar? — sorri docemente. — E onde eu te levaria? — No céu... você não é um anjo? — questiona atordoada. — Os anjos tocam as suas protegidas dessa forma? — a minha mão vai até o mamilo que lutava para saltar pra fora do sutiã, com o polegar e o indicador puxo levemente, ela ofega. — Hummmm... — era tão doce. Continuo esfregando ela se contorce soltando um gemido quase inaudível. Se se erguesse um pouquinho, eu tomaria os seus lábios. Achei que fosse receber uma reprimenda dela, mas a mesma parecia lutar em se manter acordada, ou sucumbir aquela sensação que eu estava lhe proporcionando. Paro ao sentir meu m****o rijo doer com os gemidos que saiam dos seus lábios, o t***o que sentia era inexplicável. Era meu; Era dela; Era nosso... — Não vá... — choraminga. Estava ficando desleixado, ainda não era o momento deles perceberem que eu tenho estado aqui, se ela contar pra alguém o meu irmão irá até St. Mary e descobrirá sobre a minha fuga. Levanto-me, ela com o movimento da cama acaba despertando por completo, se cobre rapidamente com o lençol, antes que ela voltasse a perguntar quem era, ou decorar as minhas feições eu escondi-me no mesmo lugar de sempre, entre o guarda roupas e a porta do banheiro que eram os lados mais escuros. Me peguei rindo da confusão dos seus sentimentos e no seu olhar, parecia estar duvidando do que os olhos viram e o que o seu corpo sentira. Eu sentia o que ela estava sentindo, por isso fiquei duro, tinha certeza que ela estava molhada. — Meu Santo Antônio, quem é aquele homem? Eu estou ficando louca. — murmura e volta a se deitar. Antes de sair, esperei que ela voltasse a adormecer, ela não ouviria mas ainda murmurei— Se afaste de mim, do contrário irei quebrá-la de todas as formas possíveis. (…) Fodshan (Cheshire), 03 de Julho de 1978 Maddie é hiperativa, nem mesmo com os horários devidamente distribuídos nós a conseguíamos conter, há determinadas alturas em que ela parece quieta e pensando, quase como uma adulta, nessas alturas ela preocupa-nos, a mim muito mais que a Ella, prefiro vê-la fazendo as brincadeiras de uma criança normal, do que pensativa como se carregasse nos ombros todos os problemas do mundo. Não sabia mais o que incorporar nas suas tarefas para que ela não se sentisse tão entediada. Estávamos nessa luta há vários dias, a sua mãe que agora me pareceu ser mais irresponsável do que eu me lembrava, não havia deixado orientações no caso deles não voltarem depois do tempo estabelecido. Quer dizer, eu terei de burlar as regras para fazer Maddie feliz, e ela estava insistindo que queria ir à vila. — senti calafrios. Voltar a Vila implicava ter de enfrentar todas aquelas pessoas, e eu era Persona non grata em Fodshan, o que faz de mim um ser humano completamente indefeso naquele lugar. Não sabia o que fazer com Maddie, mas também me sentia um pouco revoltada. Nunca conseguirei me acostumar a implicância que a maioria das pessoas tem com a minha cor, eu era quem era, e sim, se pudesse, teria arrancado a cor da minha pele apenas pra ser igual a todo mundo, mas não posso porque apesar de todos me odiarem, eu gosto de cada detalhe meu que é diferente em comparação a eles, é isso que me distingue de todo o resto do mundo. Não fazem ideia do que se é crescer num lugar sem referências de um adulto com a sua cor, com o seu cabelo, as suas feições... não imaginam como foi difícil viver ouvindo de todo mundo o quão feia você é, sem ninguém para deixar claro que você é especial, que as suas diferenças são o que tornam você especial... — Solto o ar dos pulmões, não havia percebido que o estava a prender. Me sento com o livro de contos na mão, — Porque as pessoas não são como as das histórias? — bufo aborrecida. Estava tudo contra a possibilidade de voltar a Vila, não podia falhar com a minha palavra a Ella, garanti que não voltaria a sair da propriedade sem a sua autorização. Precisava explicar a Maddie. Ao menos a energia da casa andava bastante leve, já que não se ouviam os xingamentos de Thomas por todo lado, nem as suas brigas com Carolinne, podíamos tentar organizar uma festa nos estábulos ou um piquenique no lago talvez.
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