PARTE NOVE - CAPÍTULO 35

565 Words
PARTE NOVE EM CHAMAS Tribo Aeris **** 35 O rosto de Natan estava quente. Ele inferiu grande força para se desvencilhar dos braços de sua mãe, Anna Patrício, contudo a elfa Aeris era mais forte do que aparentava. Enquanto se encontrava entrelaçado pelos braços de sua mãe, o jovem príncipe era torturado com imagens de seu pai –aparentemente – morto no chão. Em seus ouvidos ainda ecoava a gargalhada fria de Eve, seu tio. Como um elfo pode ser tão c***l? Como ele pôde mandar m***r o próprio irmão, por pura ganância. O assassinato é o mais terrível dos pecados, quando matamos alguém estamos matando a nós mesmo. E tudo o que o jovem príncipe queria naquele momento era tirar a vida do elfo que levou seu pai para sempre. Apesar de todas as diferenças entre pai e filho. Natan sentia um amor único pelo elfo que o criara. Que trouxera a vida. Ele era seu pai! Seu amigo, orientador. Tudo o que Neven queria era que seu filho fosse grande, como ele fora. Mas agora tudo estava incerto. Sua única certeza é de que ele queria se vingar. E ele iria. –– Natan, por favor. Não podemos voltar para lá –– suplicava Anna. Sua respiração estava acelerada. A qualquer momento ela daria-se por vencida. Seu braço já estava ardendo pela força que fazia para manter o filho parado no mesmo lugar. Mas ele estava irredutível, estava repleto de ódio. Ele só pensava em pegar uma flecha e acertar o coração de seu tio. –– Meu filho, não me faça voltar lá. Iremos morrer. Por favor, querido. –– Anna continuava a pedir a ele. Então Natan parou. E rapidamente virou-se para sua mãe. –– Como você pode ser tão fria. Eles mataram papai –– disse ele fazendo Anna soltar seus braços na mesma hora. Lágrimas quentes invadiram todo seu rosto. –– Não se atreva. Eu amo seu pai acima de tudo. Mas eu sou sensata. Não podemos retornar. Temos de fugir e nos esconder até Leiziel ou outro elfo vier nos buscar, agora precisamos nos proteger –– as lágrimas começaram a molhar seus lábios carnudos. Era visível a força que sua mãe fazia para não desmoronar ali mesmo e continuar forte.  –– Não sente pela morte do papai... Anna interrompeu o jovem elfo antes que ele continuasse a falar. Dizendo: –– É claro que sinto. –– ela chegou ainda mais perto dele, por sua vez ele pode sentir a respiração quente dela. –– Eu o amo. Mas também te amo e tenho o dever de te manter em segurança. Você é meu filho, herdeiro de todo o reino. Eve com certeza virá atrás de você e se voltarmos até lá, seremos alvos fáceis. Faremos um favor a ele. Se regressarmos, ele te matará e eu não aguentarei perder meu esposo e meu único filho, no mesmo dia. –– ela não percebeu, mas enquanto falava entre um soluço e outro, sua entonação só aumentava e quando terminou de falar as últimas palavras já estava gritando. Natan se condescendeu por sua mãe. E logo foi abraçá-la. Foi aí que ela desabou e chorou compulsivamente. Chegando a molhar as vestes verdes do filho. Ele sentiu o tremor que tomava conta do corpo de sua mãe, o crescimento constante de desespero. Então tudo ficou quieto.
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