Capítulo treze: O segundo resgate.

1636 Words
— Quem é você? — pergunta calma. — Você não quer saber quem eu sou. — ultimamente tenho sentido um turbilhão de emoções vindas dela, ela não precisa dizer nada, eu apenas sinto. — E eu ainda tenho de lidar com as minhas próprias emoções. — murmuro sem perceber que ela ouvia. Tudo isso andava a deixar-me irritado. A sensação de angústia aumentava nela, mas ela tenta disfarçar com um sorriso modesto. — Tem estado a seguir-me. É justo que eu pergunte por alguém que vive me assombrando todas as noites. — apesar de estarmos conectados, haviam vezes como essa, que eu simplesmente não sabia o que ia no seu íntimo, havia um ímpeto, uma audácia nas suas palavras... — Devia estar grata. Todas as vezes que o fiz, acabei salvando a sua vida. Como hoje... —As pupilas dilatadas continuava a fitar-me fixamente como se esperasse por uma hesitação minha. No canto da boca havia rastro de sangue. — Estaria fazendo um favor a todos se simplesmente morresse. — sussurra. — Porquê não é como o resto do mundo que me odeia mortalmente? Devia ter me deixado morrer na primeira vez. — sussurra com a voz embargada. Aquelas palavras tão profundas e sofridas, fizeram uma parte que eu sequer sabia existir em mim se quebrar, obrigado-me a fazer uma promessa que estava além das minhas capacidades. — Irei destruí-los, um por um... — falo baixinho no seu ouvido. Sinto ela tremer. — Quem. Machucou. Você? — sibilei raivosamente. — Ele... tentou tocar em mim... eu não... eu não... deixei... mas depois... ele forçou a sua boca... na minha. Eu-Eu... — Não gosto de estar ligado a ela, é bom quando ela está feliz, mas isso... isso é demais pra mim, estou sufocando com os seus medos, as suas dores e angústia. Os sentimentos deviam ser compartilhados, invés de cinquenta por cento, dela eu sinto a cem por cento, é insuportável. — Ele não voltará a tocar em você. — falo entre dentes. — O único toque que deve sentir é o meu. — Sussurro no seu ouvido, fazendo ela esquecer os momentos angustiantes e se concentrar no meu rosto. Puxei a toca de ski que usava até o nariz, antes de tomar os seus lábios com os meus lancei um meio sorriso. Ela tinha algumas lágrimas escorrendo por suas faces que limpei devagar. O beijo começou tímido, ela parecia não saber muito bem o que estava fazendo, aquilo que era apenas para a fazer sentir-se melhor acabou por transformar em algo mais urgente, a minha língua abriu espaço na sua penetrando a caverna quente. Arfei apertando bem mais forte a sua cintura. p**a que pariu! Era demasiado cheirosa. Não falava do cheiro à jasmim, e sim do seu cheiro de mulher, era delicioso. Ela gemia baixinho tentando controlar os impulsos do seu corpo, a sua mão trêmula toca o meu peito, descendo com timidez até a barra das minhas calças, o seu gesto fez o meu corpo ganhar consciência de que tinha uma mulher em meus braços, a primeira depois de quase dez anos. O meu m****o inchado lutava para saltar pra fora das calças. Senti ódio do oxigênio por me fazer abandonar a sua boca. — Merda! — vocifero. Nia tem a boca entreaberta e o corpo todo vibrando, gostava muito de como ela respondia ao meu toque. Não percebia porque ela corria no meio da noite com um vestido minúsculo ensanguentado, descalça, sem nada a cobrindo. Conseguia ver o interior das coxas e a calcinha que usava, uma das alças descaiu no momento em que nos entregamos ao beijo. — Eu... Você... Eu... — murmura confusa, se levanta bruscamente dos meus braços, tenta descer o vestido que inicialmente o seu tamanho não pareceu lhe incomodar. Abraça o próprio corpo. Me levanto, o meu corpo faz sombra no seu, ela se sente intimidada, Nia é alta, mas eu sou maior que ela, volta a se encolher. — O que a fez correr no meio do nada em trajes de dormir? — algo me dizia que tinha haver com a pessoa que tentou agarra-la a força. — Porquê me beijou? — pergunta curiosa. — Alguém naquela casa tentou fazer-te m*l? — fechou os olhos com força, os braços esticados com os punhos cerrados, parecia uma criança prestes a fazer uma birra. — Porquê continua ignorando as minhas perguntas? — explode. — Porquê é importante que eu as responda?? — pergunto. Me sinto tão impotente perto dela, é como se tivesse derrubado todas as minhas barreiras emocionais. — Porque eu tenho medo de ti! — exclama. — Eu tenho muito medo das coisas que me faz sentir. — mesmo tendo noção do que ela sentia, ouvir dela era estranho... Eu sei Nia, eu sei de tudo o que você sente. Acredita, a recíproca é verdadeira. — quis responder, mas invés disso, baixei a máscara de ski. Me voltei para ir embora. — Por favor não vá, eu preciso de respostas ou vou dar em doida! Alguns minutos atrás, eu quase fui abusada e a única coisa que eu queria era ir pra bem longe ou morrer... Eu não devia aceitar que outro homem voltasse a tocar em mim, não tão cedo. Mas você... você toca em mim e eu esqueço o resto do mundo. — vou matá-lo. Só preciso que ela diga o nome. — Quem foi? — pergunto ainda de costas. — O motorista da casa, mas isso já não é importante! Eu preciso saber... — me voltei rápido e peguei ela pelos braços. — Você só precisa saber que ele nunca mais fará m*l a si... — começo a andar. — Ou a qualquer outra mulher... — Não sei como voltar pra casa... — fala voltando a se proteger. Tirei o meu casaco voltei pra onde ela estava e vesti o casaco nela, aquilo foi tão inesperado tanto pra mim quanto pra ela. — Anda. Vou levar-te pra casa. — começamos a andar, eu segurando nela, estava abalada de tal maneira que eu acho que se a soltasse ela cairia. — Ele deve estar esperando por mim. — retesa. — Tens a minha palavra. Ninguém, nunca mais a machucará! — ela franze o sobrolho incrédula. — Como você pode... — Tu fazes demasiadas perguntas! — Suspiro. — Mas eu... — Pare! — começava a deixar-me impaciente com tanto interrogatório. Sabia que precisava de respostas, mas no momento eu não as podia dar. — Se continuar me questionando, irei deixá-la no meio do nada. Parecendo que não, correu alguns quilômetros, e me fez correr junto. — falo aborrecido. Ela não era o motivo, e sim o que estava sentindo por ela. Acabava de perceber que nossa aproximação podia ser algo vantajoso pra nós dois. (…) Nihara Malika Ele estava tão próximo, a cada passo dado parecia que eu esqueceria de como era respirar, o meu peito se inundou de várias emoções. O seu perfume batia em cheio nas minhas narinas, os braços envoltos em mim, era como um bálsamo pra tudo que eu estava sentindo. E que beijo foi aquele meu Santo Antônio?! — O que pensar, ou como agir com esse homem? — Devia tentar não sentir tanto. — murmura por cima da minha cabeça, o que dizer daquela voz? O timbre rouco é tão relaxante como dominador. Não sabia como descrever o quão o seu surgimento foi importante pra mim naquela hora exata. Gradativamente fui me acalmando e familiarizando com a sua presença que parecia fazer todo sentindo na minha vida naquele momento. — Assim está melhor. — murmura. O silêncio se fez morar nos vinte minutos seguintes, sempre que eu tentava falar ou fazer alguma pergunta a ele, era como se soubesse exatamente o que eu fosse fazer, antecipando as minhas falas, ele criou uma barreira quase impenetrável. Havia dureza no olhar, o peito dele subia e descia como se odiasse todos em sua volta. Antes de se colocar em coluna ereta e fixar as íris azuis para o horizonte soltou o ar dos pulmões e eu vi seus olhos suavizarem. Chegamos na mansão, os portões permaneciam abertos tal como havia deixado. Não existia índice de criminalidade em Fodshan, havia uma segurança e confiança aos habitantes de tal maneira que a existência de seguranças nas propriedades a redores era nula, tanto que o único que ficava controlando a mansão era justamente Jasper, vez ou outra o carro da polícia passava, mas nunca se ouviu falar em assaltos ou coisas do gênero. — Muito obrigada. — falo com a cabeça baixada. Tinha visto o meu casaco nas escadas do alpendre, eu fico doente em lembrar do abuso que teria sofrido... vergonha do que podia ter acontecido se não tivesse fugindo. Odiava Jasper por aquilo, queria que ele pagasse. — Olhe para mim. — ele pede com suavidade. Balanço a cabeça negativamente. — Olhe para mim, Nia. — as suas mãos nos meus ombros me mantêm no lugar, minhas pernas voltam a fraquejar, o medo que tenho dele chega a ser ridículo. Nem a minha curiosidade de merda, faria eu erguer a cabeça. Como ele sabia o meu nome? — Nada do que ocorreu aqui foi culpa sua. Ninguém tem o direito de fazê-la sua à força... nem mesmo eu! — estou completamente surpreendida, porque não imaginava que ele pudesse demostrar algum tipo de empatia por mim. Olhei pra ele confusa, dando graças a Deus por estar em frente a casa e talvez eu não seja a única a vê-lo em minha frente, talvez se Ella... — Você se importaria de esperar um pouco? — pergunto esperançosa. — Mais ninguém pode ver-me. Volte pra casa e se tranque no seu quarto, não saia de lá nem mesmo que o mundo estiver acabando! — estremeci de medo, engoli seco e corri de volta pra casa.
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