Yoongi o segurava firme enquanto se enfiava nele, devagar, calculando cada movimento e observando cada reação sua. Ele tocava seu rosto, enquanto os olhos baixos do idol brilhavam pelo prazer de estar tão satisfeito com a relação.
Seus corpos queimavam juntos, quando Jimin fincava as unhas pequenas nos quadris de Yoongi para ter mais dele, implorando para que continuasse, que não parasse de se mover daquele jeito nunca, mas gozaram, quando não podiam mais segurar, com as bocas unidas, num beijo desastroso, mas apaixonado.
As respirações voltavam a se regular devagar, mas eles ainda se beijavam, tocando os corpos um do outro. Os cabelos, os rostos, sendo confortados por afagos mornos, delicados e sorrisos leves de qualquer culpa.
Voltaram para a empresa depois, de banho tomado e bochechas quentes, com sorrisos e olhares iluminados que não se apagavam. Nem mesmo quando YeJun acenou de dentro do helicóptero, vendo Jimin acenar de volta, antes de ir para dentro outra vez.
Tinha sido um dia incrível, sem sombra de dúvidas. YeJun estava dormindo rodeado de bichos de pelúcia, da marca de Jimin e outros idols da mesma empresa. Ele estava satisfeito com o empenho de Jimin em agradá-lo, porém Yoongi estava muito mais, não apenas por todo o cuidado que ele teve com o filho, mas porque Jimin havia se mostrado realmente para ele.
Não na posição de um idol, não num hotel, às escondidas, mas em sua própria casa, na sua própria cama, confortável e familiar. Como ele mesmo havia dito: nunca ninguém havia dado um momento tão especial para ele.
Para alguém que tinha tantos fãs e tantos admiradores, ouvir aquilo da boca dele, enquanto sorria e brincava com os cabelos do Min, fazia Yoongi se sentir único também, à sua maneira. Mesmo em segredo, ele sabia que aquele sentimento era muito mais forte e real.
[?]
— Vi que você teve problemas com a mídia essa semana de novo — Yoongi falou ao telefone, estava sentado perto da janela enquanto conversavam.
— Sim, me desculpe. Quando isso acontece, eles me afastam das redes sociais e do telefone até que o barulho diminua. É o melhor pra minha saúde mental.
— Eu sei. Hoseok me disse que você estava descansando no quarto. Tá melhor agora?
Jimin sorriu, rolando na cama. Estava cansado, mas adorava falar com Yoongi.
— Ouvindo você, eu esqueço dos meus problemas. YeJun está acordado?
— Não. Eu o coloquei na cama um pouco antes de você ligar. Aliás, você tem ficado bastante tempo com ele quando saímos.
Jimin riu. Ele sempre ia até Daegu ou mandava buscar Yoongi e YeJun para irem até Seul. Já fazia dois meses que estavam juntos, se ele assim pudesse dizer. Não tinham dado nenhum rótulo ao que tinham porque era mais confortável. Eles se divertiam e isso que importava.
Yoongi também conversava bastante com o filho, além de não poder contar para os amigos da escola, ele tinha que entender que a qualquer momento aquela relação poderia acabar. YeJun não compreendia, já que cada vez mais o pai e Jimin estavam se aproximando.
O Min precisava falar sempre sobre como aquela relação poderia ter consequências e que, às vezes, era melhor manter tudo apenas na amizade à distância do que acabar colocando Jimin numa fria; mas não era o que ele queria.
A cada encontro, vendo como o idol se alegrava ao receber YeJun junto a ele, como os dois se entendiam bem e como se divertiam juntos, Yoongi sentia menos vontade de se afastar do idol. Eles tinham muito cuidado e Jimin fazia o necessário para manter todos bem longe das câmeras. YeJun estava amando aquilo tudo, não só por conhecer Jimin, mas por ver que o pai também se divertia mais quando estavam juntos.
Os três se davam bem e o conjunto parecia funcionar. YeJun já era conhecido pelos membros do staff de Jimin, bem como Yoongi já era um frequente convidado na casa do Park. Eles conversavam muito sobre música, mas sobre suas vidas no geral, sobre o que gostavam de fazer e do que não gostavam.
— Você está com ciúme do YeJun comigo? — Jimin perguntou num tom brincalhão.
— Deixa de ser bobo, Jimin. Ele é meu filho, uma criança, eu não teria ciúmes de você com ele.
— Oh, eu estava falando de você ver que seu filho esquece que você existe quando está comigo. Mas também não ficaria triste se você estivesse enciumado por causa de mim.
O idol riu, e Yoongi o acompanhou, um pouco vermelho.
— Vocês dois esquecem, vamos ser sinceros.
— Ah… sinto muito! É que brincar com ele me faz viver um pouco do que eu não tive. Comecei a treinar desde muito novo. É bom poder rir sem preocupações, eu me sinto assim quando estou com YeJun.
— Fico feliz em saber disso, porque ele também adora você.
— Sabia que ele me pediu pra cuidar direito de você da última vez?
— Como assim?
— Hm, quando nós saímos, ele ia ficar com o Hobi hyung, mas antes, quando estávamos jogando, ele me fez umas perguntas, depois me disse pra cuidar de você, Yoon.
— Ele sempre acha que precisa cuidar de mim. YeJun reflete minhas ações, não precisa se preocupar com isso, ok?
— Eu achei fofo. Na verdade, no início, parecia que ele estava me colocando no fogo. Ele me testava, eu tenho certeza disso. Perguntava muito sobre mim, se eu cozinhava, se eu sabia lavar a louça. Se eu era uma pessoa organizada, se eu cumpria bem meus horários, me senti em uma entrevista de emprego. E eu nunca estive em uma.
Yoongi riu.
— Isso é bem a cara dele. YeJun às vezes tenta parecer mais maduro do que ele realmente é.
— Acho que ele fez isso porque viu que eu estava tentando me aproximar de você.
— Talvez — Yoongi respondeu, com um sorriso, como se não soubesse o que o menino vinha fazendo.
Um dos planos de YeJun era testar as habilidades do idol, desde seus cuidados com criança até o tipo de conversa que ele traçava, para ver se realmente era compatível com o pai. É claro que, no meio de tudo isso, ele ainda conseguia fazer com que Jimin realizasse todas as suas vontades como forma de agradá-lo.
Yoongi não interferia, porque além de divertido, era interessante ver como alguém que tinha uma equipe inteira para cuidar de si se dedicava a carregar os sapatos do garoto enquanto ele pulava na cama elástica.
Não queria se iludir de pensar que aquela era uma coisa que podia se tornar rotineira, porque Jimin ainda era um idol no auge da carreira e também não criava falsas expectativas em relação ao que tinham. Era um bom momento e Jimin estava sendo ótimo com eles, mas não se permitia pensar para além daquilo.
— Mas — o idol continuou a falar. — Ele também me deu dicas valiosas sobre você. Me contou coisas que você não me contou.
— Quê? Que tipo de coisas ele andou falando pra você?
Jimin riu na outra linha. A verdade era que depois de testá-lo como podia, YeJun começou a soltar algumas preferências, e ele poderia dizer que até meios de conquistar o Min.
— Isso é um segredo meu e dele.
— Jimin…
— Não foi nada de mais… mas eu gostei de saber que você elogiou meu cabelo no último concerto.
— Ah, isso eu te disse pessoalmente.
— É, mas não me disse que eu podia melhorar o som do palco.
— Ele te disse isso?
— Sim, um pouco antes de me dizer que sua comida preferida é carne grelhada e que eu deveria te levar pra comer qualquer dia desses.
— Meu deus, YeJun vai começar a me meter em enrascadas. Não precisa fazer nenhuma das duas coisas. A questão do som foi só um comentário, mas eu estava assistindo de casa, então desconsidere.
— Não, eu perguntei ao produtor sobre e ele realmente disse que tivemos um problema naquele dia. Você estava certo. E eu já pedi para arrumarem, muito obrigado.
— Ah… tudo bem então.
— E sobre a carne grelhada, nós podemos fazer isso. Eu acho que quero mesmo sair pra beber qualquer dia desses.
— Não precisa fazer isso.
— Preciso sim. Também preciso comprar tangerinas pra você.
Yoongi riu sem acreditar que YeJun também havia dito aquilo.
— Tudo bem. Nós vamos beber quando você tiver um tempo.
Jimin concordou e falou mais um pouco antes de desligar. Sentia falta de ter Yoongi perto dele, mas já estavam se vendo o máximo que ele conseguia. Se comparasse com os outros romances que teve, Yoongi e ele já eram quase namorados, só não falavam sobre aquilo porque era uma coisa impossível de ser realizada.
— Isso já está ficando frequente demais, Jimin — Hoseok o alertou. — Quase toda semana eles estão aqui e você deixa de descansar pra ficar com eles… sinceramente, eu entendo que você esteja gostando dele, mas está ficando arriscado manter em segredo.
O Jung estava dizendo aquilo, pois da última vez que se viram, Jimin havia fechado um parque de diversões inteiro para que ele e YeJun pudessem brincar. A informação de que Jimin estava no parque havia vazado e foi complicado evitar que alguma foto vazasse, mas conseguiram há muito custo.
Yoongi estava preocupado com aquilo, porque por pouco o menino não tinha sido exposto, mas foi a assessoria do idol que tomou a iniciativa de pedir para que eles deixassem de se ver. Jimin estava muito triste e ressentido, pois não queria se afastar deles, mas para o momento, era o melhor a se fazer. A mídia não os deixaria em paz e enquanto não conseguissem algo, eles não iriam largar Jimin.
— Ele pintou o cabelo de azul — YeJun falou, olhando para o telefone.
— Quem?
— Jimin — respondeu, erguendo os olhos para o pai, enquanto comia seu cereal e Yoongi cortava sua panqueca. — Você sabe que ele pintou.
— Não, eu não sabia. Não estou acompanhando.
— Ele não te ligou mais?
— Não. Ele não pode, Jun.
O menino se calou, olhando para as bolinhas de chocolate que flutuavam no leite da tigela. Fazia um mês que ele não via Jimin pessoalmente. Desde que seu pai contou que a equipe do idol havia pedido o afastamento, nem mesmo uma chamada de telefone Jimin havia feito.
Yoongi até dizia que estava tudo bem, completamente normal, ele até fingia bastante, mas YeJun o conhecia o suficiente para saber que ele estava triste por não ver mais o idol. Ele estava.
YeJun mostrava todas as notícias que via para o pai, que sempre fingia desinteresse, na tentativa de fazê-lo desistir daquela ideia também, ressaltando para ele que sabiam que eram algo momentâneo e que ia acabar.
Mas os dias passavam e Yoongi ainda estava triste, com o pensamento distante, e YeJun conhecia o motivo, mesmo que o pai não quisesse preocupá-lo.
Só que ele também sentia falta de Jimin. Apesar de adulto, ele era o que mais se aproximava de ter um amigo e, claro, ele era o que mais tinha coisas legais para compartilhar.
Yoongi foi para o banheiro, então ele aproveitou para olhar seu celular. O pai não gostava que ele fizesse aquilo, mas não podia evitar, não naquela situação.
Pegou o telefone do idol e viu que Yoongi estava sim procurando saber sobre ele, só não estava admitindo. O histórico de busca não mentia, mas parecia que Yoongi sim.
Estava acompanhando cada passo do idol enquanto fingia que não ligava para nada que ele fizesse. YeJun lembrava que mesmo quando Jin e Namjoon perguntavam sobre, ele desconversava, nunca querendo tocar no assunto, mas ali estava ele, buscando por tudo que tivesse a ver com o idol.
Ele não entendia. O número de Jimin estava bem ali, por que o pai não ligava?!
YeJun continuou buscando por informações na internet, até que viu um artigo dizendo que o idol estaria em Daegu na semana seguinte, uma visita rápida para o aniversário da cidade e realizaria um pequeno fansing.
— Nós podíamos ir, sabe? — sugeriu enquanto o pai o levava para a escola.
— Não é uma boa ideia, Jun.
— Por que não? Ele sabe que nós ouvimos as músicas. Seria uma forma de falar com ele. Como idol, não como seu namorado.
— Jimin nunca foi meu namorado, tá bom? Não fica insistindo nisso… não vai ser bom se alguém acabar ouvindo.
— Tá bom, mas ele é um idol e nós somos fãs. Só estou dizendo que não teria problema.
Yoongi suspirou cansado e parou, olhando para a rua em que passavam. Olhou para YeJun e resolveu falar a verdade para ele.
— Eu sei que é difícil ficar longe, ok, eu também gosto dele. Mas não vamos estar sendo legais com o Jimin se o colocarmos em uma situação complicada, estaremos sendo egoístas só porque queremos vê-lo.
— Mas e se ele também estiver querendo ver a gente? Talvez ele não possa. Aqueles caras sempre dizem o que ele tem ou não que fazer. Às vezes nem é escolha dele, ele me disse!
— E é verdade, Jun. Mas é o trabalho dele. Você vai entender um dia.
— Não sei se eu quero entender — respondeu, voltando a acompanhar o pai rumo à escola.
Jimin estava no sofá de sua casa enquanto preparavam sua mala de viagem. A estilista havia chegado mais cedo e daquela vez ele nem se importava em estar junto para escolher o que iria levar.
Já tinha perguntado a Hoseok se poderia ver Yoongi e Jun, já que estava na cidade, mas o Jung negou, alertando que não era uma boa hora.
Encolhido no sofá, com sua cerveja, da mesma marca que Yoongi o ofereceu quando se conheceram, ele só podia relembrar os momentos bons que tiveram, os três.
Queria poder levar Jun para passear e rir com ele e depois passar a noite com Yoongi. Por muitas vezes sentia raiva de não poder ser uma pessoa comum.
Ter a fama que tinha poderia ser uma merda quando tudo o que ele queria era viver com um mínimo de normalidade.
YeJun notou que Yoongi estava mais agitado quando Jimin chegou ao aeroporto.
O idol estava na cidade e seu pai tentava ignorar aquele fato, o que era ridículo, na opinião dele. Pois fingir que Jimin não estava ali não ia apagar o homem da memória dele.
Sendo assim, cansado de ver Yoongi fingindo não se importar e não se afetar com a vinda dele, YeJun verificou o horário do fansing, olhou o endereço no mapa e pegou o dinheiro que tinha sobrado do seu presente de aniversário.
Se Yoongi não faria nada, ele teria que fazer.
[?]
YeJun sabia exatamente o que faria quando chegasse o momento certo.
A van que o levava até o restaurante dos tios sempre aguardava até ele entrar, então precisaria sair pela porta dos fundos.
— Vou ao banheiro — disse, assim que passou pelo tio Jin e o cumprimentou.
Ele não se sentia culpado, não estava fazendo nada de mais. Só queria encontrar Jimin e então poderia voltar para o restaurante. Ainda ajudaria o pai, ele só via vantagens.
Com o dinheiro no bolso, foi na direção indicada no telefone, rumo ao metrô.
YeJun atravessou a rua com cuidado, caminhou até a estação e comprou um bilhete, esperando o momento de embarcar. Ele usava o telefone básico que seu pai havia comprado. YeJun não podia levá-lo para a rua, mas naquele dia ele precisava.
Entrou no metrô, sentando-se em um dos bancos e acompanhando a rota pelo Maps. Estava cedo e ele tinha algum tempo para chegar até o local do fansing com um bom intervalo.
Se tudo saísse como ele esperava, conseguiria falar com Jimin antes, e então voltaria para casa, levaria uma bronca dos tios, mas seu pai provavelmente nem teria voltado do trabalho ainda.
Seus pés m*l tocavam o chão, mas ele estava atento às pessoas ao redor. Lembrou que uma vez viu seu pai dando seu assento para uma senhorinha, então ele também faria o mesmo, se precisasse, mas não foi o caso.
Deixou o metrô na estação certa e continuou andando na direção indicada.
O problema era que quanto mais ele se aproximava do perímetro, mais difícil ficava de alcançar a rua indicada. Muitas haviam sido interditadas para que a segurança e organização fosse mantida, mas mesmo pessoas que não iam participar do fansing foram até lá na tentativa de ao menos ver Jimin por um instante.
YeJun apenas passou pelo meio deles, tomando cuidado de não acabar sendo empurrado e chegou a um dos seguranças próximos à entrada.
— Ei, mocinho. Aonde pensa que vai?
O menino olhou para cima, vendo o homem de máscara colocar a mão à sua frente para impedir sua entrada no teatro.
— Eu vou falar com meu amigo. Com licença — respondeu.
— Onde está sua mãe?
— Até um tempo atrás eu também queria saber, moço. Mas já desisti dessa parte.
O policial piscou, mas o conteve.
— Desculpe, garoto, mas não pode entrar assim. Precisa de um ingresso pra isso. Você tem algum aí?
YeJun negou com a cabeça, fazendo um biquinho.
— Eu já disse que ele é meu amigo. Só fala pra ele que o YeJun tá aqui, por favor.
O homem duvidava muito que Park Jimin conhecia aquele garotinho, mas ainda assim, ele era menor e estava sozinho, tinha que alertar as autoridades.
— Ok, vem comigo — disse, caminhando para dentro do teatro.
Ele o levaria até a cabine de segurança e depois contataria a polícia para informar sobre o menino, mas Hoseok saiu de perto de um totem de papelão de Jimin em tamanho real.
— Ei! Ei! YeJun?! O que tá fazendo aqui? — perguntou, surpreso, já procurando por Yoongi, mas viu apenas o menino.
— Hobi! Eu vim ver o Jimin. Preciso muito falar com ele.
— Ele não tem ingresso e está sozinho — explicou o policial, vendo o crachá de staff que Hoseok usava. — Ele disse que conhecia o sr. Park, mas eu achei que era brincadeira. Estava levando ele até a cabine de segurança.
— Não é preciso, espere aqui, Jun.
Hoseok foi até uma sala enquanto o menino esperava com o policial.
— Você é mesmo amigo dele? — o homem perguntou e ele deu de ombros.
— Eu te disse.
O Jung voltou com um crachá em sua mão, colocou-o ao redor do pescoço do menino e YeJun conseguiu ler seu nome abaixo da frase “Passe Especial”.
— Vamos por aqui — Hoseok disse, indicando o caminho para YeJun.
Diferente do que esperava, YeJun não foi se encontrar com Jimin naquele instante.
O idol já estava começando o fansing e ele precisava esperar até terminar tudo. Enquanto isso, foi servido com lanches pela equipe do staff que já o conhecia e até cochilou no sofá confortável que tinha ali.
Seokjin estava pendurado no telefone, com o coração a mil.
YeJun tinha ido ao banheiro, mas não voltou mais. Um dos cozinheiros havia dito que ele passou pela cozinha, mas não achou que ele estava indo a algum lugar, já que o menino sempre estava por ali.
Yoongi ficaria louco quando descobrisse e ele sentiu seu corpo desfalecer quando o Min passou pela porta do restaurante.
— Vi suas chamadas, meu celular estava descarregado, mas eu já estava chegando. Achou que eu ia me atrasar? — Yoongi disse sorrindo, mas seus olhos correram pelo espaço, buscando a cabeleira escura de seu filho. — Onde está YeJun? Na sala de descanso de novo?
Jin negou, engolindo em seco.
— Yoon, você não pode se desesperar, mas ele voltou da escola como sempre. Disse que ia ao banheiro, mas saiu pela cozinha. Nós estamos há duas horas e meia tentando encontrá-lo, mas não temos ideia de onde esteja.
Yoongi já era pálido, mas a cada palavra de Seokjin, mais o sangue se afastava de sua face. O coração acelerado, a boca seca. Pensou que ia ter um ataque ali mesmo.
— Será que ele foi pra casa? Como ele saiu? Ele falou alguma coisa mais?
Tentava ficar calmo e pegar o celular, mas seus dedos tremiam pelo medo de algo realmente sério ter acontecido.
— Ele nunca fez isso — falou para si mesmo. — Por que ele fugiria?
Yoongi tentou ligar para o celular que deixava em casa, mas não foi atendido. Seu medo começava a crescer, já pensando que o filho poderia ter sido sequestrado.
— Vamos procurar nos lugares que ele costuma ir. Tem algum que ele estava falando que queria passear? — Namjoon tentava agir de forma calma, já que tanto o marido quanto Yoongi estavam entrando em desespero. Alguém tinha que pensar claramente.
O Min andava de um lado para o outro, pensando onde o menino poderia ter ido, então parou, olhando para os dois à sua frente.
— O fansing do Jimin. É hoje, ele queria ir. Não acredito que ele foi sozinho!
Começou a pegar suas coisas para ir até lá.
— Espera aí! Como vai saber se ele chegou até lá? E por qual caminho?
— Vou descobrir — falou determinado, mas seu telefone tocou antes que saísse do restaurante do amigo.
— Yoongi? — A voz de Hoseok soou na outra linha.
— Por favor, me diz que o YeJun está com você.
O Jung soprou uma risada.
— Comigo, não. Ele está com Jimin. Eles estão conversando.
— Graças a Deus, p***a — falou aliviado e Hoseok concordou. — Deixa eu falar com ele, por favor.
— Você está no restaurante? Nós vamos levar ele aí.
— Sim, eu tô sim. Eu não sei porque ele fez isso, eu estava trabalhando e…
— Ei, relaxa. Ele tá bem, isso que importa. Nos falamos daqui a pouco, ok?
— Certo. Obrigado.
Yoongi ouviu a ligação ser cortada e se sentou, deixando seu corpo cair sobre o balcão. Foram os piores momentos de sua vida e ele só queria chorar ali mesmo.
— Ele tá bem? — Namjoon perguntou, e ele ergueu o rosto avermelhado.
— Tá… ele tá conversando com o Jimin. Vão trazer ele aqui.
— Acho melhor fechar, então — Seokjin falou e Namjoon concordou.
Namjoon deu dois tapinhas no ombro do amigo e Yoongi respirou fundo. Aquilo não tinha como piorar.
Jimin voltou ao camarim assim que o fansing acabou. Ele estava um pouco cansado, mas ele esqueceu de tudo quando viu YeJun sentado no sofá, ao lado de Hoseok.
— Jun! — exclamou e foi até ele. O menino o recebeu com um abraço, sorrindo. — Que saudade! Como você entrou? Há quanto tempo está esperando? Seu pai…
— Ele não tá aqui — respondeu, e Jimin deixou um “Oh” escapar. — Eu falei pra ele vir, mas ele não queria incomodar. Eu disse que não ia causar problema, mas ele é teimoso.
Jimin riu, acenando para os staffs. Queria ficar sozinho com o menino.
Eles se afastaram e Jimin sentou no sofá, abrindo uma garrafa de água.
— Você veio sozinho? — YeJun assentiu para ele. — Seu pai sabe que você tá aqui, Jun?
YeJun desviou o olhar e crispou os lábios, negando.
— Hobi, pode ligar e avisar o Yoongi que YeJun tá aqui?
O Jung concordou e pegou o telefone para fazer isso.
— Por que saiu sem avisar? Sabe como ele deve estar preocupado?
— Eu sei. Mas eu sabia como chegar aqui e foi tudo bem no caminho. Só não esperava que fosse demorar tanto.
— Eu teria vindo logo se soubesse que estava aqui.
YeJun sorriu ao ver o idol olhar para ele. Gostava de Jimin, ele era sempre divertido e legal. Gostava de como ele fazia bem para Yoongi, de como o tratava como alguém especial.
— Eu vim porque eu queria falar com você sobre ele — explicou.
— Aconteceu alguma coisa? Vocês precisam se algo? Yoongi está doente?
— Não. Não é nada disso. — Um suspiro longo e ele relaxou no sofá, olhando para o teto. — Ele está triste porque gosta de você.
— O quê?
— Você também gosta dele, não é? — perguntou, vendo Jimin desviar o olhar.
— É complicado, YeJun.
— Vocês sempre dizem isso. — O garoto cruzou os braços. — Não entendo o que é complicado. Você gosta dele, ele de você. Complicado seria se um dos dois não gostasse. Ou gostasse de outra pessoa. Você gosta de outra pessoa?
— Não.
— Então. Ele também não gosta de mais ninguém. Como isso pode ser complicado? Pra mim é simples.
Jimin sorriu, mordendo o lábio.
— Olha, eu também gostaria que fosse. Mas nem sempre ficar com alguém é só sobre gostar. Lembra que não você não pode falar sobre o que fazíamos juntos? — Um balançar de cabeça e YeJun concordou. — Então. Há muito mais do que apenas sentimentos entre seu pai e eu. Tem a minha carreira, a vida dele. Nós somos pessoas bem diferentes, com rotinas, empregos, agendas. Tudo muito destoado um do outro. Não é tão simples manter tudo fluindo bem quando nem podemos estar perto da pessoa que queremos.
YeJun fez um biquinho, ainda que começasse a pensar naqueles motivos.
— É porque ele tem a mim? — perguntou, finalmente, mas Jimin negou imediatamente.
— Não! Claro que não. Eu adoro que ele tenha você. Eu gosto mais de você do que dele — brincou, fazendo YeJun rir. — Mas é que realmente não é algo fácil. Por mais que eu queira, e eu quero muito, não tenho como ficar com ele agora. Talvez… em alguns anos… mas até lá, talvez Yoongi encontre uma pessoa.
— Eu posso infernizar eles por você.
Jimin apertou a bochecha dele, rindo.
— Você é demais, YeJun. Eu adoro você. E adoro seu pai. Então não posso expor vocês à minha vida.
YeJun começava a entender o que ele dizia e não gostava daquilo.
— Isso quer dizer que não vamos nos ver mais?
O idol crispou os lábios e negou.
— Eu vou dar um jeito pra que pelo menos isso não aconteça, tá bom?
YeJun concordou.
— Jimin, o carro tá pronto. Troque de roupa e vamos — Hoseok disse, e YeJun sabia que era hora de voltar.
— Vamos? — Jimin levantou e deu a mão para ele.
YeJun pegou a mão do idol e desejou que Jimin não esquecesse daquele trato.
Yoongi checava o relógio a todo instante, batendo o pé incessantemente enquanto aguardava YeJun.
Namjoon apontou para fora quando viu um carro preto parar na frente do restaurante.
Hoseok acompanhou os dois até lá dentro, mas disse que esperaria do lado de fora. Jimin continuava de mãos dadas com YeJun, e Yoongi correu até eles quando os viu passar pela porta.
O Min se abaixou, abraçando o menino e sendo abraçado pelo filho, que pedia desculpas pelo que havia feito.
Yoongi sabia que teria que conversar com ele sobre aquilo, mas o alívio de tê-lo ali e inteiro era tão grande que apenas deixou para lá, beijando os cabelos escuros e só se afastando quando YeJun lembrou que Jimin estava ali com ele.
Yoongi não esperava ver o idol, mas seu coração acelerou assim que seus olhos encontraram os dele.
Jimin sorriu, dando de ombros.
— Tá tudo bem, Yoon. Trouxe ele pra você.
— Ele me deu um susto. Obrigado e desculpe. Você deve estar ocupado.
— Não é nada. Estava com saudades.
A frase ficou no ar, Yoongi não sabia sobre quem ele falava.
— Jimin, você quer uma água? — YeJun perguntou, criando uma deixa para deixá-los à sós.
— Eu adoraria, Jun.
Yoongi franziu o cenho, pois aquilo parecia ensaiado.
O menino chamou Jin e seguiu com o tio para a cozinha do restaurante.
Estava silêncio e Yoongi sentia suas mãos formigando, só não tinha o que falar.
— Vocês podiam ter ido, YeJun me disse que te chamou para me verem lá — Jimin quebrou o silêncio.
— Achei que podia dar algum problema… ele insistiu, mas não achei que fosse fugir pra ir te encontrar.
— Imagino seu desespero quando não o encontrou.
— É, eu morri e voltei.
Jimin sorriu e Yoongi o acompanhou. Estava sem jeito, sem saber até onde o idol queria chegar.
— Eu… quis vir aqui porque eu queria ver você — confessou Jimin, vendo a surpresa no olhar de Yoongi. — Eu sei que combinamos de ficar longe, mas… caramba, tá sendo f**a.
Yoongi abriu a boca para falar, mas Jimin deu três passos largos e grudou seu corpo no dele, com mãos e braços desesperados por sentirem seu abraço.
O Min buscou sua boca e Jimin não se afastou do beijo, segurando os cabelos da nuca de Yoongi enquanto o moreno o abraçava.
O contato cheio de necessidade, saudade e carinho demorou a se desfazer, pois Jimin queria sentir a pele dele, o toque dele e gosto dele de novo.
— Desculpa — sussurrou, vendo Yoongi negar. — Eu sei que não devia fazer isso, mas eu não consigo… Yoon…
— Shh. — Yoongi o beijou mais uma vez, usando dos beijos para calar Jimin, pois sabia o que ele ia fazer.
Não queria ouvir. Não queria vê-lo confessar o que sentia e ter que abrir mão dele mais uma vez. Bastava aquilo, aquele momento. A hora que Jimin o quisesse, ele o teria.
Yoongi o afastou com dificuldade, vendo seus olhos marejados. Ele estava igual, mas se segurando.
— Me desculpe… — Jimin pediu mais uma vez e ele negou, deixando um beijo sobre a testa do idol.