Capítulo vinte e nove: Acumulação de sentimentos.

1804 Words
— Eu não sabia... — não era para estar jogando toda a verdade assim para os seus ombros. Levantei-me, com ajuda dos analgésicos tinha voltado a sentir-me razoavelmente bem, também tinha comido nos intervalos da nossa conversa. Olhei para janela, haviam dois guardas no jardim botânico que costumava ser da minha mãe, tinham os olhos postos na garota loira que estava demasiado bem vestida para uma empregada. A mulher tinha olhos afiados é um sorriso desdenhoso. — É a Nora. Todo mundo diz que eu virei a p**a do patrão, mas é com ela que ele tem se deitado. — Desculpa. — ela deu de ombros como se não fosse nada de mais. Entretanto eu sentia que aquilo a machucava, não podia tornar-me em mais um que a julga erradamente. — Tudo bem. Além do mais, ela faz mais o tipo do seu irmão... — fiquei em silêncio após aquele pronunciamento. O que será que quis dizer com aquilo? Que não era suficientemente boa para que Thomas a notasse? Sua depreciação é feita inconscientemente, mas acaba refletindo nas outras pessoas, em mim particularmente. — Nada que nos é dado gratuitamente é valorizado. Tenha isso sempre em mente! — Mas eles seguem me atirando indiretas. — Que não devias dar importância. Algumas pessoas, enxergam apenas maldade e a incompetência nas outras porque estão apenas vendo o seu próprio reflexo. O melhor que tens a fazer é o que já tens feito... ignore-os. — Ok. — diz tímida. Algo que não combinava em nada com ela, pois tinha sempre uma resposta afiada sobre tudo. — Todos na vida, em algum momento tem de ceder. — diz como se soubesse que eu estava pensando. — E você está certo. — Ótimo! Sobre eu estar ligado a si, não é culpa sua. Não é culpa de ninguém Nihara. Mas agora que sabe da verdade você precisa ter cuidado. O meu irmão não é alguém que você queira ter como inimigo. — Eu sei, e você precisa parar de tratar-me como se eu fosse quebrar a qualquer momento! — diz torcendo o rosto. — Preciso tratar. — falo diminuindo a distância entre nós. — Thomas é maquiavélico e inteligente. A combinação dessas duas características o tornam numa pessoa extremamente perigosa, eu tive de admitir isso da pior forma. Ele deixou-me acreditar que eu detinha o poder de tudo, da herança da família, do Ducado e até da vida dele e quando menos esperava, tomou tudo de mim transformando-me no perfeito bode expiatório. — É estranho odiar o seu irmão agora, não só pela Carol, mas por você também. Ainda olhávamos pela janela, o entardecer de Raven Ayes sempre foi dos mais incríveis que já vira, o vento soprava. Além dos portões, haviam crianças correndo, o céu começava a tomar a tonalidade laranja, as nuvens se misturavam no céu multicolor. Tínhamos passado o dia conversando e agora o sol se punha, e nós dois ali naquela janela parados, absorvendo algo que nem eu, nem ela compreendíamos muito bem, engoli seco e me voltei, meus olhos finalmente voltam a encontrar os seus, são suáveis e precisos, ela franze o cenho em poucos segundos e logo a seguir um sorriso se enviesa, aquilo de certa forma acalmou o agito das minhas emoções. Nia não é tímida, mas sempre que estamos juntos, ela parece um tanto perdida e em ocasiões como essa, procura sempre desviar suas emoções procurando se preocupar com coisas insignificantes como ... Eu? — Está preocupada comigo. — ela desvia seus olhos. — Não vai acontecer nada comigo, não dessa vez! — Você mesmo disse que ele é muito inteligente. — Não podemos estar, um preocupado com outro ao mesmo tempo por conta dos nossos sentimentos! — o que eu estava fazendo, admitindo ter sentimentos por ela? Nia se aproxima, seu gesto é rápido mas não passa despercebido por mim, toca suavemente a minha testa medindo a temperatura, algo que devia ser fugaz mas ela acaba se demorando quando sua atenção é voltada para os meus lábios. — Pensei que não fosses mais capaz de importar com mais ninguém se não você próprio... ? — Diz eu sinto novamente aquela aroma à jasmim que só ela possuía e inebria meus sentidos. — A febre baixou. Seus ombros desnudos ficam em pele de galinha quando ela percebe meu olhar direcionado no seu decote. Segundo ela, o dia tinha amanhecido quente, confirmei a veracidade de suas palavras quando ela saiu do banheiro vestida numas calças justas de ganga azul, blusa branca de alças finas e sapatilhas azuis. Limpa a garganta esperando por minha resposta. — E não sou! — dou um passo em sua direção e ela estremece. As nossas diferenças eram gritantes. Nia é medrosa, sempre se assusta quando a toco, ela tem a melanina bem acentuada mas não deixo de notar o quão corada está. Pego em suas mãos, não eram delicadas, as unhas estavam aparadas e os dedos eram calosos. Ao reparar que eu olhava atentamente para elas tentou se desfazer das minhas mãos. — Fica quieta! — ordeno e ela quase nem respira, o seu peito sobe e desce lentamente em evidente pavor. Seus m*****s estão marcados na blusa e não contenho minha curiosidade, minhas mãos percorreram a lateral do seu corpo até ao alto da cintura, tocando suavemente na curvatura do seio, afastei as alças da sua blusa fazendo o bico escuro enrijecer. Adorava o contraste que nossas peles faziam. Toquei-o suavemente, senti o seu corpo tensionar ao mesmo tempo que ouvia um gemido angustiado de prazer, a cada ofego seu, o som leve vindo dos seus lábios excitava-me, senti meu m****o inchar ganhando volume. Observo-a com a mesma curiosidade. Nunca seria capaz de imaginar-me em uma situação como essa, nem mesmo com Amanda sentia essa vontade animal de fode-la. Eu precisava estar dentro de Nihara, e não se tratava somente de uma necessidade física, ou biológica... Eu queria estar dentro dela, queria ver suas feições mudarem a cada estocada minha, queria ouvi-la gemer, gritar pelo meu nome extasiada de prazer... Queria tudo que ela pudesse me dar. Aproveito aquele momento para levá-la até a cama e a faço sentar em cima de mim. Quando senti seu rosto afundar na curvatura do meu pescoço, não esperava por suas súplica em palavras efetivamente ditas. — Por favor Edward... — evidentemente Nihara me excitava. Mas fazia tempo que não me relacionava com ninguém, dois meses para ser exato, em nenhuma parte dos meus planos cogitei essa possibilidade entre nós dois, entretanto, agora não fazia questão de pensar em mais nada que não fosse nós dois nesse exato momento. Ela estava mostrando ao predador que presa atacar. (…) Fodshan, (Cheshire) Setembro 1978 Nihara… Nunca pensei que sentiria tanto prazer ao ponto de quase perder meus sentidos. Seus dedos em meus m*****s, repetiam o mesmo movimento circular uma e outra vez, e quando aquilo lhe pareceu pouco, Edward arrastou-me até a cama me fazendo sentar em cima dele. Meus olhos o seguiram em cada movimento estratégico, a forma indecente que fez-me sentar em seu colo, as suas mãos em cada lado dos meus braços fazendo minha blusa sair pela cabeça e quando senti sua língua molhar meu mamilo respirei fundo, — Jesus! — o que tinha em sua boca, que cada vez que tocava em meu corpo me deixava trêmula de desejo? Os dentes e a língua aprisionaram meu brotinho, quase gritei ao senti-lo sugar o bico rígido, mas lembrei de que não era suposto ninguém em Raven Ayes descobrir que ele estava solto, abafei o meu grito mordendo em seu ombro com mais força do que pretendia, meu gesto parece ter surtido um efeito quase contrário nele, pois Edward soltou um som animalesco me apertando em seus braços. Seria muita falta de coerência minha, negar tudo que ele despertava em mim. Ele sempre fazia-me desejá-lo mais do que tudo, mas a culpa era sua. Porquê tocava-me daquele jeito se não tinha intenção de satisfazer meu desejo? Pelo menos, não da forma como eu queria ou esperava. Estava ofegando, pronunciando coisas desconexas e ele seguia me castigando. Aquilo nem era bom, quando o excesso se torna vício, o ambiente já se torna nocivo. Era a quarta vez que ele castigava meu corpo o fazendo doer de t***o. — Edward por favor... — fechei meus olhos em torpor. — Por favor o quê Nia? Seja mais específica. — Deus! O que eu estou fazendo? Eu cresci praticamente num convento, mesmo não levando muito a sério os ensinamentos da igreja, sabia que o que ele estava fazendo era errado. Não havia lugar para vergonha mas foi inevitável não sentir... — Olhe para mim. Ele mantinha o rosto inexpressivo na maior parte do tempo, mas agora... estava estranho, não ria mas sei que algures no seu semblante tinha um sorriso quase... vitorioso. — Desculpa. — falo. — Porquê? — Por ser tão oferecida. — Eu é quem devia estar me desculpando. — ele diz e eu volto a desviar os meus olhos. — Olhe para mim Nia. — olho, mas sou novamente distraída por aquela boca rosada entreaberta. — Não seja tão dura consigo. O que você quer fazer agora? O que quer que eu faça... — o que dizer? Eu tinha muitas expectativas e a realidade esmagou-as aos poucos. — Eu estou sem blusa... você tem as mãos nos meus peitos... antes disso... você estava... Virgem Santíssima... você mamou os meus peitos... Isso é tão errado... — gaguejo voltando a sentir seus polegares friccionando meus brotinhos. — Isso é errado? Não gostas da forma como as minhas mãos adoram os teus s***s? — pergunta fazendo círculos, eu me esqueço de como é respirar. — Nia, respire... Queres que eu pare? — Na-Não... — O que você quer deliciosa? — Não havia pudor nos seus movimentos, nem mesmo na sua boca quando tomou o lóbulo da minha orelha, e foi descendo até os seus lábios beijarem a minha boca com voracidade, nossas línguas entrelaçadas duelando. Misericórdia Senhor! Aquilo era impróprio! Seu beijo era incrível, me fazia sentir borboletas no estômago se revirando, o seu toque no meu corpo fez-me sentir mais viva. Fiquei frustrada quando ele abandonou os meus lábios. — Sabes qual é o grande problema da hesitação? — neguei com a cabeça. — É o tempo que a gente perde. Quanto mais você hesitar, mais tempo irá perder. E como uma bola de neve, irá acumular desejos, ansiedade, medo... uma série de sentimentos conflitantes o que irá lhe dificultar na sua tomada de decisão. — disse. Fugir nunca foi opção para mim, sempre enfrentei tudo de frente. E claro ele acabou de dizer algo que eu já pensara, antes mesmo dele indagar-me sobre o que eu queria. Pois eu queria tudo. Eu quero o Edward, nem que seja por uma única vez...

Read on the App

Download by scanning the QR code to get countless free stories and daily updated books

Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD