CAPÍTULO 12

865 Words
12 A espada dourada estava exatamente no mesmo local. Guardada em uma redoma de vidro. Porém ela não estava brilhando como vira há muito tempo. Na verdade, aquela vez fora o único dia que ela vira a espada brilhando daquele jeito. Todas as vezes que ela entrava na oficina de seu pai, ela se lembrava do brilho singular desta espada única. Que está esperando a chegada do próximo rei Ignis a governar toda a Elf Regnum. –– Aqui está ela –– disse seu pai trazendo Sassas de volta para a realidade. Nauan carregava uma espada linda, não tão linda quanto à espada dourada, porém perfeita e também excepcional. Ela não era reta como as outras espadas, sua lâmina prateada tinha um formato ondular. Ela era longa e quando pegou o cabo dela que cabia perfeitamente em sua mão de combate. –– Ela é linda. A melhor que o senhor já fabricou. Nauan apenas sorria para a filha. –– Felef ficará muito satisfeito com ela –– disse ela por fim, estendendo-a para devolver a seu criador. –– Não, não. Você não me entendeu, minha filha –– disse Nauan com o mesmo sorriso. –– O que não entendi pai? –– Ela estava confusa. –– Essa espada não foi feita para Felef, nem tão pouco para nenhum outro elfo. –– Então para quem ela foi feita? Para um duende? –– Sassas riu. –– Não, não. Essa espada não fora feita para nenhum duende, nem fada, nem encantado. Essa espada fora feita exclusivamente para ti. Ela pertence a você. Esse é um presente meu. Por isso a espada cabia perfeitamente em sua mão de batalha. Ela fora feita para caber nela e somente a ela. Sassas abriu um largo sorriso e foi abraçar o pai. –– Que linda cena. –– Ela ouve a voz conhecida atrás dela. Quando ela se vira ela reconhece Otto parado no batente da porta. Ele dá alguns passos à frente. –– Otto –– disse Sassas indo até o irmão dando um longo abraço.  Logo suas narinas foram invadidas por um odor irreconhecível que irritou profundamente seu nariz. Antes que ela pudesse falar qualquer coisa passos pesados ecoam no lado de fora da oficina. –– O que está fazendo aqui tão tarde? –– perguntou Nauan. –– Estou em missão pai. E acredito que você já deva imaginar. –– Tenho uma ideia. Sassas deixou sua espada em cima da mesa e foi para o terreno externo de sua casa. Então ela teve a pior visão que poderia ter. E com um grito de horror foi segurada por trás. Contida ela não conseguia se mexer. Sassas viu um mostro de quase dois metros de altura. Sua pele era verde e segurava o que parecia um tronco de árvore. O mau cheiro vinha dele. E logo atrás vinha o príncipe renegado de Elf Regnum: Eve Patrício. –– O que você faz aqui? –– perguntou, horrorizada com a invasão. –– Melhor entrar com ela, antes que algum elfo ouça o que está acontecendo aqui. –– Tudo bem –– Sassas ouviu a voz de Otto perto de sua orelha direita, então entendeu que quem a continha, era na verdado o seu irmão. Antes dela dar mais algum passo à frente, viu aquele mostro adentrar a oficina de seu pai e ouve um barulho de metal se arrastando. Então ela, junto do irmão, entram na oficina e a única coisa que consegue ver é seu pai caído no chão. E o ogro dando golpe atrás de golpe em sua cabeça, até que sangue começa a escorrer e sujar todo o chão. Sassas perdeu a fala completamente. Ela não sabia o que fazer. Tentava se soltar bruscamente, porém Otto havia lhe prendido com grande força. Era impossível se desvencilhar de suas mãos. Lágrimas começaram a brotar em seus olhos.  Ela não podia acreditar que o elfo que mais amava em sua vida estava caído morto ali no chão e ela não podia fazer nada para impedir sua morte. Aquele monstro não parava de inferir golpe atrás de golpe.   Sassas estava desesperada. –– Basta –– proferiu Eve da forma mais fria possível. Como se aquilo que ele estivesse fazendo não significava nada. –– Eu te falei que retornaria –– disse ele virando-se para Nauan, porém ele continuou imóvel. Tudo aconteceu muito rápido. Sassas estava completamente confusa. Aquilo tudo não poderia ser real, tinha de ser um sonho r**m e nada mais. Nesse momento Sassas chorava compulsivamente e todas suas forças deixaram seu corpo. Ela se sentia impotente, sem poder fazer nada pelo pai. –– Então, agora, finalmente ela é minha. –– disse Eve se aproximando da espada dourada, tirando-a com o máximo cuidado de sua redoma de vidro. Levantando-a aos céus para poder admirar a espada que há um longuíssimo período a família de Sassas estava destinada a guardar. Então um golpe na cabeça dela a fez perder os sentidos. Tudo ficou escuro e nada se fazia presente. Sassas adormeceu profundamente, sequer imaginando a cena h******l que presenciaria quando, enfim, despertasse.
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